Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Epifanias

Quando os magos se dirigiram ao Presépio de Belém, poucos deram pela sua visita e, principalmente, por aquilo que ela significava (foi, aliás, assim toda a vida de Jesus!).

É verdade que Herodes ficou preocupado, e mandou fazer a matança dos inocentes – mas por causa do seu lugar de rei que estava em jogo, e na sequência de muitas outras matanças em que o dito Herodes era especialista (nada de novo, com a matança dos inocentes: foi uma entre muitas). Mas quantos, de entre os milhares que viviam em Jerusalém e em Belém (para já não falar dos milhões que então viviam no mundo), notaram que, naqueles dias, Deus tinha nascido Homem, e que naquela pequena e pobre família de refugiados (as raízes de José estavam em Belém, mas ninguém o quis receber e à sua família) se encontrava a salvação? Quem percebeu que aqueles três homens – sábios que professavam religiões diferentes, vindos de terras distantes – não estavam simplesmente a fazer uma excursão de curiosidade ou de investigação, para seu proveito pessoal, mas a reconhecer, a indicar o Deus verdadeiro (incenso), o Homem verdadeiro (mirra) e o Rei verdadeiro (ouro), de que todos os demais são apenas imagens? E que estavam a dar um sinal para todos (também para nós); que estavam a mostrar o caminho que devemos seguir para O encontrar (o Deus que havemos de adorar; o Homem que havemos de ser; o Rei que havemos de seguir)?

Temos muita dificuldade em reconhecer Deus que passa por nós. A grande maioria do mundo (e nós também, tantas vezes), mesmo depois de todos estes séculos de cristianismo, continua à espera de um outro rei, de um outro homem e de um outro deus! Aquele que nasceu em Belém é demasiado humilde, demasiado pobre e demasiado humano. “Se é Deus – ainda que não o digamos, pensamos e vivemos assim tantas vezes – que se imponha; que se mostre como tal e havemos de acreditar. Que acabe com o sofrimento. Que termine com as guerras e as injustiças. Que obrigue todos a serem bons!”. E Deus continua a passar, em cada dia, por todos e por cada um de nós. À espera que O reconheçamos e O acolhamos naquele Jesus do Presépio. A Epifania ainda está a acontecer.

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