Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Direitos humanos

O Papa Francisco dedicou grande parte do seu discurso do passado dia 8 à celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O Papa falava diante do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé (183 Estados têm relações diplomáticas com a Santa Sé). Como sempre, um discurso a que vale a pena regressar.

O Papa sublinhou que “falar de direitos humanos significa, antes de mais nada, repropôr a centralidade da dignidade da pessoa, enquanto querida e criada por Deus à sua imagem e semelhança” e que existe “uma significativa relação entre a mensagem evangélica e o reconhecimento dos direitos humanos, lidos no espírito dos compiladores da Declaração Universal dos Direitos do Homem”.

Mas o Papa Francisco não deixou também de lamentar como, 20 anos depois daquela data, “sobretudo depois das agitações sociais de 1968, se foi progressivamente modificando a interpretação de alguns direitos, a ponto de se incluir uma multiplicidade de «novos direitos», não raro contrapondo-se entre si”, e correndo o risco “de que, em nome dos próprios direitos humanos, se venham a instaurar formas modernas de colonização ideológica dos mais fortes e dos mais ricos em detrimento dos mais pobres e dos mais fracos”.

O Santo Padre não deixou ainda de reconhecer: “Setenta anos depois, faz pena assinalar como muitos direitos fundamentais são violados ainda hoje. E, primeiro dentre eles, o direito à vida, à liberdade e à inviolabilidade de cada pessoa humana. A lesá-los, não são apenas a guerra ou a violência. No nosso tempo, há formas mais subtis: penso antes de mais nada nas crianças inocentes, descartadas ainda antes de nascer; às vezes não queridas, apenas porque doentes ou mal-formadas ou pelo egoísmo dos adultos. Penso nos idosos, também eles muitas vezes descartados, sobretudo se estão doentes, porque considerados um peso. Penso nas mulheres, que muitas vezes sofrem violências e prepotências, mesmo no seio das suas famílias. Penso depois em todos aqueles que são vítimas do tráfico de pessoas, que viola a proibição de toda e qualquer forma de escravatura. Quantas pessoas, especialmente em fuga da pobreza e da guerra, acabam objeto de tal traficância perpetrada por sujeitos sem escrúpulos!”

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