Entrevistas |
Irmão David: Taizé é uma experiência de Igreja! (com vídeo)
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Deixou a terra natal e a família para se encontrar com Deus. Viajou 1600 quilómetros até França para integrar a comunidade ecuménica de Taizé. Em entrevista à VOZ DA VERDADE, o irmão David lança o desafio de uma vivência em Igreja e de uma experiência comunitária.

Como é que se tornou num dos irmãos de Taizé?

Chegar a irmão de Taizé foi um caminho que fui fazendo ao longo dos anos e é talvez difícil dizer se foi este ou aquele ‘aspecto’, se foi este ou aquele ‘momento’. Com o tempo fui compreendendo que o meu lugar era em Taizé. Conheci a comunidade ecuménica de Taizé com quinze anos. Fui lá, a França, várias vezes com o grupo de jovens da minha paróquia e a dada altura achei que podia ficar mais tempo, pois precisava de um tempo de paragem, de encontro e de reflexão. E foi já vários meses depois de estar em Taizé que me comecei a questionar se o meu lugar não seria lá! E acabei por ficar!

 

Para quem não conhece Taizé, o que nos pode dizer?

Taizé é uma pequena comunidade de irmãos que acolhem pessoas, sobretudo jovens, que vêm para uma semana de encontros junto da comunidade e que vivem essa semana ao ritmo das orações dos irmãos de Taizé: três vezes por dia, de manhã, ao meio-dia e à noite reúnem-se, todos juntos, na igreja para as orações comunitárias. Têm depois tempos de reflexão e de partilha, com pessoas de diferentes países, de todos os continentes, que vêm partilhar a sua vivência cristã, a sua fé, as suas dúvidas, as suas perguntas, os seus questionamentos. Esses tempos de reflexão são inspirados em alguns textos da Bíblia que são lidos em conjunto. Para além dos temas bíblicos, há também um tempo de reflexão com temas actuais e temas das sociedades. Apresentamos uma lista de cinco a seis temas diferentes e cada jovem escolhe aquele que vai mais ao encontro das suas questões, da sua procura. Depois há também tempo para trabalho voluntário, para aquilo que é preciso fazer, como as limpezas ou os jardins – para que o local esteja bonito e agradável para todos. Cada um contribui com aquilo que pode para a vida de todos.

 

Para além de uma semana de vida comunitária há a hipótese de passar essa semana em silêncio ou até mesmo fazer um retiro mais prolongado. Em que consistem estas duas experiências?

A experiência de viver uns dias ou uma semana em silêncio é essencialmente uma experiência de retiro. Não tanto de ir para falar com outras pessoas, encontrar outros jovens, mas para ir… e parar! E rezar… e pôr-se frente a Deus com aquilo que nós temos, procurando acolher Deus de forma muito simples. Deixando que durante esses dias de caminhada, a Bíblia e o Evangelho iluminem a própria vida e a própria caminhada.

Depois convidamos também os jovens que o desejem a ficar durante algumas semanas em Taizé, e às vezes até alguns meses, como voluntários, fazendo, antes de mais, uma experiência de vida comunitária com outros jovens nas mesmas circunstâncias. Desta forma os jovens procuram viver em comunidade, também baseando o seu ritmo de vida nas orações comunitárias dos irmãos, depois em tempos de serviço, para tornar possível o acolhimento de todos aqueles que vêm, organizando as equipas de trabalho em Taizé. Temos ainda tempos de reflexão e de partilha, que se reflecte em viver a experiência, mas com mais tempo.

 

Numa entrevista à VOZ DA VERDADE sobre o Encontro Europeu de Taizé em Poznan, na Polónia, uma jovem portuguesa – Sandra Santos – dizia que os portugueses eram conhecidos pela boa disposição e divertimento. Em Taizé, os irmãos partilham da mesma ideia?

Os portugueses trazem muita alegria a Taizé! Somos um povo alegre, com entusiasmo e dinamismo e isso sente-se muito em Taizé. Mas ao mesmo tempo também vejo que há uma vontade naqueles jovens que vêm a Taizé de contribuir para um bom ambiente de partilha, de reflexão, de oração. Vemos muitos, mas mesmo muitos jovens que chegam a Taizé com vontade de ajudar, dizendo: ‘eu posso fazer algum trabalho?’ ou ‘o que é preciso fazer? Eu posso ajudar…’. São jovens que querem contribuir para tornar essa semana ou esses dias em Taizé o mais agradável possível para todos.

 

Estamos a uma semana do II Encontro Ibérico de Taizé, que este ano decorre na cidade do Porto, de 13 a 16 de Fevereiro. Como está o ambiente na cidade invicta?

As expectativas são grandes. Há uma grande vontade de acolher, que podemos constatar da parte dos jovens e das famílias do Porto, mas em geral da parte de todos os portugueses. Os portugueses são um povo que vive a hospitalidade com um sentido muito aberto, muito profundo. Vemos isso nas ruas: se alguém chega ou um estrangeiro tem uma pergunta ou uma dúvida, as pessoas estão abertas a falar, a ajudar e isso sente-se ainda mais dentro da Igreja. Isso reflecte-se também quando somos chamados em Igreja a acolher jovens que vêm como peregrinos, que vêm à procura, ao encontro do outro, ao encontro de Deus. Portanto, há uma grande vontade de acolher no Porto e isso gera uma grande expectativa! As pessoas perguntam quem vai vir, quando vai vir, o que podemos fazer, como é que vamos preparar… Nesse sentido, penso que vai ser uma experiência muito bonita de hospitalidade, de encontro, de reflexão com temas adaptados à realidade concreta do Porto e de Portugal, onde vamos ter pessoas que convidámos para ajudarem na animação destes tempos de reflexão. No fundo é uma experiência de Igreja! Porque estamos juntos em Igreja vivendo uma experiência comunitária com pessoas que não conhecemos, não são só os nossos amigos, aqueles com quem temos afinidade, mas aqueles que Deus congrega e junta nesta comunidade que é a Igreja. Penso que será uma experiência única e muito rica para todos.

 

 

II Encontro Ibérico Taizé, no Porto

Informações práticas:

O acolhimento será feito entre as 11 e as 14 horas do dia 13 de Fevereiro, no Estádio do Dragão. No acolhimento cada um receberá o Caderno do Encontro, a Carta da China, escrita pelo irmão Alois, as senhas de refeição, um passe para os transportes, um mapa da cidade e um mapa para poder chegar à paróquia onde irá ser alojado. É importante que os participantes tenham sempre todas estas coisas durante todo o Encontro.

Vai ser pedida a colaboração de alguns participantes para ajudarem nas equipas de trabalho, para cantarem nas orações e para os workshops e reflexões em cada paróquia.

A organização recomenda que para a viagem se limite a bagagem ao essencial, no primeiro e último dia os participantes vão andar muito a pé e com as bagagens às costas. Itens fundamentais: saco-cama, almofada e colchão para poderem dormir no chão; uma colher para as refeições; Bilhete de Identidade.

 

Contactos úteis: 935926089 / 90 / 91 (telefone central do encontro)

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