DOMINGO XXVI COMUM
“Os publicanos e as mulheres de má vida
irão diante de vós para o reino de Deus.”
Mt 21, 31
As escolas e as vindimas parecem andar de mãos-dadas: as primeiras iniciam, por estes dias, o grande tempo de sementeira e adubagem do conhecimento para que chegue o tempo dos frutos lá para o Verão; as segundas reclamam a colheita rápida dos frutos rubros e dourados para o trabalho escondido que produzirá néctares deliciosos. Entramos num novo ano escolar com prudência e responsabilidade que a pandemia obriga. A dureza do último confinamento exige avaliação constante sobre as melhores opções escolares, e capacidade de rever objectivamente as decisões tomadas. E como nas vindimas é preciso um esforço conjunto para que o maior bem, que são as pessoas, seja salvaguardado.
Regressamos às vindimas como imagem do Reino e ao trabalho como compromisso humano, numa pequena parábola de Jesus. Na figura de dois irmãos, nas suas respostas e atitudes revemo-nos na coerência entre o que dizemos e fazemos. E se o importante é o trabalho da vinha, a lição maior é a possibilidade de mudança; em termos evangélicos, de conversão. Para lá da tentação imediata de dividir o mundo entre justos e injustos, bons e maus, somos convidados a olhar a realidade humana na sua complexidade, nos muitos matizes que cada pessoa pode tomar. Afinal, o mundo é a cores, e quem vê tudo a preto e branco é quase cego.
Um reino comparado ao trabalho na vinha e necessitado de trabalhadores apaixonados fala-nos muito do coração de Deus. Mais do que a eficácia da produção, o que parece alegrar o Pai é o entusiasmo dos trabalhadores. Não as boas intenções nem as aparências. O entusiasmo que nasce até do arrependimento, da consciência de que é sempre possível mudar as escolhas erradas, dará ao vinho um sabor renovado. E por isso, porque todos somos filhos, ninguém é excluído da vindima e do trabalho que irá produzir o bom vinho da alegria e da festa.
No mundo que “é composto de mudança” como escrevia Camões, é importante nunca perder a esperança, nem desistir de tentar. Não seremos julgados por nos termos enganado, mas pelas vezes em que não quisemos, nem tentámos, mudar de caminho. É talvez uma espiritualidade da mudança, aquela que Cristo oferece à sua Igreja. Mudança porque o hábito e a instalação apagam o ardor evangelizador; mudança porque o Espírito Santo é vento que sopra e não se pode engaiolar; mudança porque quem disse “não” pode vir a fazer “sim”; mudança porque só Deus não muda, mas tudo o resto pode ser melhor!
Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Há anos, Umberto Eco perguntava: o que faria Tomás de Aquino se vivesse nos dias de hoje? Aperceber-se-ia...
ver [+]
|
Pedro Vaz Patto
Já lá vai o tempo em que por muitos cantos das nossas cidades e vilas se viam bandeiras azuis e amarelas...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Vivemos um tempo de grande angústia e incerteza. As guerras multiplicam-se e os sinais de intolerância são cada vez mais evidentes.
ver [+]
|