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À procura da Palavra
Testemunhas
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DOMINGO III DA PÁSCOA Ano B

“Vós sois as testemunhas

de todas estas coisas.”

Lc 24, 48


Assim se chamam aqueles que, em tribunal, ajudam a vislumbrar a verdade de um acontecimento, de pessoas, de processos. E porque isso implica coragem e compromisso nem sempre é fácil encontrar quem aceite a responsabilidade. Na etimologia cristã diz-se “mártir” e “martírio” de quem dá testemunho de Cristo, e a sua entrega a sofrimentos e à morte, confessando a fé n’Ele. Curiosamente, os apóstolos guardaram essa palavra de Jesus e repetem-na constantemente ao longo dos Actos dos Apóstolos em todos os discursos que fazem, diante de todos os estejam dispostos a escutá-los ou decididos a calá-los. Testemunham Jesus, que sofreu e morreu por todos mas ressuscitou e venceu a morte. Testemunham como é possível entender a Escrituras e que Jesus trouxe a vida em plenitude ao mundo. Testemunham que todos podem acolher Jesus e viver ressuscitados. Eles começaram, e o cortejo estende-se a toda a história com todos os que testemunham a alegria de acreditar em Jesus com palavras e vida!


De testemunhos significantes se constrói a história de cada um de nós e do mundo. Quanta riqueza recebemos de novos e velhos, em tantas situações da vida! Há dias, sem esperar, surgiu-me no écran televisivo no programa “Primeira Pessoa” de Fátima Campos Ferreira a sua entrevista ao actor Ruy de Carvalho (disponível a quem quiser ver na RTP Play). Que encanto de entrevista e que testemunho de vida dado pelo “nosso” enorme Ruy! A minha paixão pelo cinema conduziu-me ao maravilhamento do teatro. Aquele trabalho no arame, desfolhando grandezas e misérias humanas, encarnando pedaços de todos nós, é sublime. Quanto dói saber os sofrimentos que esta pandemia trouxe a todos os artistas e técnicos da arte e do espectáculo, impossibilitados de trabalhar! E Ruy de Carvalho testemunha-o com a vida: “A arte molda e lima a qualidade espiritual das pessoas. Põe-na afinada. Uma pessoa culta tem muito mais capacidade de perceber o seu semelhante. […] Quanto mais cultos somos, mais simples devemos ser, porque nós nunca sabemos tudo o que é preciso. Mas, o procurar, o procurar, o procurar sempre, sempre melhorar, melhorar, melhorar. Nunca se atinge a perfeição mas atinge-se uma grande qualidade se nós quisermos. […] Tenho cada vez de ser melhor a fazer o meu trabalho!” E ficam tantas outras palavras luminosas!


Testemunhar é, de algum modo, re-presentar. Fazer de novo presente algo e alguém importante. Não como uma falsidade, mas procurando intervir na realidade, aperfeiçoando-a, mostrando-a nos seus múltiplos matizes e pontos de vista, indo ao seu profundo íntimo. Toda a arte está impregnada de representação. E toda a arte revela o artista, que se dá em corpo, música, imagem, cor, na busca do invisível que se revela. Jesus vivo encarna nas nossas vidas, humanas e belas, frágeis e grandiosas, luminosas e escuras, e damos testemunho d’Ele em tudo o que de bom, verdadeiro e belo criamos!

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