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“«Bem-aventuranças» oferece-nos o «Bilhete de Identidade» do cristão”
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O Papa Francisco apresentou as bem-aventuranças como “roteiro” para a felicidade. Na semana em que recordou o 75.º aniversário da libertação do campo nazi de Auschwitz, o Papa desafiou os católicos a lerem, todos os dias, umas palavras da Bíblia, rezou pela unidade dos cristãos e pediu coragem aos media para rejeitarem as “notícias falsas”.

 

1. O Papa iniciou um novo ciclo de catequeses no Vaticano, dedicado às bem-aventuranças, que apresentou como roteiro para a felicidade de cada pessoa. “Com as bem-aventuranças, Jesus dá-nos os ‘novos mandamentos’, que não são normas, mas assinalam o caminho da felicidade que Ele nos propõe”, referiu, durante a audiência-geral de quarta-feira, 29 de janeiro. No auditório Paulo VI, Francisco declarou que as bem-aventuranças são o “Bilhete de Identidade” do cristão, porque “descrevem o rosto e o estilo de vida de Jesus”, apontando que o significado da palavra “bem-aventurado” ou “felizes” vem do grego e refere-se a quem “está numa condição de graça e avança na amizade de Deus”. “Isso é importante: as bem-aventuranças iluminam as ações da vida cristã e revelam que a presença de Deus em nós faz-nos verdadeiramente felizes”, explicou. “Às vezes, Deus escolhe caminhos difíceis de entender, às vezes não compreendemos porque é que certas coisas nos acontecem: por exemplo, o dos nossos próprios limites e derrotas, mas é aí que Ele manifesta a força da sua salvação e nos concede verdadeira alegria”, acrescentou.

Nas próximas semanas, o Papa vai comentar cada uma das bem-aventuranças, tendo dedicado esta primeira catequese a uma explicação global das palavras de Jesus. “As bem-aventuranças levam à alegria, sempre. São o caminho para chegar à alegria”, concluiu.

Após a catequese, Francisco evocou a Dia Mundial da Vida Consagrada, a 2 de fevereiro. “Rezemos pelos religiosos e religiosas que se dedicam a Deus e aos seus irmãos e irmãs no serviço diário, de acordo com seu próprio carisma, para que sejam sempre testemunhas fiéis do amor salvador de Cristo. Rezemos também por novas vocações para a vida consagrada”, pediu.

 

2. O Papa Francisco recordou o 75.º aniversário da libertação do campo nazi de Auschwitz, ocorrido a 27 de janeiro de 1945, pedindo que “nunca mais” se repita essa tragédia. “Esta segunda-feira completa-se o 75.º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Diante desta enorme tragédia, desta atrocidade, não se pode admitir a indiferença e é imperiosa a memória. Amanhã, somos todos convidados a fazer um momento de oração e de recolhimento, dizendo, cada um no seu coração: nunca mais! Nunca mais!”, apelou alertou, durante a oração do Angelus, no passado Domingo, 26 de janeiro.

O Papa rezou também pelas vítimas do coronavírus, que já fez mais de 100 mortos na China. “Quero rezar também pelas pessoas doentes por causa do vírus que se difundiu na China. Que o Senhor acolha os defuntos na sua paz, conforte as famílias e sustente o grande empenho, já em curso, para combater a epidemia”, pediu.

 

3. O Papa desafiou os católicos a lerem, todos os dias, umas palavras da Bíblia. “Precisamos da sua Palavra: precisamos de escutar, no meio das infindas palavras de cada dia, a única Palavra que não nos fala de coisas, mas de vida”, destacou, na homilia da Missa que presidiu na Basílica de São Pedro, no primeiro Domingo da Palavra, festa instituída pelo próprio Papa Francisco. “Queridos irmãos e irmãs, demos espaço à Palavra de Deus! Leiamos diariamente qualquer versículo da Bíblia. Comecemos pelo Evangelho: mantenhamo-lo aberto na mesa de casa, tragamo-lo connosco no bolso, visualizemo-lo no telemóvel, deixemos que nos inspire todos os dias. Descobriremos que Deus está perto de nós, ilumina as nossas trevas, amorosamente impele para o largo a nossa vida”, afirmou, recordando como Jesus começou a sua pregação nos lugares mais inóspitos e entre as pessoas mais improváveis, os simples pescadores.

Francisco garantiu ainda que a Palavra de Deus tem o poder de mudar a vida de quem a escuta. “É para isto que o Senhor te dá a sua Palavra: para que a recebas como a carta de amor que escreveu para ti, para fazer-te sentir que Ele está junto de ti. A sua Palavra consola-nos e encoraja-nos; ao mesmo tempo provoca a conversão, abana connosco, liberta-nos da paralisia do egoísmo. Pois a sua Palavra tem este poder: o poder de mudar a vida, de fazer passar da escuridão à luz”, afirmou.

 

4. O Papa considera que até os mais pequenos e fracos têm algo a ensinar aos demais. “Pensemos nas comunidades cristãs. Até as mais pequenas e menos significantes, aos olhos do mundo, se fizerem a experiência do Espírito Santo e se forem animados pelo amor por Deus e pelo próximo, têm uma mensagem a oferecer a toda a família cristã”, observou o Papa, no final de um encontro ecuménico, no dia 25 de janeiro com o qual se assinalou o fecho do oitavário da oração pela unidade dos cristãos, em Roma, com a presença de líderes de outras comunidades cristãs na cidade. “Tal como no relato do naufrágio de São Paulo, muitas vezes são os mais fracos que trazem a mais importante mensagem de salvação. Foi isto que agradou a Deus: salvar-nos, não com o poder do mundo, mas com a fraqueza da cruz”, acrescentou.

Ainda neste dia, o Papa recebeu em audiência o Presidente do Iraque, Barham Salih, tendo expressado a sua preocupação pelos cristãos deste país do Médio Oriente.

 

5. O Papa pediu aos comunicadores em geral que tenham a “coragem” de rejeitar as falsas notícias que continuam a marcar a atualidade. “Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sabedoria para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas”, escreveu Francisco, na Mensagem para o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será assinalado a 24 de maio. “Frequentemente, nos ‘teares’ da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade”, alerta ainda o Papa, na mensagem intitulada ‘Para que possas contar e fixar na memória’, que foi divulgada a 24 de janeiro, dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

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