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Viver a fé cristã “no amor a Deus e ao próximo”
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O Papa Francisco enviou telegramas para a Grécia e para Laos. Na semana em que denunciou as “tragédias” no Mar Mediterrâneo, o Papa apelou à evangelização “sem medo” e anunciou a canonização de um jovem leigo italiano no mesmo dia dos beatos Paulo VI e D. Óscar Romero.

 

1. O Papa enviou, esta terça-feira, dois telegramas, um para a Grécia e outro para o Laos, onde presta a sua solidariedade e oração perante as tragédias que se vivem em cada um dos países. Na Grécia, violentos fogos já causaram a morte a mais de 70 pessoas e consumiram cerca de mil casas. No Laos, uma barragem colapsou, deixando centenas de pessoas desaparecidas e milhares desalojadas.

No telegrama dirigido à Grécia, o Papa envia uma palavra de “encorajamento às autoridades civis e ao pessoal de emergência numa altura em que ainda prosseguem os esforços de salvamento”. Também na mensagem deixada ao Laos, o Papa renova a sua solidariedade para com o pessoal que participa nas operações de socorro.

Já esta terça-feira, 24 de julho, o Arcebispo católico de Atenas referiu que a região vive um momento de “inferno”. “É um verdadeiro inferno, uma carnificina”, disse D. Sevastianos Rossolatos, mostrando-se preocupado com a “intensidade e a vastidão” que os incêndios continuam a ter, rezando pelos mortos, pelos que “perderam tudo” e pelos que estão envolvidos nas operações de combate.

 

2. O Papa Francisco manifestou “dor” pelas mortes de imigrantes no Mar Mediterrâneo, ao longo das últimas semanas, pedindo a intervenção urgente dos responsáveis internacionais. “Nas últimas semanas, chegaram notícias dramáticas de naufrágios de navios cheios de imigrantes, nas águas do Mediterrâneo. Manifesto a minha dor diante de tais tragédias. Dirijo um forte apelo para que a comunidade internacional atue com determinação e rapidez, a fim de evitar que estas tragédias se repitam, garantindo a segurança e o respeito pelos direitos e a dignidade de todos”, frisou o Papa, a partir da janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do Angelus. Em junho, pelo menos 629 pessoas perderam a vida ao tentar chegar à Europa pelo Mar Mediterrâneo, o número mais alto desde novembro de 2016, segundo dados da ONU.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, na manhã do passado Domingo, 22 de julho, Francisco sublinhou também a necessidade de viver a fé cristã “no amor a Deus e ao próximo”. “Jesus fez-se dom para os outros, tornando-se assim modelo de amor e de serviço para cada um de nós”, apontou, na sua tradicional reflexão dominical. O Papa rezou depois, por intercessão da Virgem Maria, para que todos saibam assumir “os problemas, os sofrimentos e as dificuldades” do seu próximo, através de uma atitude de “partilha e de serviço”.

 

3. O Papa Francisco pediu aos participantes na V Conferência sobre a Nova Evangelização, que decorreu em Manila, nas Filipinas, um anúncio do Evangelho “sem repugnâncias e sem medo”, que não exclua ninguém. “É vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo”, porque “a alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém”, afirmou o Papa, numa mensagem divulgada no passado dia 20 de julho. Aos cerca de cinco mil participantes, Francisco exortou a “um discipulado e uma transformação missionária”, que tenha em conta não apenas o país, mas o “vasto continente asiático e além”.

A V Conferência sobre a Nova Evangelização decorreu na capital filipina até ao Domingo, 22 de julho. Na Missa inaugural, o cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo local, manifestou a importância de um anúncio a partir da pessoa de Jesus. “Trata-se de uma oportunidade para permanecer arraigados em Jesus. Ele é o Evangelho em pessoa”, indicou o cardeal Tagle.

 

4. O Papa anunciou que vai canonizar, no dia 14 de outubro, o beato Nunzio Sulprizio, padroeiro da juventude operária, juntamente com os beatos Papa Paulo VI e D. Óscar Romero. A revelação foi feita durante um Consistório Ordinário Público no Vaticano, realizado no passado dia 19 de julho.

Natural da Província de Pescara, o jovem leigo italiano Nunzio Sulprizio (1817-1836) viveu apenas 19 anos, mas que ficou conhecido como um exemplo para os mais novos, pela sua fé inabalável e força de vontade no meio das adversidades. Órfão desde cedo, foi criado pela sua avó materna, que viria a falecer quando Nunzio tinha apenas 9 anos de idade. Foi então entregue à guarda de um tio, que apesar da sua tenra idade colocou-o logo a trabalhar como ferreiro e marceneiro. “Sem poder frequentar a escola, foi obrigado a trabalhar inclusive quando ficou doente, com uma gangrena na perna”, refere a nota da Santa Sé. Nunzio Sulprizio acabaria por ser adotado por uma família de Nápoles, mas “já era demasiado tarde”, pois a sua saúde tinha-se deteriorado irremediavelmente. “Mesmo no meio da dor, Nunzio deu testemunho de uma fé inabalável. ‘Jesus sofreu muito por mim. Por que não posso sofrer por Ele?’, dizia o jovem que entregava a sua vida a Deus e pela conversão dos outros, mesmo que fosse por um único pecador”, acrescenta a informação do Vaticano.

A morte acabaria por chegar em maio de 1836, depois de o jovem, já acamado, “pedir o crucifixo e receber os sacramentos”. De acordo com os relatos da altura, atestados pela Santa Sé, o seu corpo, “desfigurado pela doença, começou a exalar um perfume de rosas, tendo ficado exposto durante cinco dias”. Após ter sido sepultado, o túmulo de Nunzio Sulprizio tornou-se desde logo um local de peregrinação.

No caminho para a canonização, Nunzio Sulprizio foi declarado como modelo para os mais novos, em particular para os jovens trabalhadores, através de um decreto de “heroicidade das virtudes” aprovado pelo Papa Leão XIII. No dia 1 de dezembro de 1963, a beatificação de Nunzio Sulprizio foi presidida, em Roma, pelo Papa Paulo VI, com quem vai, agora, ser canonizado.

Conforme foi anunciado, na sequência do Consistório Ordinário Público, o Papa Francisco vai canonizar o beato Nunzio Sulprizio, mas também o Papa Paulo VI (1897-1978), que liderou os destinos da Igreja Católica durante 15 anos, e D. Óscar Romero (1917-1980), antigo Arcebispo de El Salvador, morto a tiro em 1980 pela junta militar que então dominava o país. Nesse mesmo dia, Francisco vai ainda declarar como santos os padres Francesco Spinelli (1853-1913) e Vincenzo Romano (1751-1831) e as religiosas Maria Catarina Kasper (1820-1898) e Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus (1889-1943).

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