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Isilda Pegado
A caminho da Gruta de Belém

Nestes dias que antecedem o Natal, e em tempo de Pandemia, onde o medo, a incerteza, o desconhecido, giram como fantasmas à nossa volta, o alento está na Espera. Esperar, mas sem parar, sem ficar… porque é Bom, caminhar. Ter no horizonte um Deus que me abraça, sempre.

Temos consciência do Mundo maravilhoso que nos foi dado, e do dever que temos de o transmitir para que, os que vêm depois de nós, possam também receber esta dádiva. Os Bens, a Natureza, o Planeta, os grandes Valores Civilizacionais que tanta alegria e realização nos dão, têm contudo um ónus, que deve ser cumprido por todos e cada um de nós. Preservá-los e transmiti-los. Reconhecendo que somos feitos por toda esta grandeza e por todo este Bem. Porque, tudo foi feito para dar Glória a Deus.

Todos os anos neste Tempo de Natal, confrontamo-nos com os Pastores e os Reis Magos que há 2000 anos foram à Gruta de Belém dar Glória a Deus.

Hoje, continuamos a ter a Gruta de Belém para onde caminhamos com as nossas pequenas (grandes) coisas. Tal como os Pastores e os Reis Magos.

Para a Gruta de Belém levamos, o esforço e a alegria de aprender em cada dia, na Escola, no Laboratório ou na Vida. Levamos, a família que construímos (que nos precede e nos sucede) e o trabalho que na fábrica ou no escritório produzimos diariamente.

Para a Gruta de Belém levamos a alegria dos amigos que temos e do quanto nos ajudamos ao longo do ano. Levamos os combates Cívicos, Sociais ou Políticos que abraçamos para melhor servir a Verdade e o Bem Comum.

Para a Gruta de Belém, este ano, levamos de forma particular esta Defesa da Vida que vai da Pandemia à Eutanásia (que o Parlamento insiste em fazer aprovar). Levamos, também todos aqueles que diariamente trabalham para combater o flagelo do Aborto e ajudar tantas e tantas mães a dar Vida e colo aos seus filhos.

Para a Gruta de Belém levamos a Alegria dos meninos que vemos nascer, fruto, em grande parte, do esforço de centenas de heróis anónimos, espalhados por Portugal. Levamos também as dificuldades no diálogo com os que persistem numa ideologia do Individualismo e da Morte, cerrando fileiras, na Comunicação Social, na Política ou no mundo do espetáculo…

Para a Gruta de Belém levamos humildemente as dores e as feridas que nos são expostas por pessoas concretas, que algumas vezes voltaram as costas à Verdade, inebriadas pelo individualismo reinante. Levamos a Grandeza de um Caminho que se percorre com o desejo de servir a Glória do Menino que nasceu na Gruta de Belém.

Santo Natal!


foto por Rui de Medeiros