“Todos nós O sabemos Ressuscitado, porque O entrevemos no nosso dia a dia de fé e de Igreja, e assim mesmo O apresentamos ao mundo, sobretudo quando o mundo mais necessita de sinais de Ressurreição, naquela vida que vence a morte e todos os sinais dessa mesma morte, porque é mais vida e em qualquer circunstância que seja”, frisou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, no início da sua homilia, no Domingo da Divina Misericórdia, no Parques das Nações.
Na igreja paroquial de Nossa Senhora dos Navegantes, em Lisboa, na manhã deste Domingo, 19 de abril, D. Manuel Clemente apresentou, depois, três sinais do Ressuscitado: a comunidade cristã e as casas das famílias, a oração e os discípulos – o mesmo é dizer, os cristãos – e também a partilha.
Começando pelo primeiro sinal, o Cardeal-Patriarca lembrou que “o grande local da experiência do Ressuscitado é a comunidade cristã”, para sublinhar que, “com a Ressurreição do Senhor Jesus, a sua vida agora não está limitada, como esteve naqueles trinta e tal anos em que viveu neste mundo, ao tempo e circunstância”. “A Ressurreição do Senhor deu-lhe uma presença total, em todo o tempo e em todo o espaço”, destacou. Neste Domingo II da Páscoa, D. Manuel Clemente apontou depois, nesta celebração que teve transmissão em direto na TVI, que as casas das famílias são “um lugar por excelência da presença do Ressuscitado”. “Nós hoje não podemos reunir nas nossas assembleias com povo, com estas limitações que a pandemia nos obriga, mas reunimos certamente em nossas casas, como vós estais, a seguir e a participar, deste modo, na Eucaristia, e, por isso, reunidos, tendes aí um lugar por excelência da presença do Ressuscitado. Ele apresenta-se no meio de nós sem precisar que nós lhe abramos qualquer porta, por Ele está em todo o mundo, sobretudo quando nós nos reunimos em seu nome”, referiu, reforçando que “este tempo de pandemia e de confinamento, a que somos obrigados, tem levado muitas famílias, pequenos grupos de uma habitação, a senti-l’O assim, mais presente”. “Porque unidos em seu nome e porque a sua presença também vai ao encontro da nossa necessidade. É isso também a misericórdia, isto é, da parte de Deus, estar presente onde mais precisa de estar. É preciso é que nós reparemos nos sinais da sua presença”, observou.
A oração e os discípulos
Outra oportunidade de a “presença do Ressuscitado ser mais sentida é a oração”. “Quando reunidos, com Jesus Cristo, elevamos ao Pai a nossa vida para que seja a d’Ele, e para que seja d’Ele em nós, e quando isto é mais forte e é mais convincente e arranca de uma existência mais vivida, e tantas vezes mais sofrida, que nós, com Jesus Cristo, para o Pai, no amor que os une e é nosso também, sentimos como tudo isto é real, é verdadeiro e acontece”, garantiu o Cardeal-Patriarca. “Unidos ao Pai, com Jesus Cristo, a vida acontece. Essa é a oração”, reforçou. Neste sentido, nesta Eucaristia no Parque das Nações, que foi concelebrada pelo pároco, cónego Paulo Franco, e pelo padre José Mário, D. Manuel Clemente apresentou os cristãos como sinais de Cristo no mundo. “Somos sinais da Ressurreição de Jesus Cristo, se com Jesus Cristo, e na oração que Cristo nos ensinou, estamos unidos ao Pai como fonte da vida”, frisou.
Partilha
O “terceiro sinal de vida ressuscitada em Jesus Cristo” é os cristãos partilharem “o que recebem”. “Aquilo que temos em vez dos outros é aquilo que nós temos para os outros. Aquilo que nós temos não é para acabar em nós. Só o que nós damos é que realmente nos aproveita”, assumiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa, referindo que, “hoje, em muitas famílias, em muitos estabelecimentos de saúde, em muitos lares e em muitas Misericórdias, em tudo onde se reparte a caridade, se tem crescido no sentimento e na experiência de Deus exatamente pela partilha que se faz”.
“O Senhor está aí”
D. Manuel Clemente terminou a sua homilia na igreja do Parque das Nações garantindo que “são tantos”” os “sinais da Ressurreição de Jesus Cristo”. “A sua vida partilhada na comunidade que nós somos, na Igreja, as famílias, os grupos cristãos; presença de Jesus Cristo quando, consigo, nos eleva ao Pai, em oração, para que a partir de Deus Pai tudo recomece no mundo; e vida partilhada, como Ele partilhou connosco na Cruz, como Ele partilha connosco sempre, para que, na experiência da partilha e da entreajuda, nós saibamos verdadeiramente o que é a Ressurreição. Feliz Domingo da Misericórdia para todos. O Senhor está aí, deixai-O acontecer nas vossas vidas”, concluiu o Cardeal-Patriarca.
Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Há anos, Umberto Eco perguntava: o que faria Tomás de Aquino se vivesse nos dias de hoje? Aperceber-se-ia...
ver [+]
|
Pedro Vaz Patto
Já lá vai o tempo em que por muitos cantos das nossas cidades e vilas se viam bandeiras azuis e amarelas...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Vivemos um tempo de grande angústia e incerteza. As guerras multiplicam-se e os sinais de intolerância são cada vez mais evidentes.
ver [+]
|