Lisboa |
Reflexão Quaresmal de 2021 da Comissão Nacional Justiça e Paz
“A Quaresma é sempre um tempo especial”
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A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) lembrou que a Quaresma “é sempre um tempo especial” e convida, por isso, os cristãos a não desistirem desta caminhada até à Páscoa.

“Eis-nos de novo na Quaresma e o Papa Francisco convida-nos a juntarmo-nos a Jesus que nos diz: «Vamos subir a Jerusalém...». A Quaresma é sempre um tempo especial, mas esta apresenta-se com uma nova fisionomia, apresenta-se carregada de medos num caminho armadilhado e por isso a tentação de desistir da caminhada é grande. Na sua Mensagem, no entanto, o Papa diz-nos que é um «tempo para renovar fé, esperança e caridade». Subir a Jerusalém é ir ao encontro da Páscoa”, refere a Reflexão Quaresmal de 2021 da Comissão Nacional Justiça e Paz.

Intitulado ‘Caminhar juntos para a Páscoa’, o texto sublinha que “subir a Jerusalém é um caminho a percorrer” e que “podemos fazê-lo juntos no desafio da comunhão”. “O trajeto do tempo presente, o troço que nos propomos calcorrear, tem vários encontros à nossa espera. É uma subida com «a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções» e se orienta pelos marcos da fé, esperança e caridade”, considera este organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

Acolher e viver a Verdade

Nesta reflexão, a CNJP aponta que, “neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo leva-nos a acreditar no caminho”. “É neste caminho que «o jejum, vivido como experiência de privação» por um valor maior, «leva, a quem o pratica com simplicidade de coração, a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização». O amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo”, salienta o texto, manifestando que “não nos falta quem acolher”. “Na nossa fragilidade de criaturas, somos desafiados a acolher a vida com as suas fragilidades, sem pretensões a super-heróis. Mas este processo faz parte do caminho, desta subida que não se satisfaz com um verniz espiritual. Exige que se viva uma espiritualidade com coerência e realismo. E não falta onde meter as mãos: quantas realidades sociais carecem de ações que promovam uma efetiva subsidiariedade que ultrapasse o domínio despótico dos mercados de capitais e dos lucros que olha com desdém para os trabalhadores que vivem na incerteza e na penúria, em que a economia não é capaz de dar o devido valor à pessoa! É um desafio nesta caminhada para, com consciência, dar maior atenção e valorização à economia social, para que esta não seja mero adereço para momentos de aflição extrema”, aponta a CNJP.

Os idosos não são esquecidos. “É tempo de «acolher e viver a verdade» diante dos idosos e inverter o paradigma social. Neste tempo favorável somos chamados a acolher cada idoso como um presente de Deus que nesta pandemia eleva um grito silencioso, mas angustiante, questiona e exige uma outra resposta, pois não nos falta engenho. Com gratidão pela vida, precisamos de desenhar uma nova proximidade, onde a institucionalização não pode ser resposta única nem primeira”, desafia a reflexão.

 

Esperança e caridade

‘Caminhar juntos para a Páscoa’ destaca ainda que “a subida a Jerusalém carrega o anúncio da paixão e morte de Jesus”, mas “é um caminho que desemboca na Ressurreição”. “E a Ressurreição é o maior sinal da esperança”, garante o texto.

A Reflexão Quaresmal de 2021 da Comissão Nacional Justiça e Paz termina com uma palavra sobre a caridade. “Diante dos desafios, não temos limites e fazemos o caminho até ao fim para que ninguém sucumba à tentação de desistir. A beleza da comunhão ajudar-nos-á no aprofundamento dos afetos, na vivência do perdão, na regeneração das relações para sermos coerentes, resilientes e criativos. A caridade é um dom que bate ao nosso coração. E a grande dor deste momento presente não é o vírus, mas o isolamento, porque nos tira o timbre trinitário da relação. E a subida a Jerusalém é feita de relações, relação criatura-Criador, relação entre nós e relação com a criação. É que em Jerusalém haverá a Ressurreição com novos Céus e nova Terra. E se virmos ‘aquele’ brilho dos olhos, então é porque o Paraíso não está longe, mas entre nós”, termina o texto.

 

Mensagem na íntegra em:

http://www.ecclesia.pt/cnjp/

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