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Apoio Cáritas Lisboa
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Com a extinção do Projeto Igreja Solidária, o território da Diocese pode agora contar com o Apoio Cáritas Lisboa, flanqueado pela continuidade da Loja Solidária.

O Projeto Igreja Solidária foi recentemente extinto por decreto por D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, uma década depois de D. José Policarpo o ter criado, com caráter extraordinário, para responder, em articulação com instituições e grupos paroquiais de ação social, às sérias dificuldades por que estavam a passar pessoas e famílias da Diocese de Lisboa, causadas pelos efeitos da crise económico-financeira da altura. A coordenação do projeto esteve a cargo do Departamento da Pastoral Sócio Caritativa do Patriarcado de Lisboa, da Comunidade Vida e Paz e da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL), que também o secretariou, através do Gabinete de Ação Social. Nesse mesmo ano, e quase como complementar ao fundo da Igreja Solidaria, a CDL criou a Loja Solidaria, em funcionamento ainda hoje, pela ação de voluntárias exemplarmente comprometidas, zelosas e muito generosas. 

 

Crise económico-financeira

Milhares de empresas tinham fechado, e continuavam a encerrar portas, um pouco por todo o país, gerando níveis de desempego imparáveis e extremamente preocupantes. Com o desempego de milhares de pessoas, também se perderam haveres, imóveis, viaturas, e uma variedade enorme de outros bens, muitos deles hipotecados. E foi precisamente a dificuldade em manter em dia o pagamento de dívidas, a falta de liquidez das famílias, que atirou muitos para uma situação de pobreza nunca dantes vivida, muito menos imaginada. Muitas famílias se fragmentaram. Jovens e menos jovens viram-se forçados a emigrar, e dos que ficavam, eram sobretudo as crianças e os idosos os que mais sofriam a impossibilidade do apoio da família, do pai, da mãe. Inimaginável que muitos idosos tivessem de abandonar os lares onde residiam, para apoiarem os seus empobrecidos filhos, com as suas pequenas reformas ou poupanças. Estudos universitários também se viram adiados, com jovens à procura de trabalho, qualquer que fosse a sua remuneração. Um cenário muito complexo e doloroso, que se prolongou por vários anos e que deixou profundas marcas, das quais muitas pessoas ainda não se conseguiram libertar, mesmo quando se vá ouvindo dizer, que a situação socioeconómica do país está hoje bem melhor do que há meia dúzia de anos.

 

Apoiadas 832 famílias

Criado para ir ao encontro dos que na diocese se encontravam nesta situação ou em condições muito semelhantes, o Projeto Igreja Solidária foi conseguindo angariar, ao longo dos anos do resgate económico-financeiro, apoio humano especializado, bens de primeira necessidade e algum dinheiro. Foram muitas as horas de atendimento-acompanhamento, enorme a solidariedade e o esforço de pessoas e comunidades, para que as situações mais aflitivas se resolvessem e ultrapassassem. Neste processo mobilizador de todos, de relevar a importância que o Projeto Amigo da CDL teve como principal financiador do fundo da Igreja Solidária, com uma média de 85-95 mil euros de donativo-ano, o correspondente a 909 518,99 de euros angariados, entre julho de 2019 e julho de 2018, o que permitiu a distribuição de 936 950,10 euros por 832 famílias, tendo a diferença entre o dinheiro angariado e o dado, para pagamento das mais variadas faturas de pessoas em total desespero, sido coberta pela CDL.

 

“Ercelinda é a mãe de Vitória, de dois anos. Presta apoio domiciliário a pessoas idosas. Ainda grávida, vivia num quarto insalubre, sem ventilação, onde mal cabia a cama onde se deitava. Encontramos-lhe uma casa e conseguimos pagar-lhe a renda durante meses, graças à Igreja Solidária. Hoje vive com os pais numa casa junto à Igreja da Buraca.” (Centro Social e Paroquial da Buraca)

“A Igreja solidária dava resposta a necessidades pontuais, tais como rendas em atraso, tratamento dentário, aquisição de óculos, ajuda técnica, entre outros, ajudas muito importantes e gratificantes para todos os utentes que puderam usufruir deles.” (Centro Paroquial da Póvoa de Sto. Adrião)

 

Apoio Cáritas Lisboa

O fundo foi extinto por ter cumprido o fim pelo qual tinha sido criado, mas as pessoas e famílias da diocese, que continuam desprotegidas e vulneráveis, vão continuar a poder contar com o que a partir de agora se vai apelidar de Apoio Cáritas Lisboa, cujo acesso se fará sempre através das instituições, dos centros sociais, das Cáritas ou grupos paroquiais de ação social das suas residências. Na prática, ao procurar aperfeiçoar os métodos e instrumentos de apoio, a ACL representará uma evolução do Projeto Igreja Solidária.

A pobreza, a exclusão social, as desigualdades estão bem longe de alguma vez serem erradicadas. A celebração do Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza (17 de Outubro) e a do Dia Mundial do Pobre um mês depois (17 Novembro) são disso mesmo lembrança e sobretudo convicção de que é urgente uma conversão do coração, um novo estilo de vida, e uma vontade politica maior, para que a diminuição dos níveis de pobreza e desigualdade por cá e pelo mundo inteiro, não se abordem como joguetes ou lavagem de todo o tipo de sentimento de culpa, mas como incondicional direito-dever e amor ao próximo. Neste sentido, é compromisso da ACL não ser panaceia para as necessidades do momento, mas retirar efetivamente da pobreza as pessoas que apoia.

 

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Cáritas Diocesana de Lisboa reuniu-se, no dia 26 de outubro, em Agualva-Cacém, com representantes de 12 Cáritas Paroquiais, para uma conversa sobre o novo Regulamento de Proteção de Dados, as iniciativas programadas para celebração Ano da Caridade e outros temas de interesse.

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