Lisboa |
Semana da Caridade na Vigararia de Sintra
Um contributo para “caminhar melhor”
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Na Vigararia de Sintra, a Semana da Caridade foi ao encontro das periferias e criou a oportunidade para, no futuro, “melhorar” a Pastoral da Saúde e Sociocaritativa da vigararia, tendo como base a reflexão da Constituição Sinodal de Lisboa.

 

Ao longo de uma semana, entre 9 e 16 de fevereiro, a Vigararia de Sintra abordou vários temas que estão relacionados com as realidades, ou periferias, identificadas em cada uma das 15 paróquias. O resultado é “muito positivo”, na opinião do sacerdote responsável pela Pastoral da Saúde e Sociocaritativa, padre Alberto Mendes. Segundo este sacerdote, o facto de se terem escolhido diferentes paróquias para realizar as várias conferências foi “uma forma de sair ao encontro e não de ficar à espera”, respondendo diretamente à periferia comum eleita: ‘Idosos e outras pessoas em situação de isolamento’. “Os temas, todos eles, foram escolhidos com objetivo de tocar as várias realidades da nossa vigararia, desde as prisões, à saúde mental, ao voluntariado, à saúde, ao setor social, ao cuidador informal. Portanto, todas estas áreas têm a ver com as necessidades que as pessoas destas paróquias encontram”, refere o padre Alberto, ao Jornal VOZ DA VERDADE, salientando que houve oportunidade para se “discutir e dialogar com pessoas sabidas no tema, quase os especialistas principais de cada área, com experiência teórica e prática, o que ajudou muito nesse sentido”, constata.

 

Proximidade

O ponto de partida da Semana da Caridade na Vigararia de Sintra aconteceu no dia 9 de fevereiro, com uma Missa com unção dos Doentes, presidida pelo Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes, na igreja de Rio de Mouro. “O senhor D. Joaquim deixou uma mensagem de proximidade para com as pessoas, de forma muito simples, porque ele próprio é muito próximo”, sublinha o padre Alberto Mendes, sacerdote da Ordem Hospitaleira de São João de Deus.

Para o futuro, o legado deixado por esta iniciativa é, “sobretudo, uma oportunidade para repensar aquilo que não está tão bem e que queremos melhorar, sobretudo de uma forma mais organizada na Pastoral da Saúde e Social da vigararia”, aponta o padre Alberto, questionando a forma como tornar esta pastoral “mais concreta, mais organizada, mais próxima e real, para que não seja só teórica”. “Depois da teoria, passamos para o outro passo, para ação. Queremos que seja marcada com um certo conhecimento para podermos lançar este desafio, o de uma melhor organização, para podermos chegar melhor, para concretizarmos”, aponta.

Para o padre Alberto Mendes, ações deste tipo deveriam repetir-se, também, a nível diocesano. “Acho que devíamos fazer mais vezes estas iniciativas, a nível vicarial e, depois, a nível diocesano, tal como se faz com outras áreas pastorais, como os acólitos, catequese, liturgia. Neste sector da Pastoral Social e da Saúde, para além de um congresso, não temos outro tipo de encontros. Porque não, no futuro, pensarmos mais nisso, num encontro diocesano para este setor? O diálogo uns com os outros, ou seja, a comunhão, ajuda-nos a caminhar melhor”, refere este sacerdote que, juntamente com o diácono Joaquim Craveiro, são responsáveis pela Pastoral da Saúde e Sociocaritativa na Vigararia de Sintra.

 

Envolver os jovens

O último momento da Semana da Caridade na Vigararia de Sintra foi dedicado ao tema da semana ‘Ter um coração que vê’ e decorreu na igreja de Colares. Na sua intervenção, onde foi apresentada a caminhada sinodal da Diocese de Lisboa, o sacerdote destacou “o desafio de chamar os jovens” para as áreas pastorais da Saúde e Sociocaritativa. “Devíamos fomentar mais atividades com eles, onde eles fossem mais protagonistas destas ações, em conjunto. De facto, os jovens já fazem muitas coisas, mas temos que os envolver mais em ações formativas, em conjunto, onde possam demonstrar o que sabem e o que podem fazer”, sugeriu o responsável vicarial desta pastoral. “Por exemplo, nas Conferências de São Vicente Paulo, temos grupos de visitadores e a maior parte são pessoas mais idosas. Porque não fazer algo mais integrado com os jovens, em que tomassem eles a iniciativa, que fossem participantes numa forma mais ativa e não tão passiva?”, sugere o padre Alberto, sublinhando o risco de, com esta falta, estar a Igreja a “excluir os jovens de uma pastoral onde são muito importantes e para onde podem trazer mais dinâmicas”.

Neste último encontro que antecipou um momento de oração, na igreja de Colares, a Constituição Sinodal de Lisboa foi o fio condutor de toda a apresentação que pretendeu despertar o “olhar” para os que mais precisam da caridade cristã. Contudo, o padre Alberto Mendes assume que este documento foi, ainda, “pouco trabalhado”. “É um caminho que se vai fazendo, criando processos, tal como diz o senhor D. Joaquim”, sublinha. O sacerdote deseja que o documento que resultou do Sínodo Diocesano 2016 possa ser “mais estudado, trabalhado” e “aplicado à realidade de cada paróquia”. “A Vigararia de Sintra é muito grande e para encontrarmos esta periferia não foi fácil. São muitas realidades. Estudar a Constituição Sinodal em cada paróquia e procurar aplicá-la, de acordo com cada realidade, pode dar outro efeito”, garante.

texto e fotos por Filipe Teixeira
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