Domingo |
À procura da Palavra
Permanecer e dar fruto
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DOMINGO V DA PÁSCOA Ano B

“Se alguém permanece em Mim e Eu nele,

esse dá muito fruto, porque sem Mim

nada podeis fazer.”

Jo 10,17


São numerosas as referências bíblicas à vinha e ao vinho. Símbolo do povo de Israel, cepa escolhida e transplantada por Deus, com frutos e o vinho produzido se celebra a festa e a alegria da bondade de Deus. Os profetas sublinharam a fidelidade de Deus a contrastar com as uvas azedas ou mirradas que a vinha/povo produzia. Jesus conta a ganância dos vinhateiros que recusam dar ao senhor da vinha a sua parte e chegam a matar o herdeiro. Mas é na alegoria da videira que entendemos melhor o que é “viver com Cristo”, que a Páscoa veio realizar.

Dar fruto” repete-se por seis vezes no evangelho deste Domingo. E olhar para o horizonte fundamental da vida, sobretudo nesta “primavera” de controle da pandemia, pede-nos a coragem de identificar frutos, coisas positivas, um pouco como a escritora Lídia Jorge dizia numa entrevista à “Visão”: “Para já, temos uma consciência da interdependência planetária como nunca tínhamos tido (também consciência sanitária, ecológica e, na base de tudo, uma absoluta necessidade de fraternidade). […] Temos de salvar o planeta, salvar a Terra, salvar-nos como pessoas e também a Humanidade, a civilização e a cultura que, tal como nós, foram construídos ao longo de toda a vida. Precisam de ser preservados com princípios de ética, princípios de deontologia, princípios filosóficos e, no meu entender, princípios estéticos.” Que frutos damos e recebemos daquilo que vivemos?

No processo de avaliação do Sínodo Diocesano de Lisboa e da receção da Constituição Sinodal, que está disponível (no site do Patriarcado) para a resposta de todos, até 16 de maio, podemos vislumbrar uma “vindima” importante. Tudo passa depressa e muitos projectos não se realizaram como desejávamos, mas podemos sempre aprender, até de erros e fragilidades. Ainda na sua entrevista, Lídia Jorge, identificava-se com os “escritores, que em face da realidade, são antenas”: “aqueles de que me aproximo, que vão funcionando como uma espécie de para-raios, para quem o presente é o grande tema. […] Ser testemunha do nosso tempo é alguma coisa que só os do nosso tempo podem fazer. É admitir que estamos errados, pormos a julgamento o nosso próprio julgamento.” Avaliar é condição para crescer e dar fruto.

Mas o maior segredo da vida com Cristo está em “permanecer unido a Ele”. Este verbo, repetido por sete vezes, sublinha dinamismo e não estagnação, fidelidade criativa e não repetição, conversão e não acomodamento. Evoca o tempo próprio para que os rebentos e as flores se tornem fruto. Conta a história da variedade de ramos e frutos que, na diversidade das castas, tem o sabor do amor de Deus, múltiplo e abundante. Se, “sem Ele” nada podemos fazer, “com Ele”, tudo é possível!

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