Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Santo também pelo desporto
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No passado dia 1 de junho foi publicado, pela Santa Sé, um documento sobre o desporto que, não apenas os desportistas mas todos os dirigentes desportistas, deveriam ler. “Dar o melhor de si”, é um documento sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana, da responsabilidade do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Devo sublinhar que corremos um sério risco de considerar como desporto apenas o futebol e, muitas vezes, parece que quando se fala de desporto nos restringimos a essa modalidade desportiva. As televisões gastam horas a fio com programas, apenas sobre o futebol, onde se alimentam tensões, discussões, e acredito que suscitam nos mais suscetíveis, também reações agressivas. Talvez sejam formas de libertar adrenalina, mas o certo é que à volta de uma realidade tão bela, como o é e pode ser o desporto, se criam outros ‘espectáculos’ de menor beleza, por causa de uma atitude comercial no desporto.

As manchetes dos jornais oferecem grandes títulos sobre eventuais actos de corrupção, fraudes, dirigentes ‘ditadores’, desonestidades, e tantas notícias que ofuscam o melhor que se pode tirar do desporto. No entanto, o desporto é muito mais do que isso e, segundo o Papa Francisco, o desporto pode ser “um meio de encontro, de formação, de missão e santificação”.  É desta forma que o Pontífice acolhe este documento sobre o desporto, e numa carta enviada ao Cardeal Kevin Farrel, Prefeito do dicastério responsável por este documento, Francisco refere que, numa cultura dominada pelo individualismo, “o desporto é um âmbito privilegiado em torno do qual as pessoas se encontram sem distinções de raça, sexo, religião ou ideologia e onde podemos experimentar a alegria de competir para alcançar uma meta juntos, participando numa equipa em que o sucesso ou a derrota se partilham e se superam. Isto ajuda-nos a rejeitar a ideia de conquistar um objectivo centrando-se apenas em si próprio”, observa o Papa Francisco.

Este documento, com cerca de quarenta páginas, está disponível no site do Vaticano apenas em inglês, italiano e espanhol, e aborda questões como a relação da Igreja com o desporto, a corrupção no desporto, os adeptos e os espetadores. Sobre estes últimos refere o documento: “As equipas, as associações, as federações desportivas, seja nas escolas seja no deporto profissional têm a responsabilidade de assegurar que o comportamento dos espetadores respeite a dignidade de todas as pessoas que participam ou assistem a um evento desportivo”.

Um documento que surge oportunamente, numa altura em que as atenções estão viradas para o Mundial de Futebol na Rússia, mas muito oportuno, também, olhando para o panorama desportivo que se vive atualmente no nosso país.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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