Lisboa |
Celebração das Ordenações, nos Jerónimos
“Só um Advento sério nos legitimará um Natal feliz”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os cristãos a estarem “inteiramente disponíveis para que o Advento de Cristo seja realidade” nas suas vidas e, através delas, “no mundo”. Na celebração das Ordenações de seis diáconos e um presbítero religioso, no passado dia 3 de dezembro, I Domingo do Advento, no Mosteiro dos Jerónimos, D. Manuel Clemente lembrou ainda que o tempo litúrgico de preparação para o Natal “é dom e tarefa”.

 

“O que pretendo partilhar convosco nesta homilia, pode resumir-se assim: O Advento, para nós todos e especialmente para vós, caríssimos ordinandos, é dom e tarefa. Dom de Deus que se encontra connosco, por iniciativa sua e correspondência nossa, que Ele mesmo suscita. Quando recebemos Cristo, Ele assimila-nos a si, para também por nós chegar a todos. Em suma, vivemos o Advento para sermos Advento, como o mundo espera”, manifestou o Cardeal-Patriarca, na celebração das Ordenações. Na igreja de Santa Maria de Belém, nos Jerónimos, D. Manuel Clemente destacou ainda a importância do Advento, o tempo litúrgico de preparação para o Natal. “Entramos em Advento, caríssimos irmãos. Dito doutra maneira, porventura mais certa, deixemos que o Advento entre no nosso coração e na nossa vida. Por isso nos paramentamos de roxo, cor de conversão ao Senhor que vem, como já veio e finalmente virá. Seguir-se-á o Natal, certíssimo n’Ele, o Emanuel, que quer dizer ‘Deus Connosco’. Também em nós, se realmente O aceitarmos, como Maria, Senhora do Advento, e com José, que lhe guardou o mistério”, convidou, sublinhando que “um tempo litúrgico não irá sem o outro”. “Só um Advento sério nos legitimará um Natal feliz. Comprometamo-nos com Deus, como Ele inteiramente se comprometeu connosco, na humanidade de Cristo, agora alargada na humanidade de todos”, acrescentou o Cardeal-Patriarca, na celebração onde ordenou seis diáconos com vista ao sacerdócio e um presbítero de uma congregação religiosa (ver caixa).

 

Acolher a Cristo

Nesta celebração que decorreu na tarde do passado Domingo, 3 de dezembro, D. Manuel Clemente reforçou o apelo à disponibilidade. “O que importa sempre e especialmente agora é estarmos inteiramente disponíveis para que o Advento de Cristo seja realidade em nós e por nós no mundo. Mais para diante, a Liturgia há de evocar-nos os acontecimentos mais próximos do seu Natal. Mas este mesmo aconteceu no termo dum longo “advento”, como podemos considerar todo o Antigo Testamento. Também este mais depressa se concluiria, se a expetativa messiânica tivesse sido o que devia e não demorasse tanto a encontrar a pleníssima concretização que finalmente teve na Virgem de Nazaré… O Advento de hoje adianta-se em cada momento em que acolhemos a Cristo que nos chega pela Palavra, pelos Sacramentos e pelos outros. E em que somos sinal de Cristo, que por nós se quer aproximar de todos, em especial dos mais pobres e frágeis”, apontou.

Recordando uma passagem do Evangelho da celebração – «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento…» –, o Cardeal-Patriarca desafiou: “Pois bem, sejamos nós, sejamos muito mais e para todos, o ‘momento’, o sinal e o gesto do Advento de Cristo, em nós para todos e da Igreja para o mundo. Onde esteja um cristão, há de ser mais ativado o Advento d’Aquele que já veio, como continua a vir e finalmente virá”.

 

“Tantos O esperam, não tardemos nós!”

Na sua homilia, D. Manuel Clemente desejou ainda que “todo o mistério de Cristo seja ministério da Igreja para a salvação do mundo”. “Quando quem foi batizado manifesta em si mesmo a filiação divina que recebeu pelo Espírito e o uniu a Cristo; quando um confirmado se torna Evangelho vivo na comunidade cristã e na sociedade de todos; quando os esposos cristãos testemunham, no seu modo próprio, o amor de Cristo e da Igreja, uno, indissolúvel e fecundo; quando as Ordens Sacras transformam alguém em sacramento pastoral de Cristo, Sacerdote e Servo; quando a consagração secular ou religiosa profetiza pela castidade, a pobreza e a obediência a qualidade definitiva do Reino dos Céus… Quando o Advento de Cristo se partilha assim na vida de tantos irmãos e irmãs, a Igreja realiza-se como Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito – e o Natal de há dois milénios assinalará o tempo todo. Tantos O esperam, não tardemos nós!”, exortou o Cardeal-Patriarca de Lisboa. 

 

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Fotos: www.flickr.com/patriarcadodelisboa/albums

 

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DIÁCONOS, (COM ÂNIMO DE ASCENDER AO PRESBITERADO):

- João Luís Rodrigues Quintas, batizado na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da Amadora (Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais)

- Tiago José de Quadros Esteves, batizado na Paróquia de Nossa Senhora do Pópulo de Caldas da Rainha (Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais)

- Paul Binoy, batizado na Paróquia de Saint George Kumbalanghi, na Diocese de Cochim, Índia (Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais)

- Daniele Bernacchia, batizado na Paróquia de Cristo Rei de Civitanova Marche, Arquidiocese de Fermo, Itália (Seminário Diocesano ‘Redemptoris Mater’, em Caneças) 

- Gaetano Catalano, batizado na Paróquia de San Giorgio Martire, Afragola, Diocese de Nápoles, Itália (Seminário Diocesano ‘Redemptoris Mater’, em Caneças)

- José Samir Quisoboni Benavides, batizado na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Arquidiocese de Popayan, Colômbia (Seminário Diocesano ‘Redemptoris Mater’, em Caneças)

 

PRESBÍTERO:

- Rafael da Costa Gomes, batizado na Paróquia de Santa Maria de Covas, Arquidiocese de Braga, membro professo de votos perpétuos da Província Portuguesa dos Missionários do Verbo Divino (Verbitas)

 

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Mensagem de Natal vai ser dedicada às vítimas dos incêndios

As vítimas e os sobreviventes dos incêndios de junho e de outubro, em Portugal, vão merecer especial atenção do Cardeal-Patriarca de Lisboa na sua Mensagem de Natal, transmitida na RTP e na Renascença, na noite de Natal, a 24 de dezembro. “É uma mensagem de muita proximidade às pessoas que mais precisam de sentir conforto, este carinho que vem de Deus e que passa de nós, uns para os outros. Há muita gente em Portugal sofrida pelos trágicos acontecimentos de junho e de outubro, vidas a refazer, grandes zonas do país a refazer também. A minha mensagem de Natal vai sobretudo para eles e com a certeza – com a boa vontade que se levantou para apoiar – que assim sim, é Natal”, revelou D. Manuel Clemente, aos jornalistas, no final da celebração de Ordenações Diaconais e Presbiterais.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Filipe Amorim
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