Em vésperas de Natal, o texto que a Creche Cáritas preparou para esta edição da VOZ DA VERDADE não é um conto para crianças, mas este pode muito bem anteceder uma conversa descontraída entre pais e filhos a crescer, sentados no chão, à volta de um presépio quente, iluminado de infinitas cores e de sons mágicos.
Facilitadores
Para a Equipa Educativa da nossa creche, Educar é acima de tudo dar Amor, dar mimo e dar segurança. Educar com Amor é um trabalho contínuo de grande persistência, que as Educadoras e a Equipa Educativa tiveram sempre por foco.
Desempenhamos o nosso papel como facilitadores da aprendizagem, assumindo as famílias das crianças como companheiros e não como obstáculo. É fundamental que as famílias se sintam acolhidas para que juntos consigamos contribuir para o são desenvolvimento da criança, na sua individualidade. Na nossa ótica, o conceito de “Creche” só faz sentido quando integra toda a família no processo de desenvolvimento da criança.
Ao longo dos anos, fomo-nos apercebendo que as famílias manifestam algum receio em ser exigentes com os seus filhos, como temem que estes vivenciem mágoas que os próprios pais viveram no seu passado - o que faz com que, por vezes, sejam demasiado permissivos, e sem se aperceberem, desresponsabilizam-se da sua função.
Uma Creche de Amor,
de Aventura,
e de Magia,
só pode ter
quem foi Cáritas um dia.
Conciliadores
Icami Tiba, um pensador do nosso tempo, afirma que “criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe as vontades. Educar é trabalhoso.” A verdade é que as famílias têm medo de dizer não, quando um “não” está carregado de amor, quando dado no momento certo. E devem ser capazes de o afirmar, sem ter medo dele.
Falta por isso, na relação entre pais e filhos, aquilo a que chamamos de “Firmeza Afetiva”.
As crianças sem limites não são livres. Uma criança sem limites torna-se numa criança insegura, porque não foi progressivamente preparada para as contrariedades futuras, e desta forma não consegue gerir-se emocionalmente na frustração que vivencia. E esta é uma competência que tem de ser trabalhada desde pequeno.
As crianças têm voz, mas isso não implica que sejam elas a decidir, uma vez que não têm estrutura cognitiva para o fazer. É através das respostas e experiências obtidas que a criança se vai organizando cognitivamente.
O problema não está na criança que contraria a família, pois faz parte desta etapa do seu desenvolvimento fazê-lo. A questão coloca-se quando a criança faz o que lhe apetece e os adultos permitem que o faça, não a contrariando. E sem que se apercebam, constroem crianças que podem “tudo”, quando o tudo não existe, estando por isso a enganá-las.
Há um cartão animado, em que mãe, agitada, pergunta ao seu pequeno filho, rodeado de brinquedos: “que mais queres que te dê?”, ao que a criança responde: “Um NÃO”. E nos dias de hoje, este é um retrato que faz total sentido.
Ir mais além
Nesta sociedade de ritmo acelerado, sabemos, com certeza, que os pais se esforçam para darem aos seus filhos a melhor educação, e o que consideram ser melhor para eles, mas é necessário ir mais além. E é aqui que, como Equipa Educativa atenta, fazemos por intervir e ajudar nesta relação de cooperação sempre presente, entre a Família e a Creche.
Às portas da celebração do Natal, momento por excelência da manifestação do amor, da fraternidade e solidariedade, consideramos importante refletir sobre a existência de dois tempos, que nos foram ensinados por uma criança:
“O tempo de fora e o de dentro. O tempo de fora é o do relógio, o de dentro é o do coração!”
Aos adultos cabe esta função, esta a missão, o da gestão do tempo, onde o Amor ao outro seja sempre a palavra de ordem.
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