Cáritas de Lisboa |
Os desafios do Serviço Social à luz da Doutrina Social da Igreja
Ser Assistente Social numa Instituição Social Católica
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Serviço Social

De acordo com a Federação Internacional dos Assistentes Sociais (2014), “o Serviço Social é uma profissão de intervenção e uma disciplina académica, que promove o desenvolvimento e a mudança social, a coesão social, o empowerment e a promoção da pessoa. Os princípios da justiça social, dos direitos humanos, da responsabilidade coletiva e do respeito pela diversidade são centrais. Sustentado nas teorias do serviço social, nas ciências sociais, nas humanidades e nos conhecimentos indígenas, o serviço social relaciona as pessoas com as estruturas sociais para responder aos desafios da vida e à melhoria do bem-estar social.”

Enquanto Assistentes Sociais, estes princípios e finalidades são centrais para a intervenção social. Por ser uma profissão que trabalha com pessoas que vivem a realidade social atual, que está em permanente e rápida mudança, torna-se indispensável uma atualização constante de conhecimentos teóricos e práticos. Pertencendo a uma equipa de uma instituição social católica, é evidente que, para além destes, se assume também os valores e princípios da Doutrina Social da Igreja, como critérios orientadores da ação.

Os valores e princípios do Serviço Social aproximam-se dos valores e princípios da Doutrina Social da Igreja. As duas áreas de conhecimento partilham os valores e princípios da dignidade humana, da liberdade, da justiça, da equitativa distribuição dos bens, da participação e responsabilidade coletiva, do cuidado pela casa comum e da sustentabilidade do ambiente e das comunidades.

 

Promover a dignidade

A partir da intervenção realizada ao longo dos anos, através do Gabinete de Ação Social da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL), tem-se verificado uma alteração e complexificação das situações vividas pelas famílias.

Da diversidade de situações vividas pelas famílias com as quais trabalhamos, pela vulnerabilidade, complexidade e por serem situações que se perpetuam no tempo, e que por isso exigem respostas também complexas e concertadas, destacam-se por exemplo: famílias que apesar de trabalharem vivem no limiar da pobreza e sem acesso aos apoios sociais; a dificuldade da intervenção com famílias que em simultâneo vivem diversas situações de vulnerabilidade; famílias que são acompanhadas ao longo de várias gerações sem que se consiga quebrar o ciclo de pobreza; poucas competências de organização pessoal e para a integração no mercado de trabalho; situações de baixa médica prolongada; questões de saúde mental; pessoas que vêm para Portugal por questões de saúde mas que não encontram as respostas necessárias para fazer face à sua subsistência.

De referir também, nos últimos anos, o agravamento do valor da habitação, a crescente dificuldade no acesso à saúde, a alteração dos agregados familiares, o empobrecimento generalizado da população, o isolamento e dificuldade no acesso a recursos por parte das pessoas mais idosas.

Como resposta a este contexto social, destacam-se também boas iniciativas, que surgiram ao longo dos últimos anos, com impacto muito positivo para as famílias da Diocese, como por exemplo o alargamento da rede de lojas e de mercados solidários, de pequenos projetos de empreendedorismo social, da rede de grupos informais de voluntários da Pastoral Social, de programas de apoio na compra de medicamentos, de uma lógica de atenção, acolhimento e entreajuda nas comunidades locais.

 

Trabalhar em rede

Para dar resposta à diversidade e complexidade das situações sociais, que são apresentadas à CDL, o Gabinete de Ação Social (GAS) trabalha sempre em relação e articulação com as demais instituições sociais, da Igreja e outras, e com os Grupos Paroquiais de Ação Social (GPAS) que localmente acompanham e prestam apoio direto às famílias. Cumprindo o princípio da subsidiariedade da Doutrina Social da Igreja, trabalha-se numa lógica de não sobreposição nem duplicação da intervenção, tanto ao nível do acompanhamento social como dos eventuais apoios prestados. Este trabalho em rede procura promover a autonomia e dignidade das famílias, evitando a multiplicação de serviços a que tenham de recorrer, com a consequente repetição da sua história de vida. Permite também, que a instituição responsável por acompanhar essa família, desenvolva um trabalho consequente e coerente, sem intervenções paralelas que possam interferir de forma negativa no processo que a família está a realizar.

Ao fazer parte da equipa de uma Cáritas Diocesana, existe a oportunidade de trabalhar a nível local (na intervenção direta e através das Paróquias), a nível vicarial e diocesano (com o conjunto dos GPAS e de outras instituições) e a nível nacional (com as demais Cáritas Diocesanas). Este trabalho em rede, a vários níveis, permite a partilha de recursos e de estratégias de ação, a construção conjunta de instrumentos de trabalho e a recolha de dados e informação, contribuindo, desta forma, para o conhecimento da realidade social e para o exercício da advocacia.

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