Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Tocados por Amor que cura
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Na semana passada escrevia no meu mural pessoal da rede social Facebook: “Esta semana fomos confrontados com a notícia do aparecimento de um bebé, recém-nascido, no caixote do lixo. Hoje, as notícias dizem que foi encontrada a mãe dessa criança que vivia em condições precárias na via pública. Isto devia interpelar-nos, a todos. Creio que andamos, todos, muito iludidos com as ilusões que nos apresentam de uma vida boa, de um bom estado económico do país e tantas outras mais ilusões... Mas aqui deste lado, cada vez mais, chegam pedidos de ajuda, de quem não tem meios de subsistência, de quem ficou sem emprego, de quem vive na rua, em alpendres de prédios ou dentro de carros, de quem não é capaz de ver um futuro à sua frente”.

Em reação ao texto, há quem pense que o mesmo tem qualquer intenção política. Direi que sim, mas não partidária. A raiz da palavra político, deriva do grego ‘pólis’, a cidade, o estado. Por isso: sim, é um texto que tem a ver com a vida das cidades, do estado, do nosso estado, ou do estado em que estamos, literalmente. Porque, dia após dia, vamos percebendo, mesmo que nos digam o contrário, que a pobreza permanece e tende a aumentar, e não é apenas, ou só, nos lugares distantes ou mais esquecidos, mas na nossa cidade de Lisboa, lugar de turismo e inovação tecnológica.

Diante das dificuldades, dos problemas que é preciso enfrentar, nem sempre há a orientação necessária da pessoa para encontrar a solução, e nem sempre essa encontra o apoio que precisa. Há portas que se fecham, há dificuldades externas que impedem a ajuda de quem quer ajudar, mas há, também, o comodismo para permanecer numa situação. Há fragilidades psíquicas, físicas, contextos culturais, desequilíbrios económicos, numa sociedade que, por um lado se afirma tecnológica e, por outro, deixa o homem de lado. Há desesperos extremos que acolhemos, e não devemos condenar porque, provavelmente, como sociedade, até podemos ter sido cúmplices e carecem de oportunidade de salvação.

Mas, acredito na bondade de quem é tocado pela mão do Jesus Cristo que dá de comer, de vestir, que acompanha, está presente, insiste e persiste em querer salvar. Porque a graça da misericórdia de Deus na vida dos homens tem a capacidade de curar.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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