Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
A vontade de Deus não envergonha
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Sou padre católico. Ordenado há dez anos, e com um longo caminho de discernimento vocacional. A minha formação inicial, o jornalismo, trouxe-me até este meio, com diversas experiências de trabalho, e até com oportunidades que, por acreditar no projeto que Deus tinha para mim, não acedi. É importante ir percebendo a vontade de Deus, que está não naquilo que queremos para nós, mas no que Deus nos vai fazendo perceber ser o seu desejo. Se eu tivesse orientado a minha vida por aquilo que eu desejava, hoje estaria em qualquer outro lugar, com uma carreira profissional diferente… Não fui condicionado, fui sempre livre na decisão e não estou arrependido. Pelo contrário, dou graças a Deus por ir percebendo o que é a Sua vontade, com o esforço de me colocar na Sua frente, com disponibilidade. Não sou perfeito e por isso também sei que tenho erros que se vão assumindo e corrigindo. Mas dou graças a Deus, porque Ele se vai manifestando e mostrando na vida. Acredito que seja assim com todos os que vivem a mesma fé. Não porque sou padre, mas a fé leva-me a procurar viver e defender os valores da vida, éticos, morais, familiares, religiosos. Não sou progressista, como agora se diz, e poderei até ser conservador, mas por conservar um legado deixado há mais de dois mil anos, vivendo uma fé que não serve para minha satisfação, mas para minha salvação. Porque a fé salva. Não me sirvo da fé como bandeira para impor os meus próprios ideais, pelo contrário, a fé vai-me transformando e convertendo naquilo que pode ser a minha vontade, o meu olhar, para viver a vontade de Deus com o olhar de Deus. E a vontade de Deus não envergonha.

 

PS - Não posso deixar de lamentar a partida inesperada de D. Anacleto Oliveira que conheci, primeiro, como professor de Escritos Paulinos, na Faculdade de Teologia, e depois como Bispo Auxiliar da nossa diocese. Recordo a sua sabedoria bíblica, simplicidade de trato, o olhar direto, sereno e atento de pastor que ama e se entrega pelas suas ovelhas. Deus o acolha na Sua eternidade. 

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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