É um livro que quer chegar a todos os noivos, cristãos ou não. ‘Caminhada em Matrimónio’ foi publicado pela Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio e é uma proposta renovada também para todas as famílias. “Que seja um livro que se tem em casa para fazerem, todos, caminhada em Matrimónio”, deseja este movimento da Igreja.

“O livro ‘Caminhada em Matrimónio’ é uma proposta que fornece os elementos necessários para os noivos poderem receber o sacramento do Matrimónio com as melhores disposições e iniciar, com uma certa solidez, a vida familiar. É também uma proposta aberta e estimulante para as famílias e para a formação dos filhos sobre esta maravilhosa vocação do Matrimónio, que precisa de ser reconhecida, conhecida e valorizada como um caminho no amor e para o amor”. É desta forma que o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Joaquim Mendes, vê o novo livro da Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM), que foi apresentado na manhã do passado dia 8 de setembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.

Felicitando a direção nacional do CPM pelo “empenho e dedicação” colocados na elaboração da obra, D. Joaquim Mendes realçou que ‘Caminhada em Matrimónio’ é “uma proposta renovada e ampliada do CPM para a preparação dos noivos e famílias”. “É uma proposta de ‘caminhada’ e fruto de uma ‘caminhada’ sinodal, participada pelos Centros do CPM das dioceses da Igreja local, da sua experiência, dos seus contributos a juntar a outros individuais”, frisou.

Acolhimento, proposta e acompanhamento

Na sua intervenção, o Bispo que acompanha a pastoral familiar na Conferência Episcopal Portuguesa lembrou ainda que “o Papa Francisco na exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’, e em posteriores intervenções, tem sublinhado a importância da preparação para o Matrimónio e do acompanhamento dos jovens esposos e famílias, sublinhando neste processo a importância de três dimensões: o acolhimento, a proposta e o acompanhamento”.

Sobre o “acolhimento incondicional, respeitoso e fraterno, daqueles que batem à porta da Igreja com o desejo de celebrar o Matrimónio cristão”, D. Joaquim Mendes apontou a necessidade de se lhes “manifestar o rosto materno da Igreja, alegrando-se com eles e sendo facilitadores deste seu desejo”. Depois, a Igreja tem de “propor o caminho, ajudando, antes de mais, a descobrir o Matrimónio como uma vocação dada por Deus”. Finalmente, é necessário “acompanhar, partindo da realidade de cada um, dos sonhos, esperanças, frustrações, dúvidas, medos… Caminhar com eles, ao seu ritmo, escutar, dialogar, valorizar os seus sentimentos e sonhos, mesmo que irrealistas”, apontou.

Envolver a comunidade cristã

O prelado, que é também Bispo Auxiliar de Lisboa, lembrou ainda que no caminho de preparação para o Matrimónio é necessário “envolver toda a comunidade cristã”. “O Matrimónio não é de modo nenhum um sacramento privado, mas ‘uma verdadeira experiência de participação na vida eclesial’ (AL, 206). Os que acompanham os noivos na sua preparação devem ter esta consciência da dimensão eclesial do Matrimónio e de que representam a comunidade cristã que os acompanha, através deles”, apontou D. Joaquim Mendes, na apresentação do novo livro do CPM.

Atualizar os materiais

‘Caminhada em Matrimónio’ nasceu do desejo de atualizar os materiais de apoio para as sessões com noivos dos Centros de Preparação para o Matrimónio de Portugal, segundo explica ao Jornal VOZ DA VERDADE o responsável da Federação Portuguesa dos CPM, Joaquim Valente. “Quando éramos responsáveis diocesanos do movimento na Diocese do Porto ouvimos algumas vozes que nos diziam que os materiais estavam um pouco desalinhados com a atualidade. Quando tomámos posse, em novembro de 2016, começámos a preparar esta renovação, auscultando todas as equipas de base, nas paróquias, depois nas dioceses e só então reportando à direção nacional”, conta Joaquim que, com a mulher, Diná, forma o Casal Presidente do CPM. “Esta auscultação foi algo que nos deu muito trabalho, porque andámos a ‘peregrinar’ por todas as dioceses, coordenando sempre para a direção nacional, em especial para o nosso colega de equipa José Manuel Cabeda. Deste trabalho, resultou este livro ‘Caminhada em Matrimónio”, refere este leigo, da Paróquia de São João da Madeira, destacando ainda que a nova obra foi “inspirada pela exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’, do Papa Francisco”.

Joaquim, cuja ligação ao CPM “vem desde os tempos de noivo, em dezembro de 1980”, manifesta ainda o desejo de que esta obra chegue a todas as famílias. “Com este livro, lançámos novas dinâmicas e a grande mudança é essa, porque os materiais anteriores eram ‘apenas’ para o CPM; mas este livro é para toda a gente que queira fazer caminhada em Matrimónio, esteja ou não a viver segundo o casamento religioso, porque quem não está pode vir a querer estar. Apelamos a que as famílias – e não apenas os noivos que façam as sessões do CPM – possam levar este livro para as suas casas, para ele ser um instrumento que passe para os seus filhos. Que seja um livro que se tem em casa para fazerem, todos, caminhada em Matrimónio”, deseja o responsável da Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio.

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Ir ao encontro dos casais

Na apresentação do livro ‘Caminhada em Matrimónio – um guia para noivos e famílias’, o responsável da Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM), Joaquim Valente, considerou que, com a publicação da obra, se dava início “a uma nova era” de “ir ao encontro”, tal como indicado “pelo Papa Francisco” na exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’. No Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, este leigo lembrou que a publicação “é fruto do trabalho dos muitos casais e sacerdotes assistentes das equipas CPM, que no continente e ilhas responderam ao desafio da atual direção nacional, para renovar a linguagem e o grafismo dos materiais utilizados no CPM em Portugal”. “Agradecemos também a colaboração do Secretariado Nacional da Educação Cristã, não esquecendo todo o carinho e apoio que recebemos dos senhores Bispos nas visitas que fizemos às dioceses. Sem o trabalho em rede de todas as dioceses do país, este livro, de apoio para a nossa missão, seria seguramente muito mais pobre”, acrescentou.

Na sua intervenção, Joaquim Valente frisou ainda que o novo livro “não se esgota no seio do CPM”. “Foi pensado para acompanhar o crescimento das famílias desde a preparação remota para o Matrimónio – envolvendo as estruturas da pastoral juvenil, universitária e da catequese –, passando pela preparação próxima para o Matrimónio – envolvendo o CPM e outros movimentos e grupos de preparação de noivos – e no acompanhamento dos casais ao longo de toda a sua vida – envolvendo todos os movimentos da pastoral familiar e grupos de casais de base paroquial ou outra”, desejou.

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“Acompanhar os recém-casados e as famílias”

Para Isabel Figueiredo, da Rádio Renascença, “hoje, mais do que nunca, é fundamental, prioritário, decisivo, preparar a celebração do sacramento do Matrimónio”. “Hoje, mais do que nunca, é preciso acompanhar os recém-casados, as famílias, sejam famílias recentes, ou não”, acrescentou esta leiga, na apresentação do livro ‘Caminhada em Matrimónio – um guia para noivos e famílias’. Convidada a apresentar a obra do CPM, Isabel Figueiredo recordou, depois, o que escreveu numa das badanas do livro: “Assentar alicerces sobre a rocha… um desafio que atravessa a história de todos os que procuram a Graça do Sacramento do Matrimónio. Numa dinâmica concêntrica, este livro convida-nos a mergulhar na reflexão e na partilha da verdade do Amor. Os Centros de Preparação para o Matrimónio de Portugal oferecem, com este livro, um excelente instrumento de trabalho que permite ‘ir contra a corrente’ do nosso tempo e procurar construir alicerces sólidos para uma vida inteira”.

Isabel reforçou, ainda, “a dimensão do interesse deste livro”, sublinhando a “necessidade de falarmos do tempo, da energia, da verdade, da vontade, da formação e do trabalho que dá preparar a aventura do «amor para sempre»”. “Uma aventura que não é exclusiva para quem tem fé, porque o amor para sempre, a fidelidade, os filhos e os netos, a saúde e a doença, a abundância e a escassez, tocam a vida de todos os que encontram no casamento a forma mais expressiva de concretizar uma relação de amor. E mesmo a aventura da presença de Deus é, como todos nós sabemos e afirmamos, uma realidade oferecida a todos sem exceção, desde os mais próximos aos mais distantes”, acrescentou.

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“Oportunidade para prevenir o desterro humano”

Médico pediatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Filipe Almeida sublinhou a importância que o novo livro do CPM pode ter nos casais. “É um livro ético porque constrói-se na busca de felicidade e o seu modo temporal de ser é a antecipação, erguendo-se assim como oportunidade para prevenir o desterro humano. Temos, pois, hoje, um instrumento robusto, moderno, provocador e inspirador, denunciador e anunciador, com uma linguagem cativante, claramente cristã, mas não eclesiástica, promissor, portanto, para quadrantes bem alargados do nosso tecido social, todos eles tão necessitados de olhar amorosamente o amor, em empática cumplicidade com a vida fecundante”, apontou, na sessão de apresentação, na manhã do passado dia 8 de setembro. Para este pediatra, ‘Caminhada em Matrimónio’ é uma obra que “decifra cada recorte do viver universal, previne fracassos, avisa as rasteiras, identifica ameaças, aponta o horizonte luminoso e deixa-nos livres para o caminho…”

Antes, Filipe Almeida tinha lembrado que “o amor é tratado ao longo do livro de forma delicada, humana, olhado na fragilidade do seu existir, clamando portanto para a importância de ser bem cuidado”. “Esteio robusto do relacionamento humano, ele revela-se sim também frágil e necessitado de tempo e de cuidada atenção. Neste alinhamento, são cruciais as palavras com que o Papa Francisco sugere dever ser pautado o relacionamento: desculpe, por favor e obrigado. Perdoar é marca cristã do agir em casal. Saber perdoar e sentir-se perdoado é uma experiência fundamental na vida familiar, como neste texto é referido como pensamento do Papa Francisco. Como enaltecer é condição de segurança do amor: é bom que tu existas”, salientou.