Missão |
Andresa Nobre, do projeto ‘Aprender Vivendo’
“Foi a experiência mais enriquecedora da minha vida!”
<<
1/
>>
Imagem

Andresa Nobre nasceu a 20 de maio de 2001, em Peniche. É estudante e no verão passado, através de uma parceria entre as escolas de Peniche (Agrupamento de Escolas de Peniche, o Agrupamento de Escolas da Atouguia da Baleia e a Escola Secundária de Peniche) e a ONGD Sol Sem Fronteiras, teve a oportunidade de partir em missão de curta duração para a Guiné-Bissau.

 

Desde pequena, com três anos de idade quando entrou na creche, diz que começou a revelar-se “uma pessoa que gosta de ajudar o outro e sempre pronta para pôr mãos a obra, através de pequeninas coisas”. “Lembro-me que, na altura, tinha colegas com algumas dificuldades/limitações e sempre ajudei naquilo que podia, coisas básicas que alguém com 3 anos conseguia fazer. Essa minha característica foi-se mostrando mais forte à medida que o tempo foi passando e pelas diversas escolas que passei, Escola Primária nº1, Ensino Básico Escola D. Luís de Ataíde e a escola em que ainda estou, Escola Secundária de Peniche. E muito mudou nesta escola, aqui eu cresci enquanto pessoa. Tive a grande oportunidade de fazer parte do Clube Missão Servir, ao qual ainda pertenço, que me possibilita fazer voluntariado regularmente, “transformar as minhas horas vazias em sonhos” (o lema do clube é ‘Feliz é aquele que transforma as suas horas vazias em sonhos’), e abriu a minha visão do mundo e do que está ao meu redor. Graças a este descobri o que me faz verdadeiramente feliz, que me realiza e o que me faz sentir útil para o outro que está ao meu lado, mesmo sem o conhecer. E aquilo que, com 3 anos, fazia tornou-se mais intenso e ganhou um sentido que, na altura, também devido à idade, não entendia. Este ano estou a melhorar as minhas notas, a fim de que, para o ano, possa ingressar no ensino superior de Fisioterapia, um sonho que tenho há alguns anos”, revela. Ao mesmo tempo que estuda, também trabalha (“desde cedo”) para poder gerir o dinheiro para as “suas coisas”.

 

O amor por Cristo foi crescendo

Sobre o seu percurso na fé, partilha: “Entrei para a catequese no primeiro ano, como qualquer criança que nasce numa família cristã, e que os pais querem transmitir a sua fé. Fiz a Primeira Comunhão no 3º ano e o meu amor por Cristo foi crescendo. No 3º ano da Catequese entrei para um coro da minha paróquia, o PK (Pequeno Kerigma). Fui fazendo esta caminhada e no meu 7º ano fiz a Profissão de Fé, no ano seguinte iniciei-me como salmista. Entrei noutro coro da minha paróquia, o Coro das Famílias, permanecendo sempre em ambos os coros até hoje. Após o Crisma, que recebi no 10º ano, fui desafiada para ser catequista, aceitei e comecei com um grupo de crianças do 2º ano com outra catequista mais experiente, continuei com eles ao longo destes últimos anos, neste momento estão no 4º ano. O meu percurso cristão também passa pela disciplina de EMRC (Educação Moral Religiosa e Católica), na escola, na qual comecei a frequentar no 1º ano até ao meu último ano, 12º ano. Na última escola em que frequentei, foi onde esta disciplina e tudo o resto foi mais marcante e que fez mais sentido, até porque tinha mais maturidade. A disciplina de EMRC, na Escola Secundaria de Peniche, tem um filho muito amado, a Missão Servir, que me proporcionou momentos únicos e inesquecíveis. Aqui vivi a experiência do voluntariado de forma extraordinária em diversos locais e regularmente, na sala de educação especial lá na escola, Centro de apoio a deficientes profundos, João Paulo II, Banco Alimentar, Cruz Vermelha e muitos outros convites e pedidos que vamos tendo. E com estas pequenas, mas grandes, coisas o bichinho de fazer voluntariado missionário foi crescendo.”

 

A missão na Guiné-Bissau

Entre 31 de julho e 24 de agosto de 2019, esteve em missão na Guiné-Bissau integrada no projeto ‘Aprender Vivendo’ (fruto da parceria entre o Agrupamento de Escolas de Peniche, o Agrupamento de Escolas da Atouguia da Baleia, a Escola Secundária de Peniche e a ONGD Sol Sem Fronteiras). Partiram um total de oito pessoas para a comunidade missionária católica de Contuboel, Guiné-Bissau (dois professores de EMRC, quatro alunos de EMRC e dois representantes da Solsef). Sobre esta experiência, partilha na primeira pessoa: “Este mês de missão foi algo tão intenso e tão vivido, cheio de momentos que marcarão a minha vida para sempre. Foi a experiência mais enriquecedora da minha vida. A qual me fez olhar o mundo de diferente forma, me fez aprender valores aos quais ‘aqui’ não ligava importância nenhuma. Conheci uma cultura diferente que me ‘abriu os olhos’, me fez ver outro lado. Tive ainda mais a perceção de quanto um simples gesto pode fazer toda a diferença na vida de alguém, e muitas vezes essa pessoa está tão próxima de nós e nem nos apercebemos. Fomos recebidos de braços abertos com muito amor, algo que já esperava pelo que nos diziam que estavam desejosos da nossa chegada, mas logo com um grande à vontade que não esperava sentir assim tão rápido. Desde o primeiro segundo que fizeram sentirmo-nos em casa e decerto senti-me completamente em casa, sentia conforto naquele que era o desconforto do desconhecido, mas de um desconhecido que passou num ápice a conhecido e agora tão amado. Abri o meu coração e estive atenta aos sinais de Deus e fiquei maravilhada, vi-o em todo o lado, nas pessoas, na natureza, nos gestos,… Já chegámos há quase cinco meses e a verdade é que sinto que parte do meu coração ainda não aterrou, ainda está na Guiné-Bissau, se calhar irá sempre ficar porque foi algo muito especial e irá permanecer sempre presente na minha vida. Já estou cheia de saudades, mas sei que agora o meu lugar é aqui. Continuar esta missão na minha casa, na minha escola, na minha vida,… Sim porque esta missão nunca irá acabar, irá continuar sempre viva no meu coração e na minha vida. O meu coração continua a transbordar de felicidade e amor. Vou continuar a fazer-me presente mesmo longe, preocupar-me, apoiar, aquele povo. Esta missão aumentou a minha chama do gosto que tenho em fazer voluntariado missionário, por isso espero que este seja apenas o início de um grande caminho”.

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES