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“Muitos batizados vivem como se Cristo não existisse”
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O Papa Francisco vai estar cinco dias no Panamá, para a Jornada Mundial da Juventude. Na semana em que denunciou o “trabalho indigno” no mar, o Papa defendeu que “não há alternativa possível à paz no Médio Oriente”, assinalou os cinco anos da viagem a Lampedusa, viu falecer o cardeal que anunciou ao mundo a sua eleição como Sucessor de Pedro e nomeou um jornalista italiano para presidir ao Dicastério para as Comunicações da Santa Sé.

 

1. O Papa Francisco vai estar cinco dias nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) no Panamá, em janeiro de 2019. Numa nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, é referido que o Papa chega àquele país no dia 23 de janeiro, quarta-feira, regressando a Roma no dia 27, Domingo. Francisco, que participou no encontro no Rio de Janeiro, no Brasil, logo no ano (2013) em que foi eleito, esteve também na jornada de Cracóvia, na Polónia, em 2016. As JMJ realizam-se, habitualmente, no verão, mas no caso do Panamá vai-se realizar no início do ano.

Também nesta semana, o Vaticano divulgou o programa da viagem do Papa ao Báltico. Francisco vai estar, de 22 a 25 de setembro próximo, em três países: Lituânia, Letónia e Estónia. Além das capitais, Francisco vai fazer deslocações a outras cidades, com destaque para a visita e oração no Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, em Vilnius. A viagem terá as habituais celebrações litúrgicas e encontros com fiéis e autoridades dos respetivos países, com o Papa a privilegiar uma atenção especial aos jovens desta zona ex-soviética e momentos de encontro ecuménico, sobretudo em Riga e em Tallin.

Recorde-se que antes ainda desta viagem ao Báltico, o Papa Francisco vai visitar a Irlanda, no fim-de-semana de 25 e 26 de agosto, para participar no Encontro Mundial das Famílias.

 

2. O Papa Francisco associou-se à celebração do ‘Domingo do mar’, evocando situações de “trabalho indigno” e a poluição dos oceanos. “Deixo uma palavra particular aos que vivem situações de trabalho indigno no mar, bem como aos que se empenham para libertar os mares da poluição”, referiu, após a recitação do Angelus, no passado Domingo, 8 de julho. Francisco recordou que a Igreja celebrava um Domingo dedicado aos pescadores e aos trabalhadores do mar, que se estima que sejam mais de um milhão e 200 mil pessoas, em todo o mundo. “Rezo por eles e pelas suas famílias, bem como pelos capelães e voluntários do Apostolado do Mar”, declarou.

O Papa Francisco lembrou ainda a importância da fé e da sua presença necessária na vida dos cristãos, referindo que “a falta de fé é um obstáculo à graça de Deus”. “Muitos batizados vivem como se Cristo não existisse. Repetem os gestos e os sinais da fé, mas isso não corresponde neles a uma real adesão à presença de Jesus e ao seu Evangelho”, sublinhou, exortando “cada cristão” a “aprofundar esta pertença fundamental, procurando testemunhá-la como uma conduta de vida coerente, cujo fio condutor é a caridade”.

 

3. O Papa Francisco encerrou um encontro ecuménico com responsáveis cristãos da Terra Santa, na cidade italiana de Bari, defendendo que “não há alternativa possível à paz no Médio Oriente”. “Não se pode levantar a voz para falar de paz, enquanto, às escondidas, se perseguem desenfreadas corridas ao rearmamento”, alertou o Papa, no passado sábado, 7 de julho. “Basta de lucros de poucos à custa de muitos! Basta de ocupações de terras, que dilaceram os povos! Basta de sobrepor as verdades de uma parte sobre as esperanças da gente! Basta de usar o Médio Oriente para lucros alheios. A guerra é o flagelo que acomete tragicamente esta amada região e as suas vítimas são sempre as gentes simples”, advertiu, diante da Basílica de São Nicolau. Francisco convidou todos a superar diferenças, evitando a tentação de construir “muros” ou de se afirmar através da força, e defendeu “a escuta e o diálogo” como caminhos para o Médio Oriente. “Somente assim os gritos de guerra se transformarão em cânticos de paz”, sustentou. Evocando o “clamor” das crianças que são vítimas da guerra, o Papa rezou pelo Médio Oriente, para que “sejam dissipadas as suas trevas de guerra, do poder, da violência, dos fanatismos, dos lucros iníquos, da exploração, da pobreza, da desigualdade e do não reconhecimento dos direitos humanos”. Simbolicamente, foram largadas pombas brancas, num gesto pela paz.


4. Ao assinalar os cinco anos da sua viagem à Ilha de Lampedusa, o Papa apelou a uma política justa para lidar com o problema das migrações, e pediu “solidariedade e misericórdia”. “Perante os desafios migratórios da atualidade, a única resposta sensata é a solidariedade e a misericórdia; uma resposta que não faz demasiados cálculos, mas exige uma divisão equitativa das responsabilidades, uma avaliação honesta e sincera das alternativas e uma gestão prudente”, frisou o Papa, na homilia da celebração na Basília de São Pedro, no passado dia 6 de julho, que contou com a presença de cerca de 200 pessoas, entre refugiados e socorristas. Francisco acrescentou que a “política justa é aquela que se coloca ao serviço da pessoa, de todas as pessoas interessadas; que prevê soluções idóneas a garantir a segurança, o respeito pelos direitos e a dignidade de todos; que sabe olhar para o bem do seu país tendo em conta o dos outros países, num mundo cada vez mais interligado”. A viagem do Papa à ilha italiana de Lampedusa, a primeira do pontificado, no dia 8 de julho de 2013, evocou o drama dos milhares de migrantes que tentam entrar na Europa e acabam por perder a sua vida no mar Mediterrâneo.


5. O cardeal D. Jean-Louis Pierre Tauran, que anunciou ao mundo a eleição do Papa Francisco, faleceu no passado dia 5 de julho, aos 75 anos. O cardeal francês chefiava o departamento do Vaticano dedicado ao diálogo inter-religioso, um cargo que o colocava na linha da frente do diálogo com o mundo islâmico. Falou várias vezes em defesa dos cristãos nos países muçulmanos e criticou o facto de, em alguns países árabes, os não-muçulmanos serem tratados como cidadãos de segunda.


6. O Papa Francisco nomeou um jornalista italiano para presidir ao Dicastério para as Comunicações da Santa Sé. Paolo Ruffini, de 61 anos, até agora diretor da rede televisiva da Conferência Episcopal Italiana (TV2000), passa a ser o primeiro leigo a dirigir este dicastério, criado em 2015 para coordenar os media do Vaticano.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
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