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Roma
“Abrir as portas dos corações a Cristo e aos irmãos”
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O Papa Francisco desafiou os cristãos a “transformar as suas casas em igrejas domésticas”. Na semana em que Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou em Roma uma exposição sobre Fátima, o Papa encontrou-se com o presidente de Angola, assinalou a canonização de São Bartolomeu dos Mártires e anunciou a intenção de visitar o Sudão do Sul.

 

1. O Papa Francisco lembrou o povo judeu. “O povo judeu sofreu tanto na história, foi expulso, perseguido, no século passado vimos tanta brutalidade contra o povo judeu e todos estávamos convencidos de que isto tinha acabado. Mas hoje começa a renascer, aqui e ali, o hábito de perseguir os judeus. Irmãos e irmãs: isto não é humano nem cristão, os judeus são nossos irmãos e não se perseguem. Entendido?”, salientou, de improviso, na audiência-geral de quarta-feira, 13 de novembro. Depois, recordou as figuras de Áquila e Priscila, que acolheram São Paulo em Corinto. “Este casal demonstra ter um coração cheio de fé em Deus e generoso para com os outros, abrindo as portas da sua casa não só ao Apóstolo evangelizador, mas também aos irmãos e irmãs em Cristo”, referiu o Papa, convidando os cristãos ao acolhimento. “Graças à fé e ao empenho evangelizador de tantos leigos como eles é que o cristianismo chegou até nós. Peçamos ao Pai do Céu que derrame o seu Espírito sobre todos os casais cristãos, para que saibam, a exemplo de Áquila e Priscila, abrir as portas dos seus corações a Cristo e aos irmãos e transformar as suas casas em igrejas domésticas, onde se viva a comunhão e ofereça o culto duma existência cristã vivida na fé, esperança e caridade”, acrescentou Francisco, no encontro público semanal, na Praça de São Pedro, no Vaticano, sublinhando ainda que “o cristianismo, desde o início, foi pregado pelos leigos”. Falando aos recém-casados, presentes na audiência-geral de quarta-feira, o Papa pediu-lhes que transformem “as suas casas em Igrejas domésticas”, vivendo “com fé, esperança e caridade”.

No final da audiência, o Papa Francisco pediu orações pela sua próxima viagem internacional, à Tailândia e Japão, que se inicia na próxima terça-feira, 19 de novembro, e se prolonga até dia 26. “Convido todos a rezar pela minha viagem apostólica à Tailândia e Japão, para que o Senhor conceda aos povos visitados numerosos dons de graça”, concluiu.

 

2. O Presidente da República destacou a universalidade de Fátima e a ligação de Portugal e a Santa Sé, durante a inauguração da exposição ‘Papas peregrinos de Fátima’, do fotógrafo Rui Ochoa, patente no Instituto Português de Santo António em Roma, até dia 30 de novembro. “A grande riqueza desta exposição, por um lado, demonstra o talento do fotógrafo, mas também demonstra o peso do tema inspirador do fotógrafo: há uma parte que é mérito do fotógrafo, há uma parte enorme que é mérito de Fátima, que o mesmo é dizer que é mérito de Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na passada segunda-feira, dia 11, destacando que nas fotografias está retratado “o povo português católico, o povo peregrino em Fátima”.

O Presidente da República disse também que espera que seja possível realizar outra exposição a seguir, “completando estas visitas [dos Papas a Fátima] com a muito significativa visita do Papa” na Jornada Mundial da Juventude 2022, em Lisboa, e que vai traduzir a “projeção de Portugal no mundo”. “Lá estará o Papa; significará que a história que começou há muitos séculos, de ligação entre a Santa Sé e Portugal, continua no presente e vai prosseguir no futuro”, realçou Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso.

Neste dia, o presidente português encontrou-se ainda com o homólogo angolano, João Lourenço, no dia em que Angola assinalou os 44 anos de independência. Recorde-se que o chefe de Estado de Portugal realizou uma visita de Estado a Itália, que terminou dia 13.

 

3. O Papa Francisco recebeu, no Vaticano, o presidente angolano, João Lourenço, numa audiência privada que deu “especial atenção” aos esforços para o desenvolvimento e à manutenção da paz social. “Durante as cordiais conversações, nas quais foram enfatizadas as boas relações entre a Santa Sé e Angola e a apreciada contribuição da Igreja Católica em muitos setores da sociedade, foi dada especial atenção a alguns aspetos do acordo bilateral assinado no Vaticano, em 13 de setembro passado”, refere uma nota oficial, divulgada pela Santa Sé, no passado dia 12 de novembro. De referir que João Lourenço ofereceu ao Papa um quadro que representa uma mãe e uma filha, em trajes tradicionais.

 

4. O Papa assinalou, no Vaticano, a canonização de frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo português do século XVI, que apresentou como “grande evangelizador e pastor”. “Hoje, em Braga, Portugal, celebra-se a Missa de ação de graças pela canonização equipolente de São Bartolomeu Fernandes dos Mártires. O novo santo foi um grande evangelizador e pastor do seu povo”, lembrou o Papa, aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus, pedindo uma salva de palmas.

Na manhã do passado Domingo, 10 de novembro, Francisco recordou também a beatificação, na véspera, da religiosa espanhola Maria Emilia Riquelme y Zayas, fundador das Irmãs Missionárias do Santíssimo Sacramento e de Maria Imaculada, “exemplar no fervor da adoração Eucarística e generosa no serviço aos mais necessitados”.

 

5. O Papa Francisco revelou a intenção de visitar o Sudão do Sul, um país a viver uma crise política e alimentar. “Dirijo um pensamento especial ao querido povo do Sudão do Sul, que deverei visitar este ano. Com a memória ainda viva do retiro espiritual para as autoridades do país, realizado no Vaticano em abril passado, desejo renovar o meu convite a todos os atores do processo político nacional para que procurem o que une e superem o que divide, em espírito de verdadeira fraternidade. O povo do Sudão do Sul sofreu muito nos últimos anos e espera com grande esperança um futuro melhor, especialmente o fim definitivo dos conflitos e a paz duradoura”, referiu o Papa, na janela do apartamento pontifício, no Vaticano. O texto oficial divulgado pela Santa Sé esclareceu depois que Francisco se referia a 2020 e não a “este ano” (2019), como acabou por dizer.

O Papa manifestou ainda preocupação com a crise política na Bolívia. “Exorto todos os bolivianos, especialmente os atores políticos e sociais, a aguardarem com espírito construtivo e sem quaisquer condições prévias, num clima de paz e serenidade, os resultados do processo de revisão eleitoral, atualmente em curso. Em paz”, apelou.

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