Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Cenas de Deus em cada semana
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Conheci D. Nuno Brás há cerca de duas décadas, quando eu frequentava o curso de Ciências da Comunicação e me convidou a colaborar com ele, em part-time, neste Jornal VOZ DA VERDADE. Foi o primeiro contacto que tive com esta publicação e, já nessa altura, o então padre Nuno Brás escrevia, semanalmente, o seu texto de leitura do mundo, que era, como foi até hoje, uma leitura das cenas de Deus, do modo como Deus vai agindo e se vai manifestando. Porque é possível olhar o mundo com um olhar diferente e, sobretudo, com um olhar cristão! E esse olhar foi, agora, compilado numa publicação lançada recentemente, intitulada ‘Cenas de Deus, retratos e coisas da vida’ (Lucerna), que reúne textos publicados por D. Nuno Brás neste semanário diocesano nos últimos anos.

D. Nuno tem no sangue a veia jornalística e, como tal, observa o mundo com um olhar crítico. Hoje em dia vamos verificando que o jornalismo é uma atividade sobre a qual se começa a desconfiar ou a levantar dúvidas pela falta de qualidade que, cada vez mais, se vai verificando no modo de o praticar: na falta de seriedade, na desinformação, nas notícias falsas ou denominadas fake news, tema que também surge reflectido nos seus textos.

Mas o jornalista é crítico, deve ter um olhar crítico e não fica satisfeito com as respostas que procura, e por isso procura sempre ir mais longe, para aprofundar, para encontrar a verdade. Para dizer a verdade, como a vê, dado que uma verdade pode ser sempre a minha verdade, vista com os meus olhos. Mas há a verdade que descobrimos com o olhar cristão, à luz da fé, apontando para Aquele que nos criou e nos conduz e nos trouxe o seu Filho que é Caminho, Verdade e Vida.

D. Nuno mostra-nos a verdade, recorrendo a um tom, por vezes polémico, como o próprio assume, levantando questões para chegar a respostas que nem sempre são aquelas que o mundo quer ouvir. Porque desconstroem teorias, lobbies, tendências, políticas, culturas que se vão impondo sorrateiramente.

Sei bem a dificuldade que há em conseguir encontrar, todas as semanas, um tema para reflectir. Mas D. Nuno conseguiu, sempre, ser fiel e cumpridor nesta presença. Mostrou-nos ter sempre motivo para a escrita porque, também como Pastor, olha o mundo e está atento ao mundo e a partir dele faz correr a pena, procurando chamar a atenção para a clareza das situações, para o que são as preocupações da Igreja, para o modo como os cristãos (a Igreja presente no mundo) devem ou podem intervir na sociedade, ou até visando as muitas incoerências deste tempo. Vimos, também, a partilha da experiência pastoral, que no contacto com os outros, com a realidade, traz luz para a escrita –  é a inspiração que parte da vida vivida. Com uma tonalidade mais teológica ou mais prática, mais reflexiva, interventiva ou sentimental, ou até mais orante, os textos publicados por D. Nuno Brás neste jornal, e que neste número terminam, tinham este condão de nos ajudar a olhar para o mundo e a rezar por ele.

Assim, por estas Cenas de Deus, que são retratos e coisas da vida, percebemos que a Igreja cresce pela oração e “sem a oração não nos apercebemos de Cristo ao nosso lado”, escreve D. Nuno. Por tudo isto, pelo que nos deixou e ensinou, com a Redação, felicitamo-lo e agradecemos a sua vocação e missão entre nós. Bem-haja D. Nuno.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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