Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
“A Europa preferiu a traição”
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Passaram praticamente despercebidas as palavras que o Papa Francisco pronunciou ao receber os participantes no encontro “(Re)Thinking Europe” – “(Re)pensar Europa, na procura de um contributo cristão para o futuro do Projecto Europeu”. Foi no passado dia 28 de Outubro em Roma. O encontro contou com a presença de representantes da Igreja católica e de vários líderes políticos europeus, em particular do Presidente e da Primeiro Vice-Presidente do Parlamento Europeu.
Nas suas palavras, o Papa Francisco começou por evocar como com a pessoa de S. Bento surgiu “um novo conceito de homem, radicalmente diferente da que tinha marcado o mundo greco-romano e ainda mais daquela violenta que tinha caracterizado as invasões bárbaras”. E acrescentou o Santo Padre: “O homem deixou de ser apenas um civis, um cidadão com privilégios a serem consumidos no ócio; deixou de ser um miles, combatente ao serviço do poderoso de turno; sobretudo deixou de ser um servus, mercadoria de troca privada de liberdade e destinada unicamente ao trabalho e à fadiga”.
Ao contrário, de acordo com o Papa Francisco, S. Bento, sem olhar à condição social, à riqueza ou ao poder, “fez apelo à natureza comum de todos os seres humanos”. “Para S. Bento – afirmou ainda o Santo Padre – não existem papéis sociais mas pessoas: não existem adjectivos mas apenas substantivos. É precisamente este um dos valores fundamentais que o cristianismo trouxe: o sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus”.
Assim, o Papa fez apelo a uma Europa do diálogo, comunidade inclusiva e solidária. E afirmou ainda: “A partir dos anos 60 do século passado está a acontecer um conflito de gerações sem precedentes. Ao entregar às novas gerações os ideais que fizeram grande a Europa, podemos dizer hiperbolicamente que à tradição se preferiu a traição. À recusa daquilo que foi recebido dos pais, seguiu-se um tempo de dramática esterilidade. Não só porque na Europa se fazem poucos filhos – o nosso inverno demográfico – e demasiados são aqueles que foram privados do direito de nascer, mas também porque nos descobrimos incapazes de entregar aos jovens os instrumentos materiais e culturais para viver o futuro. A Europa vive uma espécie de déficit de memória”.
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