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Domingo VI do Tempo Comum
Cardeal-Patriarca pede uma “sociedade compassiva” e alerta para o “isolamento e a depressão”
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Neste último Domingo antes da Quaresma, o Cardeal-Patriarca de Lisboa apontou a “compaixão” como um “sentimento definitivo que é preciso ter em conta”, sobretudo no atual contexto de pandemia. Partindo da leitura do Evangelho que narra o episódio em que Jesus cura um leproso, D. Manuel Clemente destacou as palavras do evangelista (‘quando Jesus viu aquele leproso, compadeceu-se’) para pedir uma “sociedade compassiva”. “Compaixão significa fazermos nossa a vida do outro, no seu sofrimento, e não nos aliarmos daquilo que os outros padecem, mas sermos compassivos com eles. (...) Como nós acreditamos, é na vida de Jesus que Deus se manifesta connosco e totalmente connosco, pela Sua compaixão”, sublinhou o Cardeal-Patriarca na homilia da Missa que decorreu na paróquia do Parque das Nações e que foi transmitida pela TVI, no dia 14 de fevereiro.

 

Ser presença

Neste Domingo em que, no Patriarcado de Lisboa, se assinalou o Dia do Doente, D. Manuel Clemente começou por garantir a “presença” dos cristãos, especialmente junto dos que mais sofrem de solidão. “Numa sociedade como a nossa, com muita população idosa, sabemos que há imensa gente que vive só e com o que a solidão implica”, observou. “Queremos estar com presença que, exatamente por ser presente e por se fazer presente, salva, restitui a convivência e deixa as pessoas serem pessoas, seres de relação. Para isso somos feitos e é isso que esperamos em qualquer fase da nossa vida. É aí que nós queremos estar e não temos outro lugar, como cristãos”, afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, alertando ainda para as consequências que o “isolamento e a depressão”, provocados por esta pandemia, terão no futuro. “Quando a pandemia se resolver, vai demorar um pouco mais, bastante mais, a resolver-se em termos psíquicos e sociais para retomarmos uma convivência saudável e onde cada um possa ser aquilo que é: um ser de convivência, que é isso que significa ser pessoa”, reforçou.

 

Humanidade

Nesta celebração, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lembrou ainda todos os profissionais de saúde que praticam “ações magnificas”, de “abnegação”, e que fazem “tudo o que é possível fazer” para que os doentes sejam curados. “Os estabelecimentos de saúde devem ser os sítios do mundo onde há mais humanidade por metro quadrado porque, ali, a humanidade aparece como é, sem sombras, sem disfarce, na sua fragilidade e também na sua esperança”, considerou D. Manuel Clemente.

No final da homilia, o Cardeal-Patriarca pediu a Deus que “o sofrimento dos outros seja o nosso também e, assim, a salvação que Cristo nos oferece seja inteiramente partilhada, se ultrapassem todos os isolamentos, todas as depressões, todos os afastamentos físicos e mentais e nos reconstruamos, em Cristo e na compaixão de Deus, como uma sociedade verdadeiramente solidária”. “Deus não desiste, nós também não”, concluiu.

texto por Filipe Teixeira
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