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A história do livro que mudou a vida de uma rapariga cubana
O segredo de Diana
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Cuba vive tempos difíceis. Com a economia estrangulada e um regime político fechado, há cada vez mais jovens que desejam emigrar, pois sentem que não conseguem realizar os seus sonhos na ilha de Fidel. Mas nem todos são assim. Diana tem 26 anos e, apesar de todas as dificuldades, sorri. É catequista. Sabe como ela aprendeu a rezar? Esse é o [grande] segredo de Diana…

 

Diana Calderon é estomatologista. Vive no município de Santa Isabel, mas quando se apresenta costuma dizer que pertence à Paróquia de Santo António. Diana fala com a alegria típica dos cubanos, enchendo as palavras de sorrisos, gesticulando. Parece quase uma adolescente, apesar de já ter 26 anos. Diana sabe que a vida não é fácil na ilha. Embora os cartazes publicitários falem de Cuba como um paraíso nas Caraíbas, com praias de areia clara, comida apetitosa e gente simpática, a realidade é bem diferente. “A vida aqui não é fácil.” Diana resume tudo numa simples frase. “Apesar de sermos um povo alegre, é comum as pessoas ficarem deprimidas. Muitas perdem a esperança em ‘algo mais’”, diz esta estomatologista que decidiu oferecer parte do seu tempo a ensinar catequese às crianças da sua paróquia. São crianças dos 5 aos 11 anos de idade. Ensinar, para Diana, não tem segredos. Desde os 16 anos que é catequista. “Quando me apercebi do que a Igreja havia feito por mim, decidi ser catequista para ensinar o Evangelho às crianças e jovens”, diz, abrindo as mãos como se quisesse abraçar todas as crianças da ilha.

 

Verdadeiro tesouro

A história de Diana cruza-se com a da Fundação AIS. Quando era ainda menina, recebeu um pequeno livro de capa encarnada que iria mudar a sua vida para sempre. O livro, a “Bíblia para Crianças”, editado pela Fundação AIS, continua em sua casa, continua na estante, mas está bem gasto. Foi lido e relido vezes sem conta. “Cresci a ler a “Bíblia para Crianças” da Ajuda à Igreja que Sofre. Trouxe-me o mais importante das nossas vidas – a fé!” Foi criança, adolescente e mesmo agora, já adulta, quase a chegar aos 30 anos, é ainda a esse livro que recorre, pois sabe que ali está guardado um verdadeiro tesouro. Diana nasceu numa família católica e isso ajudou-a a perceber que tinha de fazer alguma coisa pelos outros, que tinha de partilhar o tesouro que um dia lhe ofereceram.

 

As crianças

Pertencer à Igreja abriu-lhe as portas do mundo. A Paróquia de Santo António tem cerca de 20 mil pessoas espalhadas por 15 lugares. São pequenas aldeias dentro de uma aldeia. Mas ela aprendeu a ver mais longe. Ser catequista deu-lhe “uma visão diferente acerca dos desafios e dificuldades no país”. E nem a desconfiança do regime face à Igreja a demoveu. Mas não foi fácil. “Não foi fácil porque no passado viver abertamente a nossa fé católica podia resultar na perda de emprego, comida, família ou casa.” No entanto, as dificuldades, e até o medo, alimentaram ainda mais a sua vontade. E Diana nunca mais parou. “Em todo o mundo há muitos homens e mulheres como eu, que querem cumprir a sua missão sob condições muito difíceis, e também necessitam da vossa ajuda.”

 

“Obrigada, AIS!”

Diana Calderon agradece à Fundação AIS ter-lhe dado um livro que acabaria por mudar a sua vida. Como catequista, ela tem-se esforçado por mudar também a vida de todas as crianças que tem ensinado. Num país onde as dificuldades económicas persistem, onde o regime procura ainda controlar a vida das pessoas, há quem não tenha medo do futuro. É o caso de Diana. Ela sabe, no seu íntimo, que as suas crianças podem ser a chave da mudança. “Quando elas regressam às suas casas, abençoam a comida e falam aos pais sobre Cristo.” Parece pouco? Pode ser imenso. Um dia, graças à Fundação AIS, ofereceram um livrinho de capa encarnada a Diana. Ela guarda esse livro como um tesouro. Foi lá, nas suas páginas, que aprendeu a rezar, que se comoveu com Jesus, que decidiu que iria entregar a sua vida também à Igreja. É por isso que se tornou catequista. Para não guardar o tesouro da fé só para si. Esse é o segredo de Diana!

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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