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«Não se perturbe nem se intimide o vosso coração»

«Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.» (Jo 14, 23-27)

 

Santo Efrém, diácono e doutor da Igreja, nasceu em Nísibe, cerca do ano 306, de família cristã. Tendo sido ordenado diácono, exerceu o ministério na sua pátria e em Edessa, de cuja escola teológica foi fundador. A sua vida de intensa ascese não o impediu de se consagrar ao apostolado da pregação e de escrever diversas obras para combater os erros do seu tempo. Morreu no ano 373. No mês dedicado a Nossa Senhora propomos um Sermão sobre Maria:

Maria foi transformada em Céu, ao levar em si a divindade, que Cristo, sem deixar a glória do Pai, encerrou nos estreitos limites de um ventre, para conduzir os homens à mais alta dignidade. Só ela foi escolhida entre toda a assembleia das virgens, para ser o instrumento da nossa salvação. Nela encontraram o termo os vaticínios de todos os justos e profetas. Dela nasceu aquela esplendente estrela, por meio da qual o povo que andava nas trevas viu uma grande luz.

Maria pode ser chamada de modo perfeitamente apropriado com diversos nomes. Ela é o templo do Filho de Deus, que dela saiu de modo distinto da forma como tinha entrado; tinha entrado no seu ventre sem corpo e saiu revestido de um corpo. Ela é o novo céu místico, no qual o Rei dos reis habitou como em sua morada, em que desceu à terra trazendo em Si uma forma e semelhança terrena. Ela é a videira que dá fruto de suave fragrância; o seu fruto, que era totalmente diverso da natureza da árvore, necessariamente transformou a sua semelhança da árvore. Ela é a fonte que brota da casa do Senhor, da qual jorram para os sedentos as águas vivas, de tal modo que, se alguém as saboreia, ainda que seja com a ponta dos lábios, jamais terá sede.

Caríssimos, engana-se quem pensa que o dia da renovação de Maria pode ser comparado com outro dia da criação. Porque no início, foi criada a terra; mas por meio dela foi renovada. No início, foi maldita na sua actividade por causa do pecado de Adão; por meio dela foi restaurada a paz e a segurança. No início, a morte estendeu-se a todos os homens pelo pecado dos nossos primeiros pais; mas agora fomos conduzidos da morte à vida. No início, a serpente infiltrou-se nos ouvidos de Eva, e o veneno estendeu-se a todo o corpo; agora, Maria acolhe em seus ouvidos o defensor da perpétua felicidade.

Assim, o que foi instrumento de morte é agora instrumento de vida. Aquele que Se senta sobre os Querubins é sustentado agora nos braços de uma mulher. Aquele que não cabe em todo o universo, só Maria O abraça. Aquele que é temido pelos Tronos e Dominações, é protegido por uma donzela. Aquele cuja morada permanece pelos séculos dos séculos senta-Se nos joelhos da virgem. Aquele que tem a terra como escabelo dos seus pés, agora pisa a terra com os pés de uma criança.

(Antologia Litúrgica 1504a).

 

Foto:

Ábside da Igreja de Santa Maria in Trastevere,

séc. XII, Roma

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