Lisboa |
Cardeal Tagle na Jornada de Formação Permanente do Clero de Lisboa
“Pandemia devia levar-nos a um profundo exame de consciência”
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Presente na Jornada de Formação Permanente do Clero de Lisboa, o presidente da Caritas Internationalis considerou que a pandemia devia levar a um “profundo exame de consciência”. Ao ser questionado, por um sacerdote, sobre o porquê de “o mundo só ter parado quando um vírus, como o coronavírus, teve impacto sobre os países mais ricos”, o cardeal Luis Antonio Tagle considerou esta uma “questão importante”. “Vemos que esta pandemia tem revelado muitos problemas que têm sido negligenciados. Eu venho das Filipinas, onde ainda temos casos de malária, em algumas ilhas. Até agora, não vemos um esforço mundial conjunto tendo em vista as pessoas afetadas pela malária em África, na Ásia, na Oceânia ou na Papua Nova-Guiné. A malária é um vírus que se reativa na vida das pessoas, quando ficam enfraquecidas, mas que não mereceu a atenção da comunidade internacional”, começou por lamentar o prelado, no encontro via Zoom, na manhã de 27 de janeiro.

Garantindo “não querer ser maldoso” nos seus juízos, o cardeal filipino assumiu questionar-se: “Porque quando as doenças estão concentradas em países pobres ninguém liga grande coisa, mas quando atinge certas partes do mundo, todo o mundo parece acordar?” “Você está certo, padre. Esta pandemia devia levar-nos a um profundo exame de consciência. Não individualmente, mas como comunidade internacional”, reforçou.

O cardeal Luis Antonio Tagle destacou ainda o papel que o Papa Francisco tem tido no mundo. “O Papa Francisco tem-se revelado uma figura profética. As três encíclicas que ele nos deu, radicam todas numa referência a São Francisco de Assis. Na exortação apostólica Evangelii Gaudium, o Papa mostra-nos como reconstruir a Igreja, saindo para fora. Na Laudato si’, o Papa fala do cuidado da criação, da casa comum, e finalmente na Fratelli tutti lembra o apelo à fraternidade, à justiça e à paz”, observou o cardeal das Filipinas. Neste sentido, segundo o presidente da Caritas Internationalis, “mais do que definirmos a espiritualidade de Francisco como franciscana, dominicana, carmelita ou jesuíta”, essa espiritualidade deve ser pensada “como um estilo de vida radicado profundamente no amor a Jesus Cristo”, e, portanto, “enraizado nessa rica tradição de todos os grandes santos”, considerou.

Aos mais de 100 padres e diáconos do Patriarcado, o cardeal Tagle desafiou-os a aproveitarem o confinamento para redescobrirem Deus. “Neste período de pandemia, podemos aproveitar para redescobrir Deus, para voltar a Jesus e ver como Jesus, realmente, propõe uma vida nova. Para nós, cristãos, assim a pandemia nos poderá levar a uma nova espiritualidade. E às nossas comunidades também. Estou esperançado, porque vejo algumas comunidades já a fazerem isto, em silêncio, a realizar uma vida mais simples, mais comunitária, mais partilhada”, frisou.

texto por Diogo Paiva Brandão
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