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“JMJ no Panamá foi momento de festa e sinal de esperança”
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O Papa Francisco recordou a viagem apostólica ao Panamá, onde participou na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Na semana em que falou dos “bens preciosos do matrimónio”, o Papa lembrou a crise na Venezuela. O Vaticano lançou uma aplicação sobre bioética e publicou a Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais.

 

1. O Papa considera que a Jornada Mundial da Juventude no Panamá, que reuniu milhares de jovens, entre os quais 300 portugueses, foi “um momento de festa e sinal de esperança”. “A Viagem Apostólica ao Panamá, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, foi um momento de festa e sinal de esperança. A presença alegre de jovens vindos do mundo inteiro entrelaçou-se com encontros das diversas realidades panamenhas: as Autoridades, os Bispos, jovens encarcerados, e a visita a uma casa-família. De modo particular, os jovens cristãos, formando uma sinfonia de rostos e línguas, demonstraram ser um verdadeiro fermento e sinal profético para um mundo que se revela cada vez mais incapaz de aceitar e acolher as diferenças. As palavras de Nossa Senhora ao Anjo – ‘Eis aqui a Serva do Senhor, faça-me em mim segundo a tua palavra’ – animaram os jovens a assumir, como Maria, que na sua pequenez tornou-se a grande influenciadora do mundo, a sua missão de serem discípulos missionários de Jesus. Por fim, o testemunho de São Oscar Romero inspirou os Bispos da América Central a renovar seu compromisso de “sentir com a Igreja”, através da proximidade com os jovens, pobres, sacerdotes e ao povo santo de Deus”, resumiu o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 30 de janeiro, na Sala Paulo VI, no Vaticano.

 

2. A Igreja precisa de agir no serviço ao matrimónio cristão, oferecendo um suporte espiritual e pastoral adequado, considerou o Papa, ao receber, em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, oficiais, advogados e colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana. Ao inaugurar o Ano Judiciário, no passado dia 29 de janeiro, Francisco salientou dois bens matrimoniais: a unidade e a fidelidade. “Estes dois bens irrenunciáveis e constitutivos do matrimónio requerem ser ilustrados adequadamente não só aos futuros casados, mas solicitam a ação pastoral da Igreja, especialmente dos bispos e dos sacerdotes, para acompanhar a família nas diversas etapas da sua formação e do seu desenvolvimento”, apontou, lembrando que “o cuidado pastoral constante e permanente da Igreja para o bem do matrimónio e da família precisa de ser realizado com os vários meios pastorais”. E exemplificou: “A aproximação à Palavra de Deus, especialmente mediante a ‘lectio divina’; os encontros de catequese; o envolvimento na celebração dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia; a conversa e a direção espiritual; a participação em grupos familiares e de serviços beneficentes para fazer um paralelo com outras famílias e a abertura às necessidades dos mais desfavorecidos”.

Para o Papa, os casais representam “uma ajuda preciosa pastoral à Igreja” ao viver o matrimónio “na unidade generosa e com amor fiel”. “Os casados que vivem na unidade e na fidelidade refletem bem a imagem e a semelhança de Deus. Essa é a boa notícia: que a fidelidade é possível porque é um dom, nos casados como nos presbíteros”, referiu.

 

3. O Papa está muito preocupado com o que se passa na Venezuela. Em conversa com os jornalistas que o acompanharam no voo do Panamá para Roma, Francisco disse estar solidário com o povo venezuelano. “É um povo que está a sofrer, de um lado e do outro, todo o povo sofre. Se eu dissesse ‘ouçam estes países, ouçam antes aqueles outros’, metia-me em assuntos que não conheço, seria uma imprudência pastoral da minha parte e causaria dano. Sofro com o que se está a passar na Venezuela, neste momento. E por isso desejo que se ponham de acordo e encontrem uma solução justa e pacífica. O que me assusta é o derramamento de sangue. Eu tenho de ser pastor de todos. E se necessitam de ajuda, que a peçam de comum acordo”, salientou o Papa.

No avião, Francisco falou também da questão do aborto, mostrando-se solidário com o sofrimento das mulheres afetadas. “Uma mulher, quando pensa naquilo que fez… Para dizer a verdade, é preciso estar no confessionário. E aí devemos consolar e não castigar. Por isso, abri a possibilidade da absolvição do aborto por misericórdia”, lembrou, garantindo já ter sentido a angústia de mulheres que se arrependem de abortar: “Quase sempre elas têm de encontrar o seu filho. Muitas vezes, quando choram e têm esta angústia, aconselho-as: ‘O teu filho está no Céu, fala com ele, canta-lhe a canção de embalar que não pudeste cantar’. Então aí encontramos uma via de reconciliação da mãe com o filho”.

O Papa esclareceu ainda que não tem qualquer intenção de acabar com o celibato obrigatório na Igreja. “Recordo uma frase do Papa São Paulo VI: ‘Antes dar a vida do que mudar a lei do celibato’. É uma frase corajosa num momento ainda mais difícil do que o de hoje, nos anos de 68, 70. Pessoalmente, penso que o celibato é um dom para a Igreja. Não estou de acordo em permitir o celibato opcional”, garantiu.

 

4. O Vaticano lançou uma app sobre bioética. Chama-se ‘Chave para a Bioética’, é dirigida aos jovens e tem como objetivo consciencializar e informar os mais novos sobre questões bioéticas. “É a primeira vez que é criada uma aplicação sobre bioética. É necessária, porque a ciência permite que muitas coisas sejam alcançadas, mas nem tudo é legal. É importante poder mostrar que existem valores e que ciência e a fé são perfeitamente compatíveis entre si”, afirmou Gabriella Gambino, vice-diretora do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, na apresentação realizada dia 27 de janeiro, no Panamá, durante a JMJ.

 

5. O Papa defendeu que as redes sociais só serão uma oportunidade se as pessoas souberem vivenciar na prática as ligações feitas através das tecnologias, passando do ‘like’ ao ‘ámen’. “Esta é a rede que queremos: uma rede feita não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos ‘likes’, mas no ‘amém’ com que cada um adere ao corpo de Cristo, acolhendo os outros”, escreveu Francisco, na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que foi divulgada dia 24 de janeiro. A relação entre a comunidade das redes sociais e a comunidade humana é o tema deste dia, que vai ser celebrado a 2 de junho. “Deus não é solidão, mas Comunhão; é amor e, consequentemente, comunicação, porque o amor sempre comunica. Só sou verdadeiramente humano se me relacionar com os outros”, salienta o Papa.

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