Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
A importância do horizonte

Podemos viver felizes no fundo de um poço? Claro que sim. Basta que tenhamos nascido, crescido e vivido no fundo desse poço, e que nunca tenhamos suspeitado que aquele azul que está lá em cima é o caminho por onde se oferece um horizonte infinito. Como é óbvio, se alguém nasceu fora do poço; se lhe disseram alguma vez que existe mundo para lá daqueles tijolos; se, muito simplesmente, alguém começa a imaginar que a boca do poço é a saída para um outro mundo — nesses casos, nada feito: o poço é mesmo uma prisão, insuportável.

Como é óbvio, o horizonte da nossa vida não é apenas importante: é essencial.

Um ser humano que tenha como horizonte apenas o dia de hoje, de pouco se importa com o dia de amanhã. Quer somente aproveitar as horas que lhe faltam e que estão à sua disposição. Nem se pode importar com os outros (não tem, sequer, tempo para pensar neles). O essencial é sobreviver, mesmo que, para isso, seja necessário matar ou espezinhar. Tudo gira à sua volta. É preciso ser egoísta e ambicioso para sobreviver. Amanhã será um outro dia — um outro hoje, mas o horizonte é sempre o mesmo: pequeno, estreito, limitado. Um poço, maior ou mais pequeno. Mas poço.

Alguém que tenha como horizonte algumas dezenas de anos começará a pensar se vale ou não a pena cuidar do dia de amanhã. Pensará que, talvez, hoje seja possível trabalhar e fazer algum esforço para, daqui por alguns anos, poder ter uma vida melhor. E começará também a pensar nos seus filhos. E naqueles que estão à sua volta. Começará a perceber que a vida não se vive sozinho e que necessitamos uns dos outros. Que o mundo, se for mais justo, poderá ser melhor para todos…

Mas… E se alguém te disser que existe vida eterna? Que, para lá daquele azul brilhante que ilumina a vida do mundo que vemos e em que vivemos, existe um infinito de vida? E se alguém vier ter contigo e te convidar a sair do poço, oferecendo-se para te levar aos ombros? Vale a pena arriscar? Vale a pena viver nesse horizonte de vida, em que a morte foi derrotada e onde Deus vem ter connosco e nos oferece a Sua vida?

É verdade que a importância do eu foi diminuindo. De centro do mundo quando vivia apenas para o hoje, o eu passou a necessitado de ajuda, a precisar de ser salvo. Mas vale a pena? Ainda alguém tem dúvidas de que vale a pena arriscar na vida eterna e viver no horizonte de Deus?

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