O Primeiro-Ministro encontrou-se hoje com o Cardeal-Patriarca de Lisboa e anunciou que, no próximo mês, podem ser levantadas restrições às Missas com a presença de fiéis. “A partir de maio, podemos encontrar um maior ponto de normalidade nas celebrações religiosas, tendo em conta a previsão que temos de, se mantivermos o grande esforço de disciplina, contenção ao longo de todo este mês, podemos consolidar a trajetória que temos tido desde março e podemos começar a encarar o mês de maio de uma forma diferente daquela que temos vivido nestes dois meses”, referiu António Costa, após a reunião com D. Manuel Clemente, na Casa Patriarcal.
A forma como a Igreja se vai adaptar ao período pós-estado de emergência será definida pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). “É uma decisão que caberá, sobretudo, à Igreja Católica e aquilo que me foi transmitido é que a Igreja continuará a ser um exemplo e uma referência na forma de celebração da fé, mantendo naturalmente as regras que podem contribuir positivamente para a saúde pública”, afirmou o Primeiro-Ministro. “As celebrações têm continuado a existir na internet, na televisão, por via da rádio, mas aí não me cabe substituir ao D. Manuel Clemente e à Conferência Episcopal na definição dessas regras”, acrescentou.
Entretanto, o secretário e porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa, confirmou, à Agência Ecclesia, que o Conselho Permanente da CEP vai reunir amanhã, dia 21 de abril, através de videoconferência, para começar a discutir o levantamento das restrições às celebrações. Por esse motivo, D. Manuel Clemente, que é também presidente da Conferência Episcopal, não prestou declarações aos jornalistas, esta manhã.
Segundo a Renascença, depois dessa reunião do Conselho Permanente da CEP terá de haver reuniões com a Direção Geral da Saúde para que Igreja e autoridades sanitárias possam definir regras para o regresso progressivo dos fiéis às celebrações a partir de maio. Em causa, de acordo com a emissora católica portuguesa, pode estar, por exemplo, a definição de quantas pessoas será conveniente ter por metro quadrado.
Sobre os funerais, os decretos do estado de emergência impõem também limitações, que são definidas pelas autarquias, no que diz respeito ao número de pessoas presentes. Neste encontro, António Costa salientou que “não há limitações às celebrações religiosas”, no que diz respeito às exéquias, no caso em que a família pretende acompanhamento religioso. Quando às limitações civis, “devem ser aplicadas com o bom senso próprio do momento, sempre muito doloroso para todas as famílias e para qualquer pessoa”.
“Não é o momento ainda para baixar a guarda”
O Primeiro-Ministro agradeceu ainda a colaboração da Igreja, sobretudo na Páscoa, “que é sempre um momento muito importante para a Igreja Católica, de celebração religiosa e da fé”, e reforçou que “não é o momento ainda para baixar a guarda, é momento para manter com rigor e disciplina” aquilo que tem sido feito de forma a ser possível começar a levantar restrições em maio. “Sabendo que maio é um mês particularmente importante para a Igreja Católica, é naturalmente em diálogo com a Igreja que queremos ver como podemos viver todos em conjunto esse período”, afirmou.
Nas declarações aos jornalistas, António Costa referiu a Igreja Católica como um exemplo. “A Igreja Católica foi, aliás, um exemplo de como não necessitou do estado de emergência para impor as regras de convívio social que temos de manter para conter esta pandemia”, afirmou, acrescentando que agora é o tempo de “compatibilizar a celebração da fé com o que devem ser as regras de proteção social que teremos todos de manter para continuar a travar esta pandemia”.
“Temos um longo período à nossa frente em que, mesmo sem estado de emergência, vamos ter de manter, normas de higienização pessoal e social, normas de contenção da circulação, de forma voluntária – como aconteceu com as normas da Conferencia Episcopal, mesmo sem ter sido decretado o estado de emergência – ou impostos pelo Estado com base nos poderes de que dispõe fora do estado de emergência”, afirmou o chefe do Governo, que também reforçou várias vezes que não se pode falar em regresso à normalidade.
“Não podemos viver permanentemente nesta clausura em que estamos, mas não vamos poder retomar a normalidade até haver uma vacina”, disse António Costa, que prevê que o Conselho de Ministros de dia 30 possa definir regras para começar o levantamento de restrições à vida económica e social. “A nossa liberdade será tanto maior quanto maior for a nossa disciplina e a nossa contenção”, concluiu o Primeiro-Ministro.
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