Vocações |
A Semana das Vocações no Mosteiro do Sagrado Coração de Jesus: Monjas Concepcionistas Franciscanas
“Cheias da Luz e do Amor de Jesus”
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Durante a semana de oração pelas Vocações, várias congregações religiosas da nossa Diocese de Lisboa abriram as suas portas a jovens (maiores de idade) para eles e elas pudessem viver a semana ao ritmo da vida das próprias comunidades. 6 raparigas e 13 rapazes aceitaram o desafio. Entre elas, a Constança Almeida Carvalho, de 25 anos, viveu a Semana.com com as Monjas Concepcionistas Franciscanas. Partilhamos aqui o seu testemunho.

 

Quando cheguei e vi as grades, fiquei assustada. De um lado, as irmãs. Do outro, eu. A primeira sensação foi de prisão, mas mal olhei para cada uma das queridas irmãs, percebi que não estavam presas. Percebi que eram livres e que estavam cheias da Luz e do Amor de Jesus.

Ao longo da semana, fui percebendo que a sua missão de estarem ao serviço de Deus e do mundo pela oração me deixava descansada por estar tão bem entregue.

Fui recebida por todas as irmãs com uma generosidade indescritível. Juntas, principalmente através da oração, criámos amizades que quero levar comigo para sempre. 

Foi como descobrir-me nova casa onde posso sempre voltar e onde quero sempre voltar.

Esta casa é o princípio. É o sítio do lago onde a pedra caiu e, como se espalham as pequenas ondas à sua volta (que chegam a todo o lado) também o bem se espalha a partir deste princípio, destas queridas irmãs. 

Agradeço a Deus esta graça que me deu e às irmãs por me ajudarem a ir ao seu encontro. 

As vocações XPTO são o máximo!

 

testemunho de Constança Almeida Carvalho (25 anos); fotos do Arquivo do Jornal Voz da Verdade 


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Da Palavra Nasce a Vocação

“Passar fazendo o bem à imitação do Mestre Divino”

 

Eu pertenço ao meu Amado, e o seu desejo impele-o para mim.” Ct 7, 11

Chamo-me Rosária José Monteiro, tenho 28 anos e sou irmã da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, SNSF, há 6 anos.

O meu percurso vocacional está marcado por uma procura constante d’Aquele que nos pode saciar plenamente, como a amada do livro do Cântico dos cânticos: “No meu leito, toda a noite, procurei aquele que o meu coacção ama (…)” Ct 3, 1

Procurei-O desde sempre, embora nem sempre foi claro que era Ele que eu procurava.

Sou a primogénita de 6 irmãos, nasci num bairro na periferia de Luanda, Angola, no seio de uma família simples, mas posso dizer cheio de valores humanos impregnados de um olhar cristão. Os meus pais sacrificaram-se muito, mesmo em tempo de guerra civil, para cuidarem e darem aos filhos uma boa educação. O meu pai, sobretudo, ensinou-me a desejar sempre o melhor (as coisas bem-feitas), as melhores notas na escola (…). Mas isto não era apenas uma questão de educação. No fundo de mim havia um grande desejo: queria fazer alguma coisa pela paz no meu país; eu era criança, mas tinha aprendido na catequese que podia falar com o Amigo Jesus, rezar.

Repetidas vezes, aos domingos a tarde, sentava-me a ler os Evangelhos (naquela altura, como em muitos casos ainda hoje, as crianças em Luanda não tinham livros para ler). Recordo-me que no final da leitura dos capítulos sobre a paixão e morte de Jesus dizia que queria dar a vida como Ele. O Senhor vinha ao meu encontro e eu procurava-O na simplicidade.

Com o passar dos anos continuei a confirmar que o meu coração desejava algo grande, que me sacia-se plenamente e com a ajuda dos catequistas e dos encontros de acompanhamento vocacional aceitei o desafio de entrar num caminho de procura mais acompanhado. Depois de um tempo de discernimento vocacional marcado pela alegria, mas também por lutas entre o meu desejo humano de grandeza e o deixar que Deus tomasse este desejo e o fosse purificando. Foi muito importante para mim, nesta etapa, o acompanhamento de uma Irmã SNSF, que sempre me apontava para Jesus, ajudando-me a compreender como era infinitamente amada por Ele e como é feliz quem se dispõe a procurar o projecto de felicidade que Ele tem para si; não perde tempo, como eu pensava, mas entra num caminho de conhecimento de si em Deus e de procura da Sua vontade, basta para isso: ser aberto, confiar, arriscar e ter tempo para Deus.

Continuando o meu caminho de procura, em 2009 fui para o Noviciado das Irmãs SNSF, em Moçambique, onde fiz em 2012 os meus primeiros votos e como a amada do Cânticos dos cânticos pude dizer “Encontrei Aquele que o meu coração ama” Ct 3,4

Fui depois enviada para Portugal onde continuei a formação como consagrada e a formação académica. Durante estes anos tive também a graça de trabalhar com crianças, adolescentes e jovens e perceber a grandeza da missão que o Senhor nos confia e que Luiza Andaluz, Fundadora da Congregação das SNSF, traduz nestas palavras “Passar fazendo o bem à imitação do Mestre Divino, tornar felizes os que nos rodeiam que doce programa de vida”.

Depois de 6 anos de vida consagrada, no dia 4 de fevereiro deste ano disse, como Maria no seu “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, o meu sim definitivo ao Senhor, através da profissão perpétua. Desejo de todo o coração viver em perpétua fidelidade ao Meu Senhor e Amado, confio na sua fidelidade que é Eterna, por isso canto a alegria de pertencer ao Senhor para sempre. O caminho de procura continua, em vista de uma fidelidade sempre maior e mais próxima da d’Ele.

  

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Geocaching Vocacional

Reparar o Coração de Jesus, com uma vida centrada na Eucaristia

 

A Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus nasceu em finais do século XIX, em Espanha. A intenção das suas fundadoras, Santa Rafaela Maria e Madre Pilar, foi criar uma família com uma missão particular na Igreja: reparar o Coração de Jesus, com uma vida centrada na Eucaristia, através da sua celebração e adoração. A missão centra-se essencialmente na educação evangelizadora, em colégios, nas paróquias, em escolas e bairros, em residências universitárias e em casas de oração.

Hoje existem cerca de 1000 Escravas, espalhadas por 130 comunidades, em 23 países. De Sta. Rafaela Maria recebemos a “herança” de uma forma de olhar para o mundo com esperança e misericórdia, descobrindo nele as faltas de Vida, as necessidades de reparação, as “feridas” que pedem o amor do Coração manso e humilde de Jesus.

 

A Missão e o Espírito do Instituto baseiam-se em cinco vertentes fundamentais:

1. Reparação ao Coração de Jesus – Responder ao amor de Deus com amor

A entrega radical da nossa vida em resposta ao Amor de Deus e às necessidades do mundo é a nossa forma concreta de estar na Igreja: promover a comunhão e a reconciliação dos homens entre si e com Deus; ajudar a descobrir e a reconstruir a “imagem de Deus” que todos levamos dentro; curar feridas, acompanhar os que sofrem, “fazer a vida feliz aos que nos rodeiam”, como dizia Santa Rafaela; contemplar o Coração de Deus e, nele, aprender a com-padecer, a abraçar compassivamente todas as dores do mundo e a alentar a vida.

2. A Eucaristia, no coração da nossa vida.

A Eucaristia, celebrada e vivida pelas Escravas todos os dias, e prolongada na Adoração Eucarística, é motor que dinamiza e que faz aumentar em nós o desejo de viver uma vida plena, uma vida de entrega até ao fim, para que “todos O conheçam e O amem” e para que a Humanidade inteira, sem exceção, possa sentar-se à mesa de Deus, com a dignidade que Ele, desde sempre, lhe concedeu. Com razão escreveu uma das primeiras Escravas que “a Eucaristia é a vida do Instituto como a raiz é a vida da árvore”.

3. Espiritualidade Inaciana

Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, autêntica escola de afeto e oração, e momento privilegiado de encontro com Cristo, que fazemos uma vez por ano, são um instrumento valioso para viver em atitude de discernimento e centradas em amar e servir a Deus com maior fidelidade.

4. Ação apostólica, comunhão com Cristo na sua vida e missão

A contemplação da entrega “até ao fim” de Jesus Cristo e o inconformismo perante as injustiças do mundo e o sofrimento de tantos homens e mulheres levam-nos a desejar entregar a vida para colaborar com Cristo na construção de um mundo mais justo e mais humano, onde todos se sintam verdadeiramente irmãos, filhos de um Pai Bondoso e Misericordioso.

Educar, para uma Escrava, é ajudar a crescer, ajudar a descobrir e potenciar o tesouro que todos temos dentro, toda a riqueza que podemos pôr ao serviço dos que nos rodeiam; educar é promover e acompanhar, aprender a ver o positivo de cada pessoa e situação, mas também aliviar sofrimentos e curar feridas… é amar o Outro com a sua história e nas circunstâncias pessoais e concretas; é ajudá-lo a descobrir, em todos os momentos, a sua identidade mais profunda: ser filho ou filha muito amado de Deus, irmão ou irmã de toda a Humanidade. A nossa missão educativa e reparadora expressa-se em escolas e colégios, mas não se esgota neles: vivemos a educação evangelizadora em bairros sociais, paróquias, centros de espiritualidade, residências universitárias, centros de saúde… e em qualquer outra missão que responda às necessidades mais urgentes do nosso mundo!

5. Um corpo para a missão – Comunidade e Universalidade

Sentimo-nos chamadas a partilhar a mesma missão e queremos situar-nos na vida procurando a comunhão e empenhando-nos em construí-la onde ela não existe. Reconhecendo a riqueza da diversidade, queremos dar testemunho, neste mundo fragmentado e dividido, de que é possível a comunhão para além dos vínculos de sangue, nacionalidade e cultura.

Na comunidade, encontramos o estímulo para viver a nossa missão reparadora, com um coração universal; partilhamos o que somos e o que temos, o que vivemos e padecemos, conscientes de que formamos um só Corpo para a missão; encontramos ajuda para viver com maior radicalidade a nossa consagração, apoiando-nos umas às outras e criando laços de carinho, confiança e liberdade que nos permitem manter a fidelidade a Deus e ao Seu projeto para cada uma e para o Instituto.

 

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AGENDA

25 e 27 de maio - Retiro para Parar, Escutar, Discernir e Avançar (maiores de 18). 

Mais informações em vocacoesxpto@gmail.com

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