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A caixa de correio da Fundação AIS guarda verdadeiros tesouros
Cartas de amor
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São centenas de cartas todos os dias. Pessoas dos quatro cantos do mundo escrevem para a Fundação AIS. Escrevem a pedir apoio, escrevem a agradecer gestos de solidariedade, escrevem com o coração nas mãos. Nesta correspondência que chega às caixas do correio da Ajuda à Igreja que Sofre vem sempre a palavra “obrigado”. Por vezes percebe-se que são cartas escritas por pessoas em lágrimas. Mas são sempre cartas de amor…

 

“Gostava de ajudar mais, mas eu também vivo com tão pouco…” O desabafo foi escrito em português por uma senhora já de idade. A carta, manuscrita, com uma letra desenhada com esforço, explica a razão de um donativo para a Fundação AIS. “É para ajudar os Cristãos onde quiserem, pois são tantos que precisam, o sofrimento é tão grande, enfim, já nem sei o que dizer…” São pouco mais de uma dúzia de linhas. A benfeitora termina a mensagem com um pedido. Na verdade, é um apelo: “Que Deus vos ajude a ajudar sempre os outros…” Tudo o que é a Fundação AIS está nestas breves linhas escritas numa simples folha de papel dobrada ao meio. A caixa do correio da Fundação AIS guarda imensas preciosidades como esta carta. São lamentos, pedidos de ajuda, desabafos. Agradecimentos. São também pedidos de oração. Rezar é, muitas vezes, o bem mais preciso que se pode ter quando tudo parece desmoronar à nossa volta.

 

“Organizámos uma campanha…”

Cyprien é um jovem francês. Tem apenas 12 anos. Chamou o irmão, juntou amigos e pediu dinheiro para ajudar os Cristãos em África. E na Quaresma de 2019 escreveu a contar o que estava a fazer. “Os meus pais são benfeitores e é daí que conheço a AIS. Desejo que o meu donativo seja para os Cristãos de África, sobretudo na Nigéria, onde há tanta violência. Durante a Quaresma, eu e o meu irmão organizámos uma campanha para angariar donativos para a AIS. E eu quero continuar. Muito sucesso no vosso trabalho.”

 

Plantação de chá

No Bangladesh, no meio das plantações de chá, entre a exuberância do verde e a pobreza imensa das populações existe uma pequena comunidade católica. São os Irmãos Maristas. Um deles é espanhol. Eugenio Sanz Sanchez também pediu ajuda para ajudar, como a benfeitora portuguesa escreveu na sua carta. Era preciso uma casa e um carro que sulcasse os caminhos difíceis da região. O Irmão Eugenio escreveu a pedir e depois escreveu a agradecer a ajuda recebida. A casa é simples, confunde-se na pobreza com as demais, e o carro, um pequeno jipe, é um modelo vulgar. Mas ali, no meio das plantações de chá, onde os luxos da cidade são uma coisa quase inalcançável, tudo parece transformar-se. “Graças à Fundação AIS, temos esta casa maravilhosa, que é agora o mosteiro dos Irmãos. Graças a vós temos também este belo automóvel. Agradeço a todos os que contribuem por todo o mundo. Os sonhos de muitas pessoas vão tornar-se realidade. Muito obrigado!”

 

Um jipe em África

Também foi para agradecer um jipe, a único tipo de veículo que pode avançar na selva da Papua Nova Guiné, que o Pe. Martin Prado escreveu à Fundação AIS. Por ali, em Walsa, nota-se já o entusiasmo do trabalho deste sacerdote. Aos poucos estão a nascer as primeiras comunidades cristãs e com elas vão ganhando forma também os primeiros edifícios… capelas, igrejas, até escolas. Também aqui, o pouco parece imenso aos olhos habituados a perscrutar a vontade de Deus. “Estamos a montar as primeiras paróquias nesta área. Já temos sete novas comunidades. Construímos e consagramos igrejas para eles, edifícios muito simples e modestos, mas bonitos aos olhos de Deus.” O Pe. Martin está animado. O jipe está a ser uma ajuda preciosa. “Ensinamos aos fiéis tudo, desde o sinal da cruz ao significado do Baptismo e da Eucaristia. Tudo isto, garanto-vos, seria muito difícil ou mesmo impossível de realizar sem o veículo que a AIS nos ajudou a comprar…”

 

Uma cerca para o convento

Em Mbandaka, na República Democrática do Congo, todos conhecem a Irmã Philomène Iketa. Ela vive no convento de Nossa Senhora do Sagrado Coração e é por lá que, muitas vezes, recebe pessoas que precisam também da sua ajuda como enfermeira. Ela trata do corpo e da alma das populações locais que vivem assustadas com o aumento da violência. O país está a atravessar um período muito conturbado, com ataques por parte de milícias armadas que exibem o seu poder impunemente. Nem as irmãs escapam aos ataques. Para salvaguardar a missão, era preciso construir uma cerca em torno do convento. “Quando batemos à vossa porta, vocês responderam generosamente. Rezamos para que Nosso Senhor ajude a vossa nobre missão a dar frutos, para que assim ela possa continuar a apoiar o povo de Deus que vive em necessidade em todo o mundo.”

 

Bíblias para as crianças

Muitas das cartas que a Fundação AIS recebe são escritas em português. Algumas vêm do outro lado do Atlântico. Na Paróquia de Santo António em Tanquinho, no Estado de Bahia, o Pe. Leomário dos Santos sonha com o dia em que haverá por ali uma Bíblia em cada casa, em cada família. Para já, a Fundação AIS fez-lhe chegar cerca de mil exemplares da Bíblia para Crianças. É um livro especial. Sonhado pelo fundador da AIS, esta Bíblia destinada aos mais jovens já foi traduzida para 191 línguas, está distribuída em mais de 140 países e foi impressa mais de 50 milhões de vezes. Quando o Pe. Leomário as entregou às suas crianças, o resultado foi extraordinário. E escreveu logo a agradecer. “Deus mostrou-nos um caminho mais bonito e que começa com a evangelização das crianças, adolescentes, jovens e, finalmente, também das suas famílias.”

 

“Que Deus vos abençoe…”

Na Diocese de Tete, em Moçambique, o Bispo D. Diamantino Antunes tem procurado levar a ternura de Deus às aldeias mais distantes, às populações mais pobres. Ele sabe que pode contar com a ajuda da Fundação AIS. E não perde uma oportunidade para o dizer. No ano passado enviou uma mensagem para Lisboa a propósito dos 25 anos de presença da AIS em Portugal. É uma verdadeira carta de amor… “Costumo dizer que a Ajuda à Igreja que Sofre é a nossa mãe. Não há nenhuma diocese em Moçambique e em África que não tenha recebido repetidas ajudas desta fundação. Que Deus vos abençoe e que vos dê o prémio e a recompensa que só Ele pode dar…”

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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