Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Que “aperto” virá por aí?

Pode um Estado ir à falência? É claro que pode.

Pode ir à falência quando o seu governo não é capaz de cumprir os compromissos financeiros que assumiu dentro e fora de fronteiras, quando esbanja o dinheiro de todos e com isso compromete o bem-estar dos seus cidadãos. Então há que “apertar o cinto”, poupar, e encontrar formas de repor a credibilidade internacional do país e de retomar as actividades económicas – em particular aquelas que possam ajudar à “retoma”. Já conhecemos como funciona, por experiência bem recente. O Estado português esteve à beira da falência, passámos por uma crise, e parece estarmos a sair dela.

Mas será que não existe outra forma de falência? Os acontecimentos deste triste Verão de 2017 mostram que existe ainda uma forma muito mais grave de falência do Estado. Trata-se daquela situação em que o Estado deixa de defender a vida dos seus cidadãos. Não se trata de qualquer ataque de um inimigo exterior ou de um grupo de terroristas que vivam entre nós. Trata-se da incapacidade de tomar as medidas que se impõem para defender a vida de todos.

Que me recorde, desde o “Verão quente” de 1975 (quente na temperatura política mas também na temperatura atmosférica) que o drama dos incêndios é uma constante em Portugal. Desde então para cá passaram 42 anos. A estratégia, discutível, foi sempre a de “apagar fogos”. Criou-se uma máquina enorme de combate aos incêndios de Verão. Mas em todo este tempo nunca tínhamos assistido a uma tragédia semelhante à que acabámos de viver. É que nem sequer a velha máquina funcionou.

O Estado mostrou a sua verdadeira situação: anafado e preguiçoso, foi para banhos, mesmo consciente de que, com toda a probabilidade, se iria repetir a situação. Mas preferiu ignorar. Afinal “tudo estava a funcionar, com resultados económicos excelentes”…

Para a falência financeira do Estado, sabemos como fazer. Mas para esta, que medidas havemos de tomar, e que “aperto” virá por aí?

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