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Síria: a vida difícil de Rasha Draizy no Vale dos Cristãos
A força da fé
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Tem um sorriso bonito. É nova ainda, mas a sua vida transformou-se por completo quando o marido morreu num dos inúmeros combates que se têm travado nestes últimos oito anos de guerra na Síria. Nesse dia, o mundo desabou para Rasha Draizy. Viúva, com dois filhos pequenos, como iria ela sobreviver?


A chaleira ao lume começa a vibrar, sinal de que a água já está a ferver. Quem chega a casa de Rasha Draizy sente um ambiente de tanta calma e tranquilidade, que não dá para imaginar o sofrimento por que já passou esta jovem mulher, mãe de dois filhos e viúva desde que, há um par de anos, o marido morreu numa explosão num dos inúmeros combates que se têm travado na Síria nestes já longos oito anos de guerra. Rasha vive com os dois filhos numa aldeia no chamado Vale dos Cristãos. Quando o marido morreu parecia-lhe impossível sobreviver. Não só sobreviver à dor da perda, mas ter a capacidade para ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. O marido trabalhava como motorista. Ele era o sustento da casa. No dia em que a explosão ceifou a vida ao marido de Rasha ela ficou sem saber o que fazer. Ainda hoje é com alguma perplexidade que fala nesse dia trágico que a enlutou para sempre. “Fiquei sozinha, mãe de duas crianças. Não tinha rendimentos nem ninguém que nos sustentasse.”

 

De mãos vazias

Ali, no Vale dos Cristãos, no norte da Síria, não haverá uma única pessoa que não tenha histórias de sofrimento, de perseguição, de violência. Os anos de guerra não destruíram apenas cidades inteiras. Martirizaram a própria população. Todas as pessoas, sem excepção, estão de alguma forma feridas no corpo ou na alma. Ninguém sobrevive sem qualquer cicatriz a tanta barbárie. Rasha ficou de mãos vazias com dois filhos para criar. O que fazer? “No início foi muito difícil. Fiquei sem nada”, reconhece Rasha Draizy. Valeu a ajuda da Igreja. Valeu-lhe, em concreto, a ajuda da Fundação AIS. Rasha Draizy e os dois filhos, Michael e Rachel, são exemplo de como a generosidade dos benfeitores e amigos da Ajuda à Igreja que Sofre chega aos quatro cantos do mundo. A chaleira ao lume é apenas o sinal de que ali, naquela casa no Vale dos Cristãos, na Síria, a vida corre com normalidade. Um retrato grande, pendurado numa parede, lembra a todos, todos os dias, o sorriso do marido de Rasha, o sorriso do pai de Michael e Rachel. A vida continua. “A ajuda que recebemos da Fundação AIS foi o único apoio que me sustentou, a mim e aos meus filhos”, diz Rasha, com a voz já um pouco comovida. “Eles não faltaram um único dia às aulas. O Michael está no 6º ano e a Rachel no 3º. Eles são muito inteligentes e passam sempre com a nota máxima.”

 

Muito obrigado

Mãe e pai ao mesmo tempo, Rasha sabe que os Cristãos são uma minoria na Síria e que têm vivido tempos muito complexos, muito conturbados. Mas sabe também que a fé em Jesus, que lhe corre nas veias há tantas gerações, é um património insubstituível. Os oito anos que a Síria leva já de guerra têm sido tempos de provação, mas também têm permitido ancorar ainda mais as raízes da fé. Por isso, Rasha assume todos os dias o seu papel de mãe, pai e também de catequista. “Tento incutir a fé nos meus filhos. A nossa fé deu-nos a força nestes tempos difíceis”, explica, antes de agradecer a ajuda que tem recebido através da Fundação AIS e que tem permitido a sobrevivência no dia-a-dia. “Quero agradecer às pessoas que nos estão a ajudar. A vossa ajuda realmente muda vidas. Eu e os meus filhos somos testemunhas disso. Muito obrigada”.

 

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