Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Obsessão
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A recente “Nota para a receção do capítulo VIII da exortação apostólica Amoris Laetitia” do Cardeal-Patriarca, entre muitos outros comentários feitos a propósito e a despropósito, fez ressurgir aquela célebre acusação de que a Igreja católica tem uma “obsessão com o sexo”.
A este propósito, não deixa de ser interessante verificar aquilo que se passa à nossa volta. Vejamos alguns exemplos. Qual é o filme contemporâneo que passe nas salas de cinema ou na televisão, vindo de Hollywood, de França, de Inglaterra ou Itália em que não exista uma referência ao sexo, mais ou menos explícita? Qual é a canção — dessas que passam em todas as rádios e cujos cantores fazem correr adolescentes (e adultos) para filas intermináveis quando dão um concerto em Portugal — que não tenha pelo meio do seu “poema” um palavrão (em inglês ou mesmo português)? E que dizer dos concertos (sobretudo aqueles de Verão)? Qual é o filme publicitário (ou cartaz) que passe na televisão em que não esteja subentendida a vida sexual? Qual o humorista português que não viva à custa de “piadas picantes”? Qual o programa de entretenimento que passe na nossa televisão que não tenha “frases com segundo sentido”? Se bem me recordo, até já houve um dirigente partidário que queria ter um “partido sexy”… E poderíamos continuar.
Creio que estes exemplos bastam para mostrar como vivemos numa sociedade verdadeira e tristemente obcecada pelo sexo. O sexo banalizou-se. Tornou-se comum e violento. Deixou de ser expressão de amor e fonte de vida. Passou a ser um lugar de domínio do outro, modo de expressão dos desejos do mais forte, encontro de dois egoístas. E de tal forma que tudo parece girar à sua volta.
Longe de obsessão pelo sexo, talvez a Igreja esteja antes a falhar pela falta de evangelização desta dimensão, boa e delicada, verdadeiramente humana, da nossa existência.
E é claro que sim: tudo o que é vida humana tem a ver com o Evangelho. Quando nos demitimos de o afirmar e de o mostrar estamos a dizer que a fé só tem a ver com uma parte da vida. E não é verdade: tem a ver com a vida toda.
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