Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Os défices

A palavra “défice” já entrou no nosso vocabulário e nas nossas preocupações. Habitualmente por causa do “orçamento” e das autoridades de Bruxelas.

Mas existem outros défices em Portugal. Assim, por exemplo, há já muito tempo que a população portuguesa tem vindo a diminuir. O primeiro ministro diz que dentro de pouco tempo, se não forem tomadas medidas, seremos apenas 7 milhões de portugueses. Recorda ainda que em 1990, por cada 100 jovens portugueses havia 68 idosos, mas que em 2016 por cada 100 jovens existiam já 150 idosos.

E o Instituto Nacional de Estatística divulgou na passada segunda feira (30 de Abril) alguns números a respeito do envelhecimento da nossa população. Assim, de acordo com o INE, em 2017 a população portuguesa continuou a diminuir pelo 9º ano consecutivo: uma vez mais as mortes de residentes em Portugal (109.586) foram superiores aos nascimentos (86.154). No ano passado houve, portanto, um défice de - 23.432 pessoas.

Certamente, o país não pode deixar de estar aberto à vinda de imigrantes. Este nosso mundo globalizado não se compadece com fronteiras fechadas. E não podemos deixar de acolher (nós que fomos e somos um país de emigrantes) aqueles que vêm ter connosco à procura de trabalho e de melhores condições de vida.

Mas todos estes dados me fizeram ir à procura de outros. Fui em busca dos dados acerca do número de abortos que se realizam anualmente em Portugal. No “Pordata” apenas consegui dados (previsões) para 2015. Nesse ano realizaram-se, ao que tudo indica, cerca de 16.450 abortos nas estruturas do Estado ou pagas por ele. Podemos supor que em 2017 esse número tenha diminuído significativamente – que, na melhor das hipóteses, tenha sido de 15.000 (ou seja cerca de 41 abortos por dia, sem contar com as situações em que actua a “pílula do dia seguinte”).

É certo que as contas não se podem fazer assim tão directamente. Mas, desculpem os leitores, não me sai do pensamento que, se não tivessem sido mortos esses cidadãos portugueses, mais de metade do défice que existe entre nascimentos e óbitos tinha sido resolvido…

De facto, o nosso défice não é apenas aquele orçamental que tanto tem preocupado os nossos governantes. Existem outros défices: o défice demográfico, o défice de defesa da vida e de políticas que a sustentem, e muitos outros… Muitos outros!

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