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Páscoa na Sé de Lisboa
“Cristo está no meio de nós e por nós no meio de todos!”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os cristãos a fazerem “Páscoa”, para assim a “alargar aos outros”. Celebrações pascais encheram a Sé de Lisboa, ao longo de quatro dias, com muitos estrangeiros e também fiéis que vieram de menos longe.

 

“Uma celebração muito impressionante”. É desta forma que o alemão Andreas Voll resume, ao Jornal VOZ DA VERDADE, a Missa de Domingo de Páscoa na Sé de Lisboa. Natural de Munique, na Alemanha, Andreas está acompanhado da mulher, Elisabeth, que é uma antiga jornalista da televisão alemã, e da pequena filha, Magdalena, de 4 anos. “Somos católicos e viemos à Sé para a Missa de Páscoa. Foi realmente bom, e muito impressionante, tenho de dizer”, acrescenta. Presente no nosso país pela segunda vez, este católico alemão explica como soube da Missa de Páscoa na Sé de Lisboa. “Queríamos celebrar a Páscoa e no hotel disseram-nos que, aqui, era uma Missa muito bonita, com um cardeal”, partilha Andreas, referindo também que já passaram a Páscoa “noutros países e lugares”, como “em Roma, há dois anos”. “Gostamos muito de celebrar a Missa”, conclui esta família alemã, que este ano celebrou a Páscoa no nosso país.

 

Celebração inédita

Nuno Alves é da paróquia de Torres Vedras e esteve também na Sé de Lisboa com a família a celebrar a Missa de Domingo de Páscoa. Acompanhado da mulher, dos dois filhos, de 11 e 9 anos, e de outra familiar, este leigo explica ao Jornal VOZ DA VERDADE o porquê da presença na catedral lisboeta. “Viemos de propósito a esta celebração porque o meu cunhado está a reger o coro e decidimos cá vir”, explica Nuno, referindo-se ao padre Pedro Lourenço, diretor do Departamento de Liturgia e irmão da sua esposa. “Por norma, celebramos a Páscoa em Torres Vedras, mas este ano, pela primeira vez, decidimos vir aqui à Sé com os miúdos”, acrescenta este conterrâneo do Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente. E os filhos, segundo garante este pai, “estão a gostar muito” de toda a experiência de celebrar a Páscoa na Sé.

 

“Façamos Páscoa em nós”

Na homilia de Domingo de Páscoa, o Cardeal-Patriarca de Lisboa apontou o serviço aos outros, através da “cruz gloriosa” de Cristo, como “critério da santidade”. “Concretizar hoje mesmo esta verdade, na ação de graças que nos mantém em Deus e no serviço concreto que prestarmos aos outros, é viver a Páscoa por que o mundo espera. Sim, já entendemos que o caminho da ressurreição passa sempre pela cruz. Pois não se trata de fazer o que faríamos sozinhos, mas de oferecer aos outros o que só Deus em nós gera. Assim aconteceu com Cristo e por isso o temos redivivo e tão presente. Assim acontecerá connosco, quando a sua Páscoa for a nossa vida”, apontou D. Manuel Clemente, na sua reflexão no Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, no passado dia 17 de abril.

Na Sé de Lisboa, na celebração que foi transmitida em direto pela TVI, o Cardeal-Patriarca explicou como a “ressurreição desponta”. “Façamos Páscoa em nós, para a alargar aos outros em cada momento que seja. Quando morrer totalmente o egoísmo que aliás nos mataria, seja individual seja coletivamente; quando o bem dos outros imperar nas nossas escolhas e atitudes; quando a vontade de Deus nos levar ao serviço de cada um, começando pelos que mais nos requeiram: então o coração alarga-se e a ressurreição desponta. Cristo está no meio de nós e por nós no meio de todos!”, assegurou D. Manuel Clemente.

 

Gesto de proximidade

Na Vigília Pascal, em Sábado Santo, o Cardeal-Patriarca lembrou a vitória de Cristo sobre a morte. “Infelizmente, é certo que o mundo em que vivemos e em que muitos a custo sobrevivem apresenta-se demais como sepulcro fechado, como de facto assim é por tanta morte, destruição e escombro acumulado, por guerras e outros males que não faltam. Também em muitas vidas impedidas de nascer e noutras que desesperam de viver. Nestas e noutras situações é de sepulcros fechados que se trata e com pesada pedra a bloqueá-los. Nesta Vigília, porém, clareada numa intensa luz pascal, o sepulcro vazio já proclama a vitória da vida sobre a morte, quando a própria morte se transformar em vida, pela inteira caridade que a preencha. Assim com Cristo – e por Cristo em nós e por nós onde chegarmos”, salientou D. Manuel Clemente, na Sé de Lisboa, na noite de 16 de abril. “Não nos falta Cristo, não faltemos nós!”, convidou.

Na celebração da Paixão do Senhor, em Sexta-feira Santa, 15 de abril, o Cardeal-Patriarca lembrou a “devastadora” guerra na Ucrânia, garantindo que, mesmo nos cenários mais difíceis, “Cristo está presente”. “Onde a cruz do mundo se apresenta em fomes, pestes e guerras persistentes, Cristo está presente, tomando para si o que nos dói e contando connosco para se aproximar de todos, em cada momento e situação”, sublinhou, na Sé. “Acolhamos a resposta de Deus na cruz de Jesus Cristo e convertamo-nos de vez ao amor que nos salva”, terminou.



Na Missa da Ceia do Senhor, em Quinta-feira Santa, 14 de abril, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lavou os pés a alguns refugiados ucranianos, como “sinal de grande proximidade”, e sublinhou, na homilia, que Jesus amou “até ao fim”. “Amar verdadeiramente requer entrega total ao bem dos outros, fazendo da vida uma plena oferta. A vida de Jesus mostra-nos o que tal significa, a sua cruz realizou-o inteiramente e a Eucaristia oferece-o a cada um de nós”, destacou o Cardeal-Patriarca, na Sé, durante a celebração que inicia o Tríduo Pascal, refletindo ainda sobre a importância da Eucaristia. “Nenhum de nós se abeire da Eucaristia para continuar como está ou se garantir como deseja de si e só para si. Tudo isso seria muito pouco e mesmo ingratidão. A Eucaristia é a entrega total de Cristo pela totalidade que havemos de atingir com Ele, para glória de Deus e bem dos outros”, observou.

 

 

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JMJ Lisboa 2023: “Não falharemos”

Na Missa Crismal, na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca pediu aos padres para apoiarem a preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa recebe no próximo ano. “A preparação prossegue e acelera-se, com grande empenho de um número crescente e motivado de colaboradores, do espaço eclesial e além dele. A Jornada há de ser palavra viva, eco bem audível do que Deus nos diz em Cristo e agora ressoa em tantos jovens que o querem transmitir a muitos outros. De nós, ministros ordenados, esperam o apoio que só o Evangelho escutado, proclamado e convivido pode dar. Não falharemos por eles e por todos. Tomemos esta ocasião como estímulo para nos renovarmos também nós, na colaboração pastoral que nos pertence”, incentivou D. Manuel Clemente, a propósito da JMJ Lisboa 2023.



Nesta celebração na manhã de Quinta-feira Santa, 14 de abril, o Cardeal-Patriarca referiu-se também à “proteção de menores no espaço eclesial”, para sublinhar a “plena consciência e compromisso” da Igreja “para reconhecer e corrigir erros passados, pedir perdão por eles e prevenir convenientemente o futuro”. Sobre a pandemia, “que deixará sequelas”, D. Manuel Clemente deixou uma palavra de “gratidão” por “tudo quanto foi feito pelas comunidades cristãs e os seus pastores”, e sobre a guerra na Ucrânia “também aqui não têm faltado exemplos de grande solidariedade, acolhimento de quem chega e ajuda a quem permanece na sua terra devastada”. “Continuaremos disponíveis e próximos”, garantiu o Cardeal-Patriarca.

Na celebração em que os sacerdotes renovam as promessas sacerdotais, D. Manuel Clemente sublinhou que, “seja qual for a missão específica dum padre, tudo se orienta para a celebração do banquete pascal”. “De Domingo a Domingo e mesmo em cada dia da semana, tudo se encaminha para a Santa Missa, na vida do sacerdote e de todo o povo com ele e através dele. Quando esta orientação se esvanece, tudo o mais declina e a própria identidade se questiona”, alertou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, dirigindo-se de forma particular aos padres.

 

Fotos da Páscoa na Sé de Lisboa: https://flickr.com/patriarcadodelisboa/albums


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“As pessoas precisam destes sinais da ressurreição do Senhor”

O Cardeal-Patriarca de Lisboa presidiu, na noite de Sexta-feira Santa, 15 de abril, à secular Procissão do Enterro do Senhor organizada pela Paróquia de Santa Catarina do Monte Sinai. “Foi muito bom que fizéssemos esta procissão. Oferecemos à cidade, e a tão variada cidade, pelos sítios por onde andámos, com tão variada gente, de cá e de fora, este sinal que mantemos da sepultura do Senhor. O Senhor, que foi sepultado, está vivo!”, garantiu D. Manuel Clemente, na alocução após a procissão pelas ruas da freguesia, que contou com a presença de muitos fiéis, entidades oficiais e turistas. “Apresentarmos à cidade estes sinais, é um grande sinal de esperança. As pessoas precisam destes sinais da ressurreição do Senhor”, reforçou. Com esta iniciativa pascal, a paróquia de Santa Catarina procurou, também, recordar o seu antigo pároco, falecido no passado dia 5 de janeiro. “Este ano a procissão foi bastante especial, tivemos presente nos nossos pensamentos e orações o nosso saudoso Padre Pedro Boto, que tanto orgulho tinha nesta procissão”, referiu esta paróquia de Lisboa, na sua página no Facebook (www.facebook.com/paroquiascatarinamerces).

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