Missão |
António Oom Costa, esteve no Equador com as Escravas do Sagrado Coração de Jesus
“Viver é ser amado!”
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António Oom Costa tem 26 anos e nasceu em Lisboa a 3 de Dezembro de 1990. É licenciado em Ciências da Saúde e mestre em Gestão. Trabalhou durante dois anos no Hospital Beatriz Ângelo, como gestor hospitalar. De Abril a Setembro deste ano esteve no Equador, como missionário, num projecto criado pelas Religiosas Escravas do Sagrado Coração de Jesus.


A relação com Jesus que foi crescendo

António diz-nos que a sua relação com Jesus “foi crescendo com os anos”. “Até aproximadamente ao 6º ano estive na catequese. Fiz a Primeira Comunhão e a Profissão de Fé. Por volta do 10º ano fiz o Crisma e até ao 2º ano da faculdade a minha Fé esteve como que adormecida. Fui sempre à Missa aos Domingos, mas a minha relação com Jesus não passava disso.” No fim de 2009, ao iniciar o seu segundo ano de faculdade, coincidindo com o seu “primeiro namoro e com uma crise de fé” entrou numa depressão. “Na altura achei que estava a ficar louco. Até ali achava que só os mais fracos e sós tinham depressões. Achava que nunca iria acontecer comigo. Quando percebi que estava com uma depressão aceitei e não demorei muito a perceber que precisava de ajuda. Em pouco tempo estava a ser acompanhado por um psiquiatra e a ser medicado. Ao mesmo tempo comecei a frequentar o CUPAV (Centro Universitário Padre António Vieira). O CUPAV é um centro universitário que pertence à Companhia de Jesus e é um lugar que oferece diferentes actividades para estudantes universitários. Aí, na ânsia de procurar respostas a muitas perguntas relacionadas com o que estava a viver, conheci pessoas muito boas que me foram ajudando a sair da situação. Por volta da mesma altura fiz um retiro onde ouvi testemunhos incríveis de pessoas que tinham passado pela mesma situação que eu. Percebi que não era o único e se aquelas pessoas tinham saído de uma situação difícil, eu também ia sair. A partir daí penso que foi sempre a crescer. A minha forma de ver as coisas mudou muito e passei a estar mais disponível e atento aos outros. Deus estava claramente a dizer: ‘Tu és o meu filho muito amado’. Os anos passaram e fui estando envolvido em muitas actividades e missões diferentes como as Missões Universitárias, Campos de Férias Católicos ou Páscoas Universitárias.”

 

Olhar para a missão de uma outra forma

Sobre a missão, diz-nos que foi algo que começou a despertar em si à medida que ia crescendo na relação com Deus e conta-nos o seu percurso na primeira pessoa: “Exercícios Espirituais, vidas de Santos e experiências de missão em Portugal, foram despertando a minha curiosidade e vontade de missionar fora do país. No início deste ano, depois de dois anos de trabalho, percebi através da oração e de conversas com pessoas muito importantes para mim, que estava na altura ideal para poder fazer missão no estrangeiro. Há já quase um ano que estava a fazer uma formação com as Escravas do Sagrado Coração de Jesus, para poder fazer missão. A formação insere-se no projecto ProACIS, que pertence às Escravas. Depois de ter falado com a Irmã que me estava a acompanhar na formação, foi me atribuída uma missão no Equador, na cidade de Guayaquil. Guayaquil é a maior cidade do Equador. No sul da cidade, num bairro muito grande e pobre chamado El Guasmo, as Escravas têm uma comunidade e um projecto chamado “Raíces Negras”. Este projecto, com a ajuda de colaboradores e voluntários, procura educar crianças afrodescendentes em conhecimento e valores, nunca esquecendo a identidade de cada um e a sua cultura. Foi a este projecto que dediquei grande parte da missão. Também colaborei com a comunidade na catequese e noutras actividades. Foram meses exigentes onde muitas vezes a minha vontade foi posta à prova. Por vezes, desesperava por tentar ensinar-lhes algo que não sabiam e que lhes era difícil interiorizar. Durante este tempo de serviço, li um livro chamado ‘Viver é ser Amado’. O livro ajudou-me a olhar para a missão de uma outra forma. As crianças com quem estive são crianças com realidades muito duras, muitas com famílias destruídas onde carinho é uma palavra desconhecida. Aquelas crianças gritam interiormente por alguém que as ame. Alguém que lhes diga: ‘Tu és o meu amado. Para onde quer que vás, eu vou contigo, e onde quer que descanses, eu fico a vigiar’. Mais do que ensinar, o meu trabalho devia passar por ‘estar’, como dizia uma grande amiga. Dar esperança e paz àquelas crianças mostrando que há um Pai e uma Mãe que nos amam verdadeiramente”.

 

Voltamos com mais do que damos

Após o tempo de missão, aproveitou para viajar pela América do Sul até ao final de Outubro e diz-nos que, neste momento, ainda se sente a “aterrar”. Os seus próximos passos passam por arranjar trabalho, continuar no seu grupo de oração e partilha quinzenal e procurar um projecto de voluntariado onde se possa inserir. “Os últimos meses foram muito importantes. Fui com um grande desejo de poder dar algo às pessoas com quem me ia cruzar. Inevitavelmente, voltamos com mais do que damos. Espero que a alegria de viver das pessoas com quem me cruzei, e o seu testemunho, possam fazer eco no meu interior e me levem a proclamar ainda mais que viver é ser amado”, partilha.

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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