Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
‘Todos, Tudo e Sempre em Missão’
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Depois de regressar da viagem apostólica que fez nesta semana à Lituânia, Letónia e Estónia, o Papa Francisco testemunhou publicamente que a “sua missão era anunciar novamente àqueles povos a alegria do Evangelho e a revolução da ternura, da misericórdia, porque não basta a liberdade para dar sentido e plenitude à vida sem amor, amor que vem sempre de Deus”. “O Evangelho – continuou o Papa Francisco na catequese que fez na audiência-geral desta quarta-feira, em Roma – que no tempo da provação dá força e anima a luta para a libertação, no tempo da liberdade é luz para o caminho quotidiano das pessoas, das famílias, das sociedades e é sal que dá sabor à vida ordinária e a preserva da corrupção da mediocridade e dos egoísmos”.

Para que tal possa acontecer, para que o Evangelho possa chegar a quem não O conhece, é preciso quem O anuncie. Por isso, a missão é tema que deve estar presente na Igreja e que não podemos, de modo nenhum, nem nunca, desvalorizar. Jesus Cristo, depois de escolher aqueles que quis, mesmo que estes não se sentissem capazes de o fazer, enviou-os em missão apelando, sobretudo, à confiança. A missão continuou ao longo dos séculos e ainda hoje é essencial.

Por ocasião do centenário da Carta Apostólica ‘Maximum Illud’, de 30 de novembro de 1919 e com a qual o Papa Bento XV quis dar um novo impulso às denominadas missões ad gentes, o Papa Francisco declarou o mês de outubro de 2019 ‘Mês Missionário Extraordinário, com o objetivo de “despertar para uma maior consciência da missão e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. Neste sentido, os bispos em Portugal decidiram celebrar um Ano Missionário, que tem início neste próximo mês de outubro e que se prolonga até outubro de 2019. “Em união com o Santo Padre queremos celebrar esse centenário apelando a um maior vigor missionário em todas as dioceses, paróquias, comunidades e grupos eclesiais, desde os adultos aos jovens e crianças”, referem os bispos em Portugal, numa Nota Pastoral publicada no passado dia 20 de maio.

“É necessário passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”, apela a Conferência Episcopal Portuguesa, nesta nota denominada ‘Todos, Tudo e Sempre em Missão’. Segundo este documento, no centro desta iniciativa “estão a oração, o testemunho e a reflexão sobre a centralidade da missão como estado permanente do envio para a primeira evangelização” e, sublinham os bispos portugueses, “trata-se de colocar a missão de Jesus no coração da própria Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia das estruturas, os resultados do trabalho, a fecundidade dos seus ministros e a alegria que são capazes de suscitar, porque sem alegria não se atrai ninguém”.

As propostas para a vivência deste Ano Missionário são indicadas pelo próprio Papa Francisco e passam pelo encontro pessoal com Jesus Cristo vivo na sua Igreja através da Eucaristia, a Palavra de Deus, a oração pessoal e comunitária; pelo testemunho dos santos, mártires da missão e os confessores da fé; a formação bíblica, catequética, espiritual e teológica sobre a missão; e a caridade missionária que se pode traduzir na ajuda material para o imenso trabalho da evangelização e da formação cristã nas Igrejas mais necessitadas.

Refere a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa que estas dimensões indicadas pelo Papa Francisco estarão presentes nas várias iniciativas diocesanas ao longo de todo o Ano Missionário, sempre centrados na Palavra e na Eucaristia. E deixa ainda uma sugestão: “Ao longo deste Ano Missionário, de outubro de 2018 a outubro de 2019, façamos todos – bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, adultos, jovens, adolescentes, crianças – a experiência da missão. Sair. Irmos até uma outra paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais, ou seja, a termos responsabilidade não só sobre a nossa comunidade, mas sobre o mundo inteiro”.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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