Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
O desperdício zero que matava a fome
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A pandemia trouxe grandes alterações à vida na sociedade. Trouxe o desemprego, o acentuar da pobreza, um maior número de pessoas a solicitar ajudas.

Para fazer face à pandemia, muitos tiveram que reinventar as suas vidas, encontrar novas formas de subsistência, novos modelos de trabalho e de negócio.

Pode parecer estranho, mas tenho vindo a perceber que a pandemia, com as soluções encontradas para resolver problemas financeiros e de negócios em mau estado, está a levar à dificuldade nas ajudas e apoios aos mais carenciados.

As grandes superfícies não permitem recolhas à porta como antes se faziam, e os excedentes, que antes apareciam em quantidades absurdas, são hoje ínfimos e incapazes de responder às necessidades. Se antes se dispensavam alimentos não vendidos no dia anterior, hoje, com a justificação de desperdício zero em supermercados, cafés, restaurantes, pastelarias, vendem-se pacotes de alimentos a preços reduzidos. As empresas não perdem tudo, é justo, e diz-se que é uma ajuda ao cliente, mas os pobres, que estavam dependentes das ajudas dadas, agora têm menos. É a lei do comércio e não podemos criticar porque todos precisam, mas é, também, preciso olhar mais para quem tem cada vez menos e não esquecer que há quem não tenha mesmo nada. Muitos, que antes tinham tudo, hoje, anseiam, apenas, por qualquer coisa que possa enganar a fome, pagar a renda ou as despesas do essencial para viver. E o que antes era resposta para não desperdiçar, hoje é uma urgência para sobreviver.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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