Roma |
Audiência-geral de quarta-feira
Papa alerta para o perigo dos extremismos e populismos
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Para assinalar o Dia da Memória e as vítimas do Holocausto, no aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, o Papa Francisco alertou, na manhã desta quarta-feira, 27 de janeiro, para os riscos de os horrores do passado poderem regressar.

No final da audiência-geral, o Santo Padre denunciou certas propostas ideológicas em nome do povo, mas que acabam mal para o povo e para todos. Neste contexto, considerou fundamental fazer memória e recordar o que se passou, para que não volte a acontecer. “Recordar é uma expressão de humanidade, é sinal de civilização, é condição para um futuro melhor de paz e de fraternidade”, disse o Papa. “Recordar é também estarmos atentos, porque estas coisas podem acontecer outra vez, começando por propostas ideológicas que querem salvar um povo e acabam por destruir o povo e a humanidade”, acrescentou.

Por fim, Francisco deixou um alerta em tom de apelo: “Estejam atentos a como tudo começou… a esta estrada de morte, de extermínio, de brutalidade”.

Estima-se que 1,3 milhões de pessoas tenham sido enviadas para o campo de concentração polaco em Auschwitz, onde terão morrido mais de um milhão de prisioneiros, incluindo 960 mil judeus, além de polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros europeus.

 

 

“Os «sacrários» com pernas”

Na catequese, durante a audiência-geral de quarta-feira, o Papa refletiu sobre a oração feita a partir da Sagrada Escritura. “Na verdade, as palavras desta não foram escritas para ficar presas ao papel, mas para ser acolhidas por uma pessoa que reza, fazendo-as geminar no próprio coração. Do coração aberto a Deus, da nossa oração depende a possibilidade dum texto bíblico se tornar para nós Palavra viva de Deus. E a Palavra de Deus, impregnada de Espírito Santo, quando é acolhida com um coração aberto, não deixa as coisas como estavam antes. Inspira bons propósitos e apoia a ação, dando-nos força e serenidade; e, mesmo quando nos põe em crise, dá-nos paz”, garantiu.

Francisco enalteceu depois o “método da lectio divina”. “Primeiro, lê-se o texto bíblico com atenção – diria, com «obediência ao texto» – para entender o que significa em si mesmo. Depois meditamo-lo entrando em diálogo com ele: permanecendo aderente ao texto, começo a interrogar-me sobre o que me diz a mim”, explicou. “O último passo é a contemplação: aqui as palavras e os pensamentos cedem lugar ao amor, como entre namorados a quem por vezes basta olharem-se em silêncio. Naturalmente o texto bíblico continua ali, mas como um espelho, um ícone a contemplar”, acrescentou. Desta forma, segundo o Papa, “a Palavra de Deus faz-se carne nas pessoas que a acolhem na oração”. “Acontece uma nova encarnação. E nós somos os «sacrários» com pernas, onde as palavras de Deus querem ser guardadas para poderem visitar o mundo”, terminou, durante o encontro que decorreu na Biblioteca do Palácio Apostólico.

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