Esta semana fui surpreendido com a notícia do fecho do Colégio Salesiano de Poiares, no concelho de Peso da Régua. Segundo a notícia publicada, esta decisão de encerramento deve-se ao facto da perda do regime de contrato de associação com o Ministério da Educação, afectando 225 alunos, 25 funcionários, 21 professores e uma aldeia do Douro vinhateiro que tinha neste colégio o seu motor social e económico.
No mesmo relato era apontado que a Poiares chegavam alunos da Régua, Vila Real e de outros concelho próximos, bem como professores e funcionários, e que outros pequenos negócios da região subsistiam porque, também, prestavam serviços para aquela escola. E mais: naquela região não existem alternativas de emprego o que vai trazer repercussões sociais. Segundo responsáveis daquele colégio, “com as alterações aos contratos de associação, o colégio perdeu turmas e, devido às novas regras de domiciliação fiscal, os alunos de, por exemplo, Vila Real, já não podem ir para ali estudar”.
Esta é uma questão que já não é nova e que, nos últimos anos, tem levado a diversas manifestações públicas, dado que afeta muitas escolas no país, algumas que, inclusive, se destacam nos rankings nacionais da qualidade de ensino.
Esta notícia fez-me pensar, sobretudo, no perigo que estamos a correr ao ficar sujeitos, apenas, àquilo que é a educação oferecida pelo Estado, não possibilitando a escolha aos pais, e sujeitando a planos de educação onde se vai querendo influenciar para a liberdade e a normalidade de determinados comportamentos humanos.
Em determinadas situações, e não conhecendo a gestão das escolas que correm graves riscos de encerramento, poderemos estar a falar de instituições privadas que terão, com certeza, os seus objectivos lucrativos. As escolas salesianas, por seu lado, são a concretização de uma missão iniciada pelo seu fundador, São João Bosco, que viu na educação a oportunidade de “formar bons cristãos e honestos cidadãos”.
Hoje, saber do encerramento de uma escola salesiana, num lugar do interior do país que, como refere a dita notícia, pode pôr em causa a saída daquela comunidade religiosa daquele lugar, é perspectivar um abandono de comunidades, deixando de lado uma obra social, cultural e religiosa dado que os sacerdotes salesianos têm também a responsabilidade de acompanhar as paróquias vizinhas. Por isso, não é apenas a educação que está em causa, mas a vida de várias comunidades.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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