Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Regressar ao primeiro amor
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Terminou no passado Domingo, em Roma, o Sínodo dos Bispos, sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional que, pela primeira vez, teve como participantes jovens de diversas proveniências. Desta assembleia sinodal, resultou um documento final que é resultado de um discernimento efetuado e “exprime o que os Padres sinodais reconheceram, interpretaram e escolheram à luz da Palavra de Deus”, com vista a um processo futuro, refere a introdução deste documento que prevê uma fase de atuação.

Observando as contagens de votos para cada ponto aprovado deste documento, percebe-se que há temas que foram mais controversos na discussão e aprovação, como por exemplo a sinodalidade da Igreja e as questões “relativas ao corpo, à afetividade e à sexualidade”, nomeadamente no que diz respeito “à diferença e harmonia entre a identidade masculina e feminina, e às inclinações sexuais”. Contudo, a reflexão deste Sínodo vai mais longe e quis trazer ao de cima “a frescura e a fé dos jovens que contribuem para mostrar o rosto da Igreja, na qual se reflete «o grande vivente, o Cristo eternamente jovem»”. Há um desejo de mudança, de encontrar novos caminhos, de ter uma Igreja de portas abertas, acolhedora, mas “não se trata de criar uma nova Igreja”. E isto é acentuado por este documento que releva ser necessário “redescobrir com os jovens, a juventude da Igreja, abrindo-nos à graça de um novo Pentecostes”.

Não tenciono analisar, aqui, o documento final deste Sínodo, mas a sua leitura deverá ser continuada e levada à oração porque interpela-nos, de modo especial a nós, padres, pelo modo como desenvolvemos a ação pastoral no acolhimento e na proximidade aos jovens, no tempo que lhes dedicamos, e no que efetivamente lhes damos ou transmitimos e testemunhamos. Será, por isso, oportunidade para um exame de consciência pessoal, com vista a ajudar os jovens a olharem com fé para as suas vidas, e as experiências que fazem, “vencendo o risco da dispersão e reconhecendo os sinais com que Deus fala”.

É importante, cada vez mais, cultivar uma cultura vocacional e, por isso mesmo, o Sínodo recorda a importância de “criar as condições para que em todas as comunidades cristãs, a partir da consciência batismal dos seus membros, se desenvolva uma verdadeira e própria cultura vocacional e um constante compromisso de oração pelas vocações”. Neste sentido, não apenas a vocação consagrada e a sacerdotal são valorizadas, mas também a família é aqui recordada como vocação ficando o apelo do Sínodo para ajudar “a redescobrir e a tornar compreensível aos jovens a beleza da vocação nupcial”. Neste contexto da pastoral vocacional ficam ainda diversas sugestões para concretizações locais e nas Conferências Episcopais.

Na perspetiva de um renovado impulso missionário, o Sínodo deixa traçadas algumas linhas de orientação e recorda que “através da santidade dos jovens a Igreja pode renovar o seu ardor espiritual e o seu vigor apostólico”, porque “os jovens santos impelem-nos a regressar ao nosso primeiro amor”.

O Jornal VOZ DA VERDADE, associado em parceria a outros meios de comunicação católicos (Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis e Rádio Renascença, com o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre), pôde acompanhar mais de perto os últimos dias deste Sínodo dos Bispos. Foi um trabalho realizado pelos jornalistas Octávio Carmo e Ricardo Perna, com muitos frutos, que esperamos possam levar a outras iniciativas organizadas de cooperação, pelo bem da comunicação da Igreja e dos temas religiosos, em Portugal.

Não posso deixar de felicitar o novo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, o padre Rui Valério, religioso Monfortino e pároco da Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, na nossa Diocese de Lisboa, nomeado no passado sábado pelo Papa Francisco, juntamente com o novo Bispo Auxiliar do Porto, padre Armando Esteves Domingues, da Diocese de Viseu.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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