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“Confiemos à bondade e misericórdia de Deus os povos da Tailândia e do Japão”
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O Papa Francisco recordou a viagem à Tailândia e ao Japão. Na semana em que anunciou a publicação de uma carta sobre o significado do presépio, o Papa rezou pelas vítimas do sismo na Albânia e falou sobre a regulação financeira no Vaticano.

 

1. O Papa Francisco desejou “paz e prosperidade” à Tailândia e ao Japão, países que visitou recentemente, de 19 a 26 de novembro. “Queridos irmãos e irmãs, confiemos à bondade e misericórdia de Deus os povos da Tailândia e do Japão, que acabo de visitar. Desejo renovar aqui o meu agradecimento às autoridades e aos bispos de ambos os países, que me convidaram e acolheram com grande solicitude e amizade, e aos respetivos povos para quem imploro, de Deus, paz e prosperidade. Na Tailândia, pude encorajar os esforços em prol da harmonia entre as diversas componentes da Nação, com votos de que o progresso económico possa beneficiar a todos e se ponha termo à praga social que é a exploração sobretudo de mulheres e menores. Está seriamente empenhada nisto a Igreja local, cujo testemunho passa também através das suas obras ao serviço dos doentes e marginalizados. Na Eucaristia e sucessivo encontro com os jovens, pudemos sentir como a nova família formada por Jesus incluía também os rostos e as vozes do povo tailandês. Depois, sob o lema «proteger toda a vida», visitei o Japão, cujo povo traz gravadas na alma os estigmas das terríveis explosões atómicas de Hiroxima e Nagasáqui. Lá pude rezar, encontrar alguns sobreviventes e familiares das vítimas e reiterar uma firme condenação das armas nucleares, denunciando também a hipocrisia de se falar de paz e, ao mesmo tempo, construir tais bombas e vendê-las. O povo japonês, depois daquela tragédia, demonstrou uma capacidade extraordinária de lutar pela vida; e o mesmo haveria de fazer em 2011, o ano do tríplice desastre: o terramoto, o tsunami e o incidente na central nuclear de Fukushima. Para proteger a vida, toda a vida, é preciso amá-la; e hoje uma grave ameaça nos países mais desenvolvidos é a perda do sentido da vida e do amor à vida. E as primeiras vítimas deste vazio são os jovens. A abundância de recursos não basta; é preciso o amor de Deus Pai, que Jesus Cristo nos trouxe e oferece”, recordou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 27 de novembro, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

 

2. Assinalando o início do tempo litúrgico do Advento, o Papa Francisco vai publicar, neste Domingo, 1 de dezembro, uma carta sobre o significado do presépio. “No próximo Domingo começa o tempo litúrgico do Advento. Vou deslocar-me a Greccio, para rezar no lugar do primeiro presépio que São Francisco de Assis fez, e enviar a todo o povo crente uma carta para entender o significado do presépio”, revelou o próprio Papa, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro. Francisco deixou ainda votos de que o Advento seja um tempo de “esperança” e de “serviço dos mais necessitados”.

No ano de 1223, São Francisco de Assis decidiu celebrar a Missa da véspera de Natal com os cidadãos de Assis de forma diferente: em vez de ser celebrada no interior de uma igreja, foi celebrada numa gruta, que se situava na floresta de Greccio, perto da cidade. O santo transportou para essa gruta um boi e um burro reais e feno, e também colocou na gruta as imagens do Menino Jesus, da Virgem Maria e de São José. A 4 de janeiro de 2016, o Papa fez uma visita surpresa a Greccio, que fica situada a 100 quilómetros a norte de Roma, para rezar diante da representação do primeiro presépio.

 

3. O Papa Francisco expressou a sua proximidade “ao querido povo albanês, que tanto sofreu nestes dias”. “A Albânia foi o primeiro país da Europa que eu quis visitar. Sinto-me próximo das vítimas, rezo pelos falecidos, pelos feridos, pelas famílias. Que o Senhor abençoe este povo ao qual quero tão bem”, afirmou o Papa, no final da audiência-geral, no Vaticano, no passado dia 27 de novembro. O último balanço do sismo aponta para 25 mortos e cerca de 650 feridos. A maior parte das vítimas são da cidade de Durres, situada 40 quilómetros a oeste da capital, Tirana.

Num telegrama enviado ao Presidente da Albânia e aos familiares das vítimas, Francisco expressou pesar por aqueles que morreram em consequência do terremoto de 6.4 na escala Richter, que sacudiu o país na madrugada de terça-feira. “Encomendando as almas dos falecidos à misericórdia de Deus, asseguro aos feridos e a todos os atingidos por esse desastre a minha proximidade em oração”, refere a mensagem, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. As equipas de resgate também não foram esquecidas, com o Papa a invocar bênçãos de força e confiando o povo da Albânia à Providência Divina.

 

4. O Papa reconheceu as suspeitas de corrupção no Vaticano, relacionadas com a compra de um imóvel em Londres, mas o facto de a situação ter sido descoberta internamente prova que os novos sistemas de controlo financeiro estão a funcionar. Numa conferência de imprensa com os jornalistas a bordo do avião que fazia a viagem de regresso ao Vaticano, após uma visita à Tailândia e ao Japão, Francisco assegurou aos fiéis que contribuem financeiramente que tudo está a ser feito para garantir que o dinheiro é usado de forma correta. “É a primeira vez no Vaticano que a lebre é levantada a partir de dentro, e não de fora”, revelou o Papa, que assim sublinhou as diferenças face a várias situações reveladas no passado por entidades externas, nomeadamente a comunicação social. Entretanto, Francisco nomeou o especialista italiano Carmelo Barbagallo como o novo presidente da Autoridade de Informação Financeira (AIF), a instituição da Santa Sé para a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

O perigo das armas nucleares para a Humanidade foram uma das marcas da visita do Papa ao Japão e, durante a viagem de regresso a Roma, Francisco referiu que pretende consagrar a proibição de uso e posse de armas nucleares no Catecismo da Igreja Católica. “O uso das armas nucleares é imoral, por isso deve ser introduzido no Catecismo da Igreja Católica; e não somente o uso, mas também a posse, porque um acidente, ou a loucura de algum governante, a loucura de um só pode destruir a humanidade”, lembrou o Papa, aos jornalistas, a bordo do avião.

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