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Solenidade de Pentecostes marca regresso das Missas com fiéis
“Levar o Pentecostes recebido ao universo que o espera”
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No Domingo de Pentecostes, na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca apontou a uma mudança na relação com a natureza, o meio ambiente e a humanidade, para resolver a pandemia.

As portas da Sé de Lisboa abriram-se na Solenidade de Pentecostes, ao fim de quase três meses, para todos os fiéis que quiseram participar na celebração da Eucaristia. À entrada, o Cardeal-Patriarca de Lisboa saudou este regresso das celebrações comunitárias e apontou para um recomeço que deve acontecer “a pouco e pouco, com boas práticas e com bons exemplos”. “Durante estes três meses, desenvolvemos – eu e os meus colegas sacerdotes, outros ministros do culto – muitas maneiras de nos aproximarmos das pessoas, mediaticamente, mas não chega: é importante que seja assim também [fisicamente] e vai ser com essa confiança cautelosa”, frisou D. Manuel Clemente, aos jornalistas.

 

“A memória é curta”

Na celebração, o Cardeal-Patriarca alertou para o risco de, mesmo na situação atual, onde nos “queremos refazer como sociedade” e até onde surgem “medidas mais solidárias”, a sociedade voltar a procurar ilusões. “A história lembra que em tempos de guerra sempre se aspira pela paz e em tempos de catástrofes sempre se insiste em preveni-las… Mas a memória é curta e as ilusões regressam, facilmente demais, tragicamente demais. Valha-nos o Espírito Divino, que não se cansa de nos mover para o bem”, declarou.

Na homilia da celebração, D. Manuel Clemente lembrou a Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, para pedir uma mudança profunda da “relação com a natureza, o meio ambiente e a própria humanidade no seu conjunto”, de forma a resolver “de vez”, o sofrimento causado pela pandemia. “Não evitaremos trágicos retornos, desta ou doutra congénere, se não mudarmos profundamente a nossa relação com a natureza, o meio ambiente e a própria humanidade no seu conjunto”, alertou.

A partir da leitura de um excerto da Encíclica Laudato Si’, sobre o “mistério da Trindade”, o Cardeal-Patriarca de Lisboa desafiou os cristãos a levarem “mais longe” o Pentecostes recebido. “O Pentecostes recebe-se e ativa-se assim: O Espírito Santo, como só Ele o consegue, recupera-nos e inclui-nos na filiação divina, que em Cristo se oferece. Esta filiação realiza-nos na comunhão perfeita com Deus Pai e com tudo o que manifesta o seu poder criador. Saber, testemunhar e concretizar tão grande verdade na relação com Deus, com os outros e a criação inteira é levar o Pentecostes recebido ao universo que o espera”, desafiou.

 

“Um exemplo a todo o povo português”

No primeiro Domingo após a suspensão das Missas comunitárias, o Presidente da República esteve presente no Pentecostes, na Sé, para “agradecer a todas as confissões religiosas” e “de forma especial aos católicos, por serem a larguíssima maioria do povo português” pelo comportamento “exemplar” durante o período de confinamento por causa da pandemia. “A Igreja, com a sabedoria de milénios, deu um exemplo a todo o povo português”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.


texto por Filipe Teixeira; fotos por Paulo Rocha, Agência Ecclesia
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