A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional» realizou-se de 3 a 28 de outubro de 2018. Desta assembleia resultou o documento “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” que contempla um capítulo dedicado ao “Mistério da Vocação”. Deixamos aqui algumas citações deste capítulo, nomeadamente o capítulo dedicado à Vocação.
O relato do chamamento de Samuel (cf. 1Sm 3,1-18) permite perceber os traços fundamentais do discernimento: a escuta e o reconhecimento da iniciativa divina, uma experiência pessoal, uma compreensão progressiva, um acompanhamento paciente e respeitoso do mistério concretizado, um destino comunitário. A vocação não se impõe a Samuel como um destino a suportar; é uma proposta de amor, um envio missionário numa história de quotidiana confiança recíproca. (Número 77)
A vocação nem é um guião já escrito que o ser humano deveria simplesmente recitar, nem uma improvisação teatral sem esboço. Dado que Deus nos chama a ser amigos e não servos (cf. Jo 15,13), as nossas escolhas concorrem de modo real para o desenvolvimento histórico do seu projeto de amor. A economia da salvação, por sua vez, é um Mistério que nos supera infinitamente; por isso só a escuta do Senhor pode revelar-nos aquilo a que somos chamados a ser nessa economia. Nesta perspetiva, a vocação surge realmente como um dom de graça e de aliança, como o segredo mais belo e precioso da nossa liberdade. (Número 78)
É importante criar as condições para que em todas as comunidades cristãs, a partir da consciência batismal dos seus membros, se desenvolva uma verdadeira cultura vocacional e um constante compromisso em rezar pelas vocações. (Número 80)
Muitos jovens são fascinados pela figura de Jesus. A sua vida parece-lhes boa e bela, porque pobre e simples, feita de amizades sinceras e profundas, gasta generosamente com os irmãos, nunca fechada para ninguém, mas sempre disponível ao dom. A vida de Jesus permanece também hoje profundamente atraente e inspiradora; é para todos os jovens uma provocação que interpela. (Número 81)
A fé testemunhal continua a viver na Igreja, sinal e instrumento de salvação para todos os povos. A pertença à comunidade de Jesus conheceu sempre diversas formas de seguimento. A grande parte dos discípulos viveu a fé nas condições ordinárias da vida quotidiana; outros, porém, inclusive algumas figuras femininas, partilharam a existência itinerante e profética do Mestre (cf. Lc 8,1-3) (Número 82)
Não é possível entender plenamente o significado da vocação batismal se não se considera que ela é para todos, sem excluir ninguém, um chamamento à santidade. Tal apelo implica necessariamente o convite a participar na missão da Igreja, que tem como finalidade fundamental a comunhão com Deus e entre todas as pessoas. (Número 84)
Para muitos jovens, a orientação profissional é vivida num horizonte vocacional. Não raras vezes se recusam propostas de trabalho aliciantes que não estão em sintonia com os valores cristãos, e a escolha de percursos formativos é feita de forma a fazer frutificar os talentos pessoais ao serviço do Reino de Deus. O trabalho é para muitos ocasião de reconhecer e valorizar os dons recebidos: desta forma, os homens e as mulheres participam ativamente no mistério trinitário da criação, redenção e santificação. (Número 86)
As duas recentes assembleias sinodais sobre a família, donde surgiu a Exortação Apostólica Amoris laetitia, ofereceram um rico contributo acerca da vocação da família na Igreja e o contributo insubstituível que as famílias são chamadas a dar no testemunho do Evangelho através do amor mútuo, da geração e da educação dos filhos. (Número 87)
O dom da vida consagrada, na sua forma, quer contemplativa quer ativa, que o Espírito suscita na Igreja, tem um particular valor profético porquanto é testemunho alegre da gratuidade do amor. Quando as comunidades religiosas e as novas fundações vivem autenticamente a fraternidade, elas tornam-se escolas de comunhão, centros de oração e de contemplação, lugares de testemunho de diálogo intergeracional e intercultural, e espaços para a evangelização e a caridade. A missão de muitos consagrados e consagradas que cuidam dos últimos, nas periferias do mundo, manifesta concretamente a dedicação de uma Igreja em saída. (Número 88)
A Igreja teve sempre um cuidado especial pelas vocações ao ministério ordenado, na consciência de que este último é um elemento constitutivo da sua identidade e é necessário para a vida cristã. Por isso, ela sempre cultivou uma atenção específica pela formação e pelo acompanhamento dos candidatos ao presbiterado. A preocupação de muitas Igrejas pela sua diminuição numérica torna necessária uma renovada reflexão sobre as vocações ao ministério ordenado e sobre uma pastoral vocacional que saiba mostrar o fascínio da pessoa de Jesus e do seu chamamento para ser pastor da sua grei. (Número 89)
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Mosteiro Invisível Vocacional
“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.” (Mt. 9, 37-38)
O “Mosteiro Invisível Vocacional” é uma iniciativa do Serviço de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa com o objetivo de criar uma verdadeira comunhão de oração. Em www.vocacoesxpto.net estão disponíveis os desdobráveis de inscrição, que se destinam a todos e a todas: os anciãos, os consagrados, as comunidades cristãs no geral, as crianças, as famílias, os jovens e os que sofrem. Aceite este desafio e junte-se a nós neste Mosteiro, para que todos possamos escutar e acolher a missão que o Senhor tem para cada pessoa.
Sobre o Mosteiro Invisível Vocacional – desdobráveis disponíveis em https://www.vocacoesxpto.net/mosteiro-invisivel-vocacional/
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