Juventude |
No Museu Nacional de Arte Antiga e na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra
Uma tarde | 30 jovens | A arte e a Palavra de Deus que a inspirou!
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Neste ano da Palavra, foi com este mote que desafiámos os jovens a ver para além do óbvio. Nos dias 3 de Junho, no Museu Nacional de Arte Antiga, e 9 de Junho, na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, descobrimos como da Palavra nasce a Arte! Deixamos o testemunho de dois jovens participantes. 

“Uma obra de arte pode ser um retiro!”... começou assim para mim este encontro onde “Da Palavra nasce a Arte”. A Palavra de Deus traz-nos a boa nova. Uma luz que deve incendiar os nossos corações, sendo caminho para os nossos dias. Em cada época, fomos sendo contagiados pelos homens e mulheres que foram fazendo da Palavra de Deus o seu caminho. Uns não sabiam ler e foram sendo contagiados com a Palavra pelos outros, pelos contadores de histórias. Outros, tomaram a Palavra como ponto de inspiração para as suas obras de arte, pintura, escultura... Outros ainda, usaram da Palavra para de encontrarem com Deus, em grandes momentos de silêncio e retiro interior de forma a criarem as mais fiéis iluminuras.

Nesse domingo tivemos o privilégio de conhecer mais a fundo algumas obras de arte, mais concretamente três pinturas a óleo de meados do século XVI. Analisámos uma “Anunciação”, um “Julgamento Final” e o “Ecco Home”. Conduzido pelo Pe. Pedro da paróquia de Santa Catarina, em Lisboa, e professor na Universidade Católica. Considero que foi essencial este encontro promovido pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa para me ajudar a ir mais além nesta análise da arte. Não da Arte pela Arte mas da Palavra na Arte. Para começar, há um contexto histórico: a arte em si e a Palavra transportada para a arte, advêm de um tempo antigo, um tempo em que o paganismo tinha a sua forma e intensidade. Neste tempo a arte é utilizada como representação, como cultura de um povo. A Igreja reage a este contexto com algum receio, o da idolatria, em que os fiéis possam começar a criar ídolos de imagens e não Deus. Foi-nos transmitida esta análise ao contexto histórico, ir ao princípio para compreendermos o que Deus nos quer transmitir. Para mim, creio que me obriga a ir mesmo mais ao fundo de cada questão e compreender que no nosso dia a dia também os pormenores de cada situação nos obrigam a uma paragem e análise mais profunda sobre os porquês. Sobre os contextos em que cada ação ocorre, em que cada pessoa nos chega, nos fala... os gestos como o faz.

No “Julgamento”, obra criada no tempo do Concílio de Trento, com a entrada de Lutero, existe um apelo à conversão. Um apelo à nossa moral, “se vivermos o evangelho ascenderemos ao céu; se nos portarmos mal iremos para o inferno.”  É uma verdadeira catequese esta obra.

Na “Anunciação” os pormenores do tapete, do lírio, da tesoura e linha, recordam-nos a importância de Maria, a virgem cheia de graça que concebeu o Salvador de mundo! Maria a escolhida para “tecer o manto da Igreja, aquele que mais tarde foi indicativo da morte de Jesus”... Ver verdadeiramente uma obra de arte é quase como fecharmos os olhos, posicionarmo-nos no seu tempo, com os seus autores, escritores e deixarmo-nos levar pela escuta do evangelho. A nossa visita concluiu com a análise do “Ecco Home”, uma imagem da Paixão de Cristo. Silêncio. Foi o que senti quando olhei esta obra. Um momento de profundo silêncio, de contemplação, de vida e de morte. Uma representação para a meditação da Paixão de Cristo. Há agressividade mas também serenidade.

Terminámos este encontro onde claramente a Palavra que nos fala sobre a Paixão de Cristo está naquela obra. Uma peça de Arte que é a Palavra da Paixão. Assim mesmo. Como um momento de silêncio interior, de retiro para junto de Cristo, para junto dos que sofrem e para junto da luz que é seguir Jesus e a Sua Palavra de Salvação.

testemunho de Marta Barreto

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Vários jovens viveram, no passado dia 9 de Junho, ‘Uma Lectio Divina na Biblioteca do Convento de Mafra’. Começámos por percorrer vários espaços do monumento, onde a Arquitetura, a Escultura, a Pintura, e riquíssimos objetos, nos desarmam de tanta beleza. Chegados à Biblioteca do Convento, observamos mais de 30 000 volumes, datados desde o século XV até ao século XVIII, com obras de teor religioso e da cultura. Destaque para bíblias ricamente ilustradas e em várias línguas, latim, grego, hebraico, cirílico, entre outras.

Seguiu-se a Lectio Divina conduzida pelo Pe. Alexandre Palma, onde partindo do Evangelho de São Lucas (Lc 4 16-30), no episódio em que Jesus lê na Sinagoga, pudemos aprofundar as várias etapas desta leitura orante: Lectio (leitura), Meditatio (meditação), Oratio (oração) e Contemplatio (contemplação). Neste episódio encontramos Jesus no início da sua vida pública adulta, que como nós se vê confrontado com as escrituras e a sua interpretação. Jesus, que lê na Sinagoga, passa a ser texto lido, quando confirma “Hoje cumpriu-se esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”, e se reconhece como o Messias “Ele me consagrou com a unção”.

Uma Biblioteca, no Egipto designada como “Lugar de cura da Alma”, ou em Berlim como “Nutrimentum Spiritus” (Alimento do Espírito), foi o espaço para aprofundarmos aquilo que para nós é o verdadeiro “Lugar de Cura da Alma” e “Alimento do Espírito”, a Bíblia.

texto por Tiago Póvoa, Venda do Pinheiro

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Encontro com Luigi Maria Epicoco

Luigi Maria Epicoco, sacerdote italiano, tem 38 anos e é autor de inúmeros livros. Além de pároco e director de uma residência universitária, está presente em inúmeras conferências, programas de Televisão e Rádio e nas redes sociais. Vem a Portugal pela primeira vez falar de fé, juventude e esperança. A não perder mesmo, no dia 20 Junho, pelas 21:30 na Paróquia do Campo Grande.

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