
O Papa Francisco manifestou a sua proximidade a França. Na semana em que visitou Bento XVI, o Papa falou da humildade, visitou de surpresa doentes com Alzheimer e beijou os pés a líderes do Sudão do Sul.
1. O Papa Francisco acredita que “a dor” do incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, França, se vai transformar “em esperança”. “Hoje nos unimos em oração com o povo francês, enquanto aguardamos que a dor pelo grave dano se transforme em esperança com a reconstrução. Santa Maria, Nossa Senhora, rogai por nós. #NotreDame”, escreveu o Papa, na sua conta oficial na rede social Twitter (@Pontifex_pt).
Numa nota oficial, a Santa Sé manifestou “incredulidade e tristeza” perante “a notícia do terrível incêndio que assolou a catedral de Notre-Dame, símbolo do cristianismo, em França e no mundo”. “Expressamos a nossa proximidade aos católicos franceses e à população parisiense. Rezamos pelos bombeiros e por todos os que fazem o seu melhor para enfrentar esta situação dramática”, refere a mensagem.
O Arcebispo de Paris, D. Michel Aupetit, dirigiu uma mensagem a todos os padres da diocese, informando que “o sótão, o telhado e o pináculo foram consumidos”. “Rezemos. Se desejarem, podem tocar os sinos das igrejas para convidar a oração”, escreveu. Já o presidente da Conferência Episcopal de França, arcebispo Éric Moulin-Beaufort, assume que esta é “uma grande ferida”, que vai para lá do cristianismo, assinalando que a catedral é um símbolo “de paz, de beleza e de esperança”.
A construção da catedral, de estilo gótico, teve início em 1163 e foi concluída em 1345. A construção foi encomendada pelo bispo Maurice de Sully e a primeira pedra foi colocada na presença do Papa Alexandre III, que ficou em Paris de 24 de março a 25 de abril de 1163, durante o reinado de Luís VII. Restaurada no século XIX, pelo arquiteto Viollet-le-Duc, a Catedral de Notre-Dame é propriedade do Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu uso é atribuído à Igreja Católica. O teto da catedral, que desabou no fogo, datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em madeira de carvalho. Apesar de alguns incidentes ao longo dos séculos, este é o maior incêndio a atingir o edifício, património mundial da humanidade.
2. O Papa Francisco visitou, dia 15 de abril, o seu antecessor, Bento XVI, por ocasião das celebrações pascais e do 92º aniversário natalício do Papa emérito, que se assinalou no dia seguinte. A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que Francisco se deslocou ao mosteiro ‘Mater Ecclesiae’ “com particular afeto”.
Na última semana, Bento XVI apontou a revolução sexual que se seguiu ao maio de 68 e o colapso geral da moral na sociedade como causas dos escândalos de abusos sexuais na Igreja Católica. Num texto de 18 páginas intitulado ‘A Igreja e os abusos sexuais’, que deveria ser publicado no jornal alemão ‘Klerusblatt’ na Semana Santa, mas que foi divulgado pelo New York Post, o Papa emérito deixa a pergunta: “O que devemos fazer? Talvez criar uma nova Igreja para que tudo corra melhor? Bem, essa experiência já foi feita, e falhou. Só a obediência e o amor a Nosso Senhor Jesus Cristo nos pode colocar no caminho certo. Por isso, vamos tentar compreender novamente, e do interior de nós mesmos, o que o Senhor quer, e o que tem querido connosco”.
3. O Papa Francisco descreveu o tempo pascal como aquele em que a humildade própria de Cristo vence o triunfalismo, que é obra do Demónio. “Na sua entrada em Jerusalém, também nos mostra o caminho. Pois, neste acontecimento, o maligno, o príncipe deste mundo, tinha uma carta para jogar: a carta do triunfalismo, e o Senhor respondeu permanecendo fiel ao seu caminho, o caminho da humildade. O triunfalismo procura tornar a meta mais próxima por meio de atalhos, falsos comprometimentos. Aposta na subida para o carro do vencedor. O triunfalismo vive de gestos e palavras, que não passaram pelo cadinho da cruz; alimenta-se da comparação com os outros, julgando-os sempre piores, defeituosos, falhados... Uma forma subtil de triunfalismo é a mundanidade espiritual, que é o maior perigo, a mais pérfida tentação que ameaça a Igreja. Jesus destruiu o triunfalismo com a sua Paixão”, referiu o Papa, na Missa de Domingo de Ramos, a 14 de abril.
Na sua homilia, na Praça de São Pedro, o Papa dirigiu-se ainda aos jovens, recordando que Domingo de Ramos é também o Dia Mundial da Juventude. “Hoje, Dia Mundial da Juventude, quero lembrar os inúmeros santos e santas jovens, especialmente os de ‘ao pé da porta’, que só Deus conhece e que às vezes gosta de no-los revelar de surpresa. Queridos jovens, não vos envergonheis de manifestar o vosso entusiasmo por Jesus, gritar que Ele vive, que é a vossa vida. Mas, ao mesmo tempo não tenhais medo de O seguir pelo caminho da cruz”, apontou.
4. O Papa visitou, de surpresa, os residentes do ‘Villaggio Emanuele’, que sofrem da doença de Alzheimer. Os doentes, muitos deles incrédulos com a visita que decorreu no passado dia 12 de abril, receberam Francisco e aproximaram-se para o cumprimentar. O Papa conheceu várias partes do ‘Villaggio’, situado na periferia de Roma, encontrou-se com os doentes que descansavam nos seus quartos e com os que realizavam atividades recreativas. No final, o Santo Padre deixou de presente um pergaminho com um pensamento escrito à mão, juntamente com um quadro que representa a Natividade.
Ainda neste dia, o Papa Francisco fez um donativo de 100 mil euros para ajudar as vítimas das cheias que se têm abatido sobre o Irão, nos últimos dias, informou um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.
5. O Papa Francisco surpreendeu ao beijar os pés dos dois líderes do Sudão do Sul que estiveram durante dois dias em retiro espiritual em Roma, numa iniciativa conjunta com o Arcebispo de Cantuária, líder espiritual da Comunhão Anglicana. O gesto apanhou desprevenidos o presidente Salva Kiir e o seu antigo adjunto Riek Machar, com quem se incompatibilizou depois de garantida a independência do país africano. Francisco colocou-se de joelhos em perante o ar estupefacto dos presentes, beijou os pés calçados dos dois líderes sul-sudaneses, pedindo que respeitem o acordo de paz assinado recentemente e formem um governo de unidade. “Estou-vos a pedir como irmão para permanecerem em paz. Estou-vos a pedir do coração, vamos caminhar em frente. Haverá muitos problemas, mas não nos vencerão. Resolvam os vossos problemas”, apelou o Papa, nesse encontro no dia 11 de abril.
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